O brasileiro, mesmo empregado, segue atento a novas oportunidades de trabalho. É o que sugere uma nova pesquisa do PageGroup, conglomerado global de consultorias de recrutamento, obtida com exclusividade pelo Valor.
O levantamento indica que 96% dos profissionais no país estão receptivos a ofertas de emprego, acima da média mundial, que marcou 90%, e levemente inferior ao índice de 98% registrado na América Latina.
“O desequilíbrio entre oferta e demanda de profissionais não é um tema novo”, pondera Ricardo Basaglia, CEO do PageGroup no Brasil. “Mas a velocidade das transformações [nas empresas], a pressão por resultados e a alta competitividade têm aumentado o desafio de atrair e engajar funcionários.”
Ricardo Basaglia, CEO da PageGroup no Brasil recomenda que as empresas valorizem os desejos dos profissionais para retê-los — Foto: Freepik
A pesquisa foi realizada entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, em 37 países, com 69.532 pessoas, sendo 3.057 no Brasil. Entre os brasileiros ouvidos, 33% têm de 40 a 49 anos de idade e 32% foram admitidos antes de 2019, mesma parcela que começou um novo trabalho durante a pandemia (32%). Do total, 39% estão em cargos de supervisão e coordenação, enquanto 26% ocupam cadeiras no C-level.
“Houve um aumento significativo na movimentação de profissionais, passando de 15% em 2021 para 30% no ano passado”, diz Basaglia. O estudo aponta que um a cada três deixa o empregador em até seis meses, e que um a cada dois funcionários está procurando uma nova colocação. Diante do avanço da rotatividade, a orientação do executivo é que as chefias fortaleçam políticas de retenção de talentos.
“Perder um profissional adaptado à função e à cultura organizacional pode impactar diretamente no andamento de projetos e entre as equipes”, afirma. De acordo com o relatório, a lista de motivações das diretorias para impedir a saída de executivos é extensa – vai de salário, benefícios e progressão de carreira, ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, diversidade e inclusão. “A recomendação é que as empresas valorizem mais os desejos dos funcionários ao negociar a permanência na organização.