Presidenciavel da Colômbia, Miguel Uribe morre dois meses após atentado e comove Colômbia
O presidenciável colombiano Miguel Uribe Turbay, de 39 anos, faleceu nesta segunda-feira (11) em decorrência dos ferimentos sofridos em um atentado a tiros ocorrido em 7 de junho, durante um comício em Bogotá. O político estava internado na Fundação Santa Fé, onde permaneceu em estado crítico desde o ataque.
Filho da renomada jornalista Diana Turbay, assassinada em 1991, e neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala, Miguel Uribe era uma das figuras mais proeminentes da oposição ao governo de Gustavo Petro, defendendo pautas ligadas à segurança pública e ao fortalecimento das instituições colombianas.
O atentado que abalou a Colômbia
No dia 7 de junho de 2025, Miguel Uribe discursava no bairro de Modelia, zona oeste de Bogotá, quando foi atingido por diversos disparos. Imagens gravadas por participantes mostram o momento em que os tiros interrompem o evento e o candidato cai do palco. Seus seguranças agiram rapidamente, levando-o para um hospital próximo antes de ser transferido para a Clínica Santa Fé.
A polícia prendeu um adolescente de 14 anos como autor dos disparos e investiga a participação de outros dois suspeitos já detidos. O presidente Petro declarou que nenhuma linha de investigação está descartada.
Agravamento do quadro clínico
No sábado (9), Miguel Uribe passou por uma cirurgia programada, mas sofreu uma hemorragia intracerebral aguda, o que exigiu uma nova intervenção de urgência. Horas depois, a clínica informou que o estado era “extremamente crítico” devido ao edema cerebral persistente e hemorragia de difícil controle. Na manhã desta segunda-feira (11), veio a confirmação oficial de sua morte.
Sua esposa, María Claudia Tarazona, publicou uma mensagem emocionante nas redes sociais, destacando o amor e a promessa de reencontro no futuro. O político deixa quatro filhos, sendo três enteadas e um menino de quatro anos.
Repercussão nacional e internacional
A morte de Miguel Uribe Turbay gerou forte comoção na Colômbia e em outros países. O ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, líder do partido Centro Democrático, lamentou o ocorrido e declarou que “o mal destrói tudo; matou a esperança”. Já o ex-presidente Iván Duque afirmou que a Colômbia “não se renderá aos criminosos”.
Sua irmã também prestou homenagem, lembrando a mãe, Diana Turbay, que foi morta em uma operação de resgate após sequestro ordenado por Pablo Escobar. “Tenho certeza de que nossa mãe o recebe de braços abertos”, disse.
Um político de destaque na oposição
Formado em Direito pela Universidade de Los Andes e com mestrado em Administração Pública pela Universidade de Harvard, Miguel Uribe Turbay iniciou a carreira política como vereador de Bogotá aos 25 anos, pelo Partido Liberal. Durante seu mandato, destacou-se como crítico de Gustavo Petro, que então era prefeito da capital.
Em 2018, elegeu-se senador pelo Centro Democrático, consolidando-se como uma das principais vozes da oposição. Defendia políticas duras contra o crime organizado, questionava as negociações de paz com grupos armados e propunha medidas para fortalecer a economia e a segurança interna.
Memória e impacto político
O assassinato de Miguel Uribe reviveu memórias sombrias dos anos 1980 e 1990, quando a Colômbia perdeu figuras políticas como Bernardo Jaramillo, Carlos Pizarro e Luis Carlos Galán, pai do atual prefeito de Bogotá. Analistas políticos alertam que o crime pode intensificar o debate sobre segurança e violência política no país, especialmente em ano eleitoral.
Com sua morte, a disputa presidencial colombiana sofre um forte abalo. Uribe Turbay aparecia como um dos principais candidatos capazes de enfrentar Petro e vinha ganhando espaço nas pesquisas. Sua ausência pode reconfigurar alianças e estratégias no pleito.
Legado e luta por um país seguro
A trajetória de Miguel Uribe Turbay é marcada pela determinação em enfrentar o crime e proteger as instituições democráticas. Admiradores destacam seu compromisso com a ética, a transparência e a defesa das liberdades individuais. Seu legado agora passa a inspirar aliados políticos e movimentos sociais que compartilham sua visão de uma Colômbia mais segura e justa.






