Mercado Global Reage às Tarifas de Trump: Bolsas Operam em Alta Apesar do Aumento no Aço e Alumínio
As bolsas globais iniciaram a quarta-feira (4) com um movimento positivo, mesmo diante da nova onda protecionista anunciada pelo presidente americano Donald Trump. O anúncio do aumento das tarifas sobre aço e alumínio — que saltaram de 25% para 50% — pegou os mercados internacionais de surpresa após o fechamento da última terça-feira e adicionou mais uma dose de incerteza ao já conturbado cenário geopolítico entre Washington e Pequim.
Apesar disso, o otimismo prevaleceu nas principais praças financeiras do mundo, impulsionado por expectativas em torno do Livro Bege do Federal Reserve e outros indicadores econômicos importantes. No Brasil, o ambiente político também trouxe alívio ao mercado com o avanço de negociações entre o governo federal e o Congresso Nacional.
Tarifas sobre aço e alumínio: medida impacta comércio global
O presidente Donald Trump assinou na terça-feira (3) um decreto aumentando de forma imediata as tarifas sobre aço e alumínio importados pelos Estados Unidos. A decisão elevou a taxa de 25% para 50% , afetando diretamente países exportadores como o Brasil, cujo setor siderúrgico é fortemente dependente do mercado norte-americano.
A medida foi interpretada como parte da estratégia comercial mais ampla dos EUA, que busca priorizar a indústria doméstica e reduzir a dependência externa. Apesar da reação inicial dos mercados, o impacto real ainda será analisado ao longo da semana, especialmente com a divulgação de novos dados econômicos.
O Reino Unido foi exceção, mantendo a alíquota em 25%, graças a um acordo bilateral recente com os EUA.
EUA: Livro Bege do Fed pode trazer sinais importantes
No cenário interno dos Estados Unidos, o dia será marcado pela divulgação do Livro Bege do Federal Reserve , relatório que coleta informações regionais sobre a atividade econômica e serve como base para decisões futuras do banco central americano.
Além disso, serão divulgados:
Esses indicadores devem oferecer maior clareza sobre a saúde da economia americana e podem influenciar decisões relacionadas à política monetária.
Os futuros americanos operam em alta, refletindo a confiança dos investidores:
- Dow Jones Futuro: +0,18%
- S&P 500 Futuro: +0,20%
- Nasdaq Futuro: +0,15%
Bolsas asiáticas encerram em alta com destaque para tecnologia
Na Ásia, os mercados também fecharam no positivo, liderados pelo forte desempenho do setor de tecnologia, impulsionado principalmente pela Nvidia. Na Coreia do Sul, o índice Kospi subiu 2,66% , atingindo seu maior nível desde agosto do ano anterior, após mudanças políticas locais.
Outros destaques:
- Shanghai SE (China): +0,42%
- Nikkei (Japão): +0,80%
- Hang Seng Index (Hong Kong): +0,60%
- ASX 200 (Austrália): +0,89%
Europa opera com cautela e resistência às tarifas
Na Europa, os mercados também apresentaram desempenho positivo, mesmo diante da escalada tarifária dos EUA. A resiliência dos investidores sugere uma postura mais ponderada quanto aos efeitos reais dessa medida no comércio internacional.
Destacaram-se:
- STOXX 600: +0,44%
- DAX (Alemanha): +0,85%
- FTSE 100 (Reino Unido): +0,64%
- CAC 40 (França): +0,57%
- FTSE MIB (Itália): +0,30%
Brasil: Mercado reage positivamente a avanços políticos
Enquanto os indicadores econômicos locais seguem escassos, o ambiente político no Brasil trouxe alívio ao mercado. Um acordo entre o governo federal e o Congresso para definir uma agenda econômica estruturante e buscar soluções para o impasse envolvendo o IOF foi bem recebido pelos investidores.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad , afirmou que propostas técnicas para ajustar o decreto do IOF estão sendo finalizadas e devem ser apresentadas até o fim de semana. Ele destacou ainda a sintonia entre Executivo e Legislativo para adotar medidas fiscais mais ousadas, visando equilibrar não apenas o orçamento de 2025, mas também criar bases sólidas para os anos seguintes.
Ibovespa fecha terça-feira em alta moderada
O Ibovespa , principal índice acionário brasileiro, encerrou a sessão da terça-feira (3) com uma leve alta de 0,56% , aos 137.546,26 pontos . Já o dólar comercial recuou 0,64% , cotado a R$ 5,63 .
O pregão foi influenciado tanto por fatores internos quanto externos. No cenário nacional, as falas do ministro Haddad sobre o IOF deram tranquilidade ao mercado, enquanto no exterior, as tensões comerciais entre EUA e China permaneceram sob observação.
Agenda do dia: o que esperar até o fechamento
Confira os principais eventos e indicadores do dia:
Indicadores:
- 04h55 – Alemanha: PMI/S&P Global composto de maio (final)
- 05h00 – Zona do euro: PMI/S&P Global composto de maio (final)
- 05h30 – Reino Unido: PMI/S&P Global composto de maio (final)
- 09h15 – EUA: Relatório de emprego da ADP em maio
- 10h40 – EUA: PMI/S&P Global composto de maio (final)
- 11h00 – EUA: PMI/ISM de serviços em maio
- 11h30 – EUA: Estoques de petróleo do DoE
- 14h30 – BC: Fluxo cambial semanal
- 22h45 – China: PMI/S&P Global composto de maio (final)
Eventos:
- 15h00 – EUA: Fed divulga Livro Bege
- 09h30 – Galípolo: Lança Pix Automático em SP
- 09h30 – EUA: Raphael Bostic (Fed) faz discurso
- 10h30 – BC: Realiza dois leilões de linha
- 10h45 – Canadá: BC decide juro
Apesar do aumento das tarifas sobre aço e alumínio anunciado pelo presidente Trump, os mercados globais mostram resiliência e operam majoritariamente em alta. As bolsas asiáticas e europeias responderam com cautela, enquanto Wall Street aguarda dados importantes, como o Livro Bege do Fed e o relatório ADP de empregos.
No Brasil, o ambiente político mais conciliador entre governo e Congresso ajudou a estabilizar o humor do mercado, mesmo diante de um calendário econômico local fraco. Com isso, o Ibovespa segue firme em busca de novas altas, enquanto o câmbio mostra certa calma após semanas de volatilidade.






