Lula assina recondução de Paulo Gonet ao comando da PGR até 2027
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou neste domingo (14) a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República. Com a decisão, Gonet permanecerá à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR) até dezembro de 2027, em um dos postos mais estratégicos do sistema de Justiça brasileiro.
O ato foi realizado de forma reservada no Palácio do Planalto. Em manifestação pública, Lula afirmou ter convicção de que Paulo Gonet seguirá exercendo o comando da PGR com firmeza, responsabilidade e compromisso com a verdade, ressaltando a importância da atuação independente do Ministério Público.
A recondução ocorre após aprovação apertada no Senado Federal. Em votação realizada em 12 de novembro, o nome de Gonet foi confirmado por 45 votos favoráveis e 26 contrários. O resultado representou a menor margem de aprovação de um procurador-geral da República desde a redemocratização do país.
O novo mandato começa oficialmente nesta semana e se estende até o fim de 2027, praticamente coincidindo com todo o terceiro mandato presidencial de Lula. Nos bastidores do governo, havia preocupação com o clima da sabatina no Senado, diante do ambiente de polarização política e do papel central exercido pela PGR em investigações de grande repercussão nacional.
Durante o primeiro mandato à frente da Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet apresentou denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A atuação colocou a PGR no centro do debate político e jurídico, ampliando o escrutínio sobre o papel institucional do Ministério Público Federal.
Apesar das controvérsias, parlamentares não identificaram articulação consistente para barrar a recondução. A avaliação predominante foi de que a manutenção de Gonet garante previsibilidade institucional em um período marcado por disputas judiciais sensíveis e tensões entre os Poderes.
A decisão de Lula sinaliza uma estratégia de preservação da estabilidade institucional e de redução de conflitos diretos com o sistema de Justiça. Ao optar pela continuidade no comando da PGR, o governo evita uma transição potencialmente turbulenta em um momento de forte judicialização da política.
Nos próximos anos, a Procuradoria-Geral da República seguirá com papel central em ações penais no Supremo Tribunal Federal, investigações envolvendo autoridades com foro privilegiado e processos relacionados à defesa do Estado Democrático de Direito. A recondução de Paulo Gonet reforça a expectativa de continuidade na linha de atuação da instituição.






