Com o avanço das eleições municipais deste ano, um tema que tem gerado preocupação e questionamentos é o que ocorre com candidatos a prefeito, vice-prefeito ou vereador que falecem antes das eleições. Até a segunda-feira, 9 de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrava 51 mortes de candidatos, incluindo dois candidatos a prefeito, cinco a vice-prefeito e 44 a vereador. Este cenário levanta questões sobre o processo de substituição e o impacto nas eleições.
Procedimentos Após o Falecimento de Candidatos
De acordo com a Resolução 23.609 do TSE, de 2019, que regula o processo eleitoral, o procedimento a ser seguido quando um candidato falece é claro. O artigo 70 da resolução estabelece que, em caso de falecimento de um candidato, a juíza ou o juiz eleitoral responsável deve determinar o lançamento da situação de falecimento e atualizar o status da candidatura no sistema eleitoral.
Além disso, a lei prevê que o partido, a federação ou a coligação pode substituir candidatos que tenham tido seus registros indeferidos, cancelados ou cassados, ou que tenham falecido após o prazo final para registro, que foi em 15 de agosto deste ano. Para que o novo candidato seja efetivado, o pedido de registro deve ser feito dentro de um prazo específico. O novo registro deve ser solicitado em até 10 dias após a morte do candidato, e a alteração só será considerada se feita até 20 dias antes do pleito, com exceção dos casos de falecimento, onde a alteração pode ser realizada após esse prazo.
Candidatos Falecidos e Processos de Substituição
Entre os candidatos falecidos este ano, destacam-se dois casos notáveis. Lukas Machado, do Podemos, que concorria à Prefeitura de Itatinga, São Paulo, e Marcelo Oliveira, do União Brasil, candidato à Prefeitura de João Dias, no Rio Grande do Norte. Lukas Machado, de 30 anos, foi encontrado morto em sua residência no dia 23 de agosto, sem sinais de violência. Em seu lugar, a vice Aline Santiago foi lançada como candidata a prefeita pela coligação.
Marcelo Oliveira, de 38 anos, foi tragicamente assassinado em 27 de agosto, tendo sido alvo de 11 tiros. Após sua morte, o União Brasil optou por lançar a viúva de Oliveira, Maria de Fátima Mesquita da Silva, conhecida como Fatinha de Marcelo, como a nova candidata à prefeitura.
O Impacto da Substituição na Dinâmica Eleitoral
A substituição de candidatos é um aspecto crucial do processo eleitoral, pois garante que as vagas em disputa sejam preenchidas e que a competição política continue de forma justa. Para os partidos e coligações, a habilidade de rapidamente substituir candidatos falecidos é essencial para manter a integridade de suas campanhas e estratégias eleitorais.
Para os eleitores, a substituição pode causar uma mudança nas dinâmicas de campanha e influenciar suas escolhas eleitorais. É importante que a comunicação sobre as substituições seja clara e eficiente para que os eleitores estejam informados sobre os novos candidatos e suas plataformas.
Desafios e Considerações Futuras
Os desafios enfrentados por partidos e candidatos em situações como essas não se limitam apenas à substituição de nomes na cédula eleitoral. A morte de um candidato pode gerar um impacto emocional significativo tanto nos eleitores quanto na equipe de campanha, e a adaptação rápida é fundamental para minimizar a interrupção da campanha.
Além disso, a situação pode levantar questões sobre a preparação e resiliência das campanhas políticas para enfrentar imprevistos. A capacidade de um partido ou coligação de se adaptar rapidamente a mudanças inesperadas pode ser um fator determinante para o sucesso nas eleições.
A morte de candidatos nas eleições municipais é uma situação triste e complexa que exige respostas rápidas e bem coordenadas para garantir a continuidade do processo eleitoral. Com 51 candidatos já falecidos e processos de substituição em andamento, é vital que todos os envolvidos estejam cientes dos procedimentos e prazos estabelecidos pelo TSE para garantir a integridade e a justiça das eleições.