A Oncoclínicas do Brasil Serviços Médicos, em Comunicado ao Mercado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta noite, respondeu questionamentos feitos pela gestora Polo Capital que, conforme reportagem do GM publicada nesta quinta-feira (22), levantou dúvidas sobre as opções de contabilização feitas pelo grupo em relação a custos médicos lançados no ativo intangível, e não nas despesas do demonstrativo de resultados, o que ajudaria a mostrar margens maiores ao mercado.
A análise levou a Polo a uma posição vendida (que aposta na desvalorização das ações), explicada em carta de 28 páginas a investidores – um dia após o fechamento da oferta de ações da empresa. Os ajustes apontados pela gestora resultariam em um Ebitda reportado 30% acima do Ebitda “real” calculado pela Polo.
Questionada pela CVM, a Oncoclínicas esclareceu os demais pontos questionados pela Polo Capital, quais sejam: metodologia de capitalização de ativo intangível e ajustes ao Ebitda; temas de governança corporativa referentes à remuneração de administradores, partes relacionadas e divulgações ao mercado; e dinâmica do capital de giro, alavancagem e consolidação de controladas.
Sobre a capitalização de intangível e ajustes ao Ebitda, a Oncoclínicas informa que segue metodologia de contabilização respaldada pelas práticas e normas contábeis previstas no Pronunciamento Técnico Contábil CPC 04 (R1) – Ativo Intangível e que registra contabilmente os custos médicos de suas operações devidamente como custo, capitalizando como intangível tão somente os valores relacionados às obrigações de não concorrência previstas nos contratos de prestação de serviços médicos e que, segundo as normas contábeis aplicáveis, podem ser objeto de capitalização.
Em relação à remuneração da administração estatutária, a companhia esclarece que a sua prática de remuneração está inserida em sua estratégia de estímulo, retenção e atração de profissionais qualificados para o desempenho de funções técnicas e especializadas, conforme descrito em seu Formulário de Referência.
Por fim, sobre a dinâmica do capital de giro, alavancagem e consolidação de controladas, diz o companhia que os efeitos observados no fluxo de caixa no primeiro trimestre de 2023 refletem eventos não recorrentes e sazonais observados em tal período, nomeadamente, a liquidação de uma operação de risco sacado e saídas de caixa referentes a itens que usualmente ocorrem no primeiro trimestre de cada ano e que tais itens foram devidamente detalhados nos materiais de divulgação dos resultados referentes ao primeiro trimestre de 2023 pela companhia.