IPCA-15 de Janeiro: Entenda a Previa da Inflação Oficial no Brasil
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação oficial do Brasil, subiu 0,11% em janeiro de 2025, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice apresentou desaceleração em relação ao mês anterior, quando registrou alta de 0,34% em dezembro de 2024. Essa variação representa o comportamento dos preços em diferentes setores da economia brasileira e reflete fatores como custo de alimentos, energia elétrica e transportes.
Variação Acumulada em 12 Meses
Nos últimos 12 meses, a inflação medida pelo IPCA-15 foi de 4,50%, uma queda em comparação aos 4,71% observados no período imediatamente anterior. Apesar da redução, o número ainda está acima da meta central de 3% definida pelo Banco Central para 2025, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O cenário exige atenção do governo e do mercado financeiro, principalmente com as expectativas de inflação para os próximos anos em alta.
Em janeiro de 2024, o IPCA-15 havia registrado alta de 0,31%, demonstrando que a variação atual está bem abaixo do observado no mesmo mês do ano anterior.
Grupos que Mais Influenciaram o IPCA-15 em Janeiro
Entre os nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, oito apresentaram resultados positivos em janeiro de 2025. Os destaques foram os grupos Alimentação e Bebidas e Transportes, que registraram as maiores pressões de alta no mês.
Alimentação e Bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas teve alta de 1,06%, contribuindo com 0,23 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. Entre os itens com maiores altas, o tomate se destacou com uma variação de 17,12%, enquanto o café moído subiu 7,07%. Esses aumentos refletem condições climáticas adversas e custos de produção elevados, impactando diretamente o bolso do consumidor.
Por outro lado, alguns alimentos apresentaram queda de preços, como a batata-inglesa, com retração de -14,16%, e o leite longa vida, que recuou -2,81%.
Transportes
O grupo Transportes registrou alta de 1,01% e impactou o IPCA-15 com 0,21 p.p. A maior contribuição individual veio das passagens aéreas, que subiram 10,25%, representando um impacto de 0,08 p.p. no índice geral. Esse aumento está relacionado ao período de alta demanda no setor, característico das férias de janeiro.
No segmento de combustíveis, também houve aumentos: o etanol subiu 1,56%, o óleo diesel 1,10%, o gás veicular 1,04% e a gasolina 0,53%. Esses reajustes reforçam a necessidade de alternativas para reduzir o impacto nos custos de transporte e no consumo das famílias.
Habitação: Alívio nos Custos de Energia
O grupo Habitação foi o único a apresentar resultado negativo no mês, com uma taxa de -3,43% e impacto de -0,52 p.p. no índice geral. O principal fator que contribuiu para essa queda foi a redução de 15,46% no custo da energia elétrica residencial, impulsionada pela incorporação do chamado Bônus de Itaipu. Esse desconto, aplicado nas faturas de janeiro, proporcionou um alívio temporário no orçamento das famílias.
Apesar desse respiro, o cenário energético continua sendo um ponto de atenção para o governo, principalmente considerando as projeções de aumentos futuros nos custos operacionais das distribuidoras de energia.
Projeções de Inflação e Taxa Selic
De acordo com o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, o mercado elevou pela 14ª semana consecutiva a projeção de inflação para 2025, agora estimada em 5,08%. Esse número está acima da meta de 3%, o que pressiona o Banco Central a adotar medidas para conter os aumentos.
Para 2026, a expectativa é de uma inflação de 4,10%, enquanto em 2024 a inflação oficial foi de 4,83%, ultrapassando o teto da meta. Em relação à taxa básica de juros (Selic), o mercado projeta que ela terminará 2025 em 12,25%, levemente acima dos 12% estimados anteriormente. Esses dados reforçam os desafios para manter o equilíbrio entre crescimento econômico e estabilidade de preços.
Impacto na Economia e No Orçamento Familiar
A variação do IPCA-15 reflete diretamente no poder de compra das famílias brasileiras. O aumento nos custos de alimentos, combustíveis e transportes reduz a margem de consumo e exige uma reorganização do orçamento. Para 2025, o cenário é de cautela, com possíveis novas elevações na taxa de juros e pressão sobre os setores mais sensíveis a variações de preços.
Por outro lado, a queda nos custos de energia elétrica foi um ponto positivo que ajudou a conter a inflação no mês. Entretanto, esse alívio é temporário e depende de políticas consistentes para garantir sua sustentação.
O IPCA-15 de janeiro de 2025 é um retrato das pressões inflacionárias que afetam a economia brasileira. Embora a inflação esteja abaixo do observado em dezembro e em janeiro do ano passado, os desafios para atingir a meta estabelecida pelo Banco Central permanecem. O controle da inflação passa pela necessidade de políticas públicas eficazes, que promovam estabilidade e protejam o poder de compra da população.