O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), comentou nesta segunda-feira (19) sobre o seu relacionamento com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Padilha negou estar “rompido” com Lira e afirmou ter conversado com o presidente da Câmara na abertura do ano legislativo, no dia 5.
Ao participar do programa “Roda Viva”, da TV Cultura, o ministro disse ainda que não há “pé de guerra” entre o governo e o Congresso. “Não tem pé de guerra. Não tem rompimento de diálogo e vai ter em 2024 a reprodução de uma agenda compartilhada [entre governo e Congresso]. Tenho certeza disso”, disse o ministro.
Questionado se o diálogo com Lira não passará por ele, o ministro negou. “Passa por mim. Eu que coordeno”, afirmou. “Vamos repetir em 2024 o sucesso da agenda de 2023.”
Com a crise política entre Lira e Padilha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escalou o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), para negociar diretamente com o presidente da Câmara. O ministro tentou desconversar sobre o esvaziamento de sua articulação política. “Acho ótimo Rui Costa estar ajudando e se dispor, ser interlocutor. As conquistas que tivemos no ano passado foram o tempo todo operando com vários interlocutores. Quanto mais ministros conversando com presidente da Câmara, presidente do Senado, para mim é melhor”, afirmou. Na sequência, Padilha disse que a coordenação dessas negociações será feita em sua Pasta e com o aval de Lula. “Eu e Rui Costa temos uma relação próxima”, disse, durante a entrevista.
Na abertura do ano legislativo, Lira fez um discurso cheio de críticas ao governo federal. O presidente da Câmara disse que o Orçamento não pertence somente ao Executivo e exigiu que acordos firmados sejam cumpridos.
Apesar das críticas de Lira, Padilha afirmou que o governo Lula tem liberado o pagamento de emendas parlamentares. “Pagamos emendas que foram calote do governo anterior. Tem um tipo de emenda que é transferência especial, que é a rápida forma de repasse avaliação técnica dos ministérios. O governo anterior deixou calote de metade das emendas”, disse, afirmando na sequência que os ministérios no primeiro ano de Lula “bateram recorde” na liberação de emendas.