A indústria têxtil e de confecções no Brasil enfrenta desafios significativos, conforme revelado por um estudo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), apresentado durante o 1º Encontro Regional dos Setores Têxtil e de Confecção. Os setores respondem por 13% dos empregos na indústria e 8,2% da remuneração média mensal, destacando-se como importantes geradores de empregos e renda.
Em um contexto de competição acirrada com a produção chinesa e asiática, o estudo aponta a necessidade de investimentos em capacitação e inovação para aumentar a competitividade, ampliar a capacidade produtiva e gerar mais empregos. A força de trabalho nos setores é majoritariamente feminina, representando 52,7%, mas os dados indicam uma disparidade salarial, com a remuneração média das mulheres sendo 17,9% inferior à dos homens.
O ambiente de negócios favorável foi apontado como o fator mais crucial para o sucesso das empresas nos próximos anos, segundo 79% dos participantes do encontro. Outros fatores mencionados incluem colaboradores capacitados (64,7%), acesso a financiamento e incentivos (62,7%), tecnologias e inovação (58,1%), práticas ambientais sustentáveis (51,8%) e logística eficiente (49,9%).
Entretanto, o setor enfrenta desafios consideráveis, como o aumento da concorrência com produtos importados, limitações de governança econômica, cooperação reduzida entre empresas e integração limitada à cadeia global de produção. O estudo destaca o elevado custo do crédito, investimentos insuficientes e a competição desvantajosa em relação aos produtos importados.
A pesquisa também aborda a questão da inovação e evolução tecnológica, apontando para a necessidade de uma maior cooperação entre os elos da cadeia e uma maior acessibilidade às políticas públicas de apoio à inovação. O financiamento da inovação é predominantemente feito com recursos próprios das empresas, sendo que as microempresas enfrentam maiores desafios para acompanhar a evolução tecnológica devido aos custos e ao ritmo acelerado da inovação.
As feiras regionais foram identificadas como uma oportunidade para acesso a mercados e pequenos produtores, proporcionando uma referência regional que atrai compradores. No entanto, o desafio para os setores é melhorar a infraestrutura e articular o comércio digital com o presencial, superando as limitações dos produtores para participar do comércio eletrônico.
Diante desses desafios e oportunidades, os setores têxtil e de confecções buscam estratégias para promover a inovação, capacitação e competitividade, visando não apenas manter, mas também expandir sua participação no mercado nacional e global. O cenário revela a necessidade de uma abordagem abrangente e colaborativa para impulsionar o desenvolvimento sustentável desses importantes segmentos da indústria brasileira.