Pesquisa Quaest mostra empate técnico entre Lula e Bolsonaro e queda nas intenções de voto para 2026
A nova Pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (13) aponta recuo nas intenções de voto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e reaproximação de Jair Bolsonaro (PL), ainda que o ex-presidente siga inelegível. O levantamento indica empate técnico em um eventual segundo turno entre os dois líderes políticos, mostrando um cenário eleitoral cada vez mais competitivo para as eleições de 2026.
De acordo com os dados da Pesquisa Quaest, Lula tem 42% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro aparece com 39%, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. O resultado marca a menor diferença entre os dois desde o início das medições da Quaest e reforça a tendência de desgaste gradual do governo.
Lula perde vantagem e enfrenta cenário mais equilibrado
Os números da Pesquisa Quaest mostram que a vantagem de Lula diminuiu em quase todos os cenários testados. Mesmo mantendo a liderança contra todos os adversários, o presidente apresenta queda nas margens de vantagem em relação ao mês anterior, indicando maior competitividade entre os principais nomes da oposição.
A maior perda de desempenho foi observada nas disputas simuladas contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Júnior (PSD), Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil), Eduardo Bolsonaro (PL) e Eduardo Leite (PSDB).
Apenas Ciro Gomes (PDT) e Michelle Bolsonaro (PL) oscilaram dentro da margem de erro. Já Renan Santos, do movimento Missão, apareceu pela primeira vez na pesquisa, ainda sem série histórica para comparação.
Resultados do 2º turno: vantagem de Lula encolhe
As simulações de segundo turno revelam um encolhimento expressivo da vantagem de Lula em relação aos principais nomes testados. A seguir, a variação observada entre outubro e novembro:
-
Bolsonaro: vantagem de Lula cai de 10 para 3 pontos
-
Ciro Gomes: de 9 para 5 pontos
-
Tarcísio de Freitas: de 12 para 5 pontos
-
Ratinho Júnior: de 13 para 5 pontos
-
Romeu Zema: de 15 para 7 pontos
-
Ronaldo Caiado: de 15 para 7 pontos
-
Michelle Bolsonaro: de 12 para 9 pontos
-
Eduardo Bolsonaro: de 15 para 10 pontos
-
Eduardo Leite: de 23 para 13 pontos
-
Renan Santos: 17 pontos na primeira medição
Embora o petista siga na dianteira em todos os cenários, o levantamento indica aproximação crescente de adversários de centro e direita, com destaque para Tarcísio, Ratinho e Zema, que se consolidam como alternativas viáveis em um quadro sem Bolsonaro.
Cenários de 1º turno: Lula lidera, mas oposição ganha força
No primeiro turno, o cenário mais amplo testado pela Pesquisa Quaest coloca Lula com 32% das intenções de voto e Bolsonaro com 27%, mantendo ambos à frente dos demais concorrentes.
A seguir aparecem Ciro Gomes (8%), Ratinho Júnior (7%), Ronaldo Caiado (4%) e Romeu Zema (3%).
Nos cenários sem Bolsonaro, o campo oposicionista se divide entre Michelle Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e Eduardo Bolsonaro, mas nenhum deles alcança Lula, o que evidencia a dependência da direita em torno do bolsonarismo.
O desempenho fragmentado da oposição mostra que Lula mantém um núcleo sólido de apoio, mas com desgaste crescente, especialmente entre os eleitores de classe média e no Centro-Oeste, regiões onde os governadores Ratinho Júnior e Caiado ampliam presença e popularidade.
Rejeição à reeleição de Lula cresce
Um dos dados mais relevantes da Pesquisa Quaest é o aumento da rejeição à candidatura de reeleição de Lula em 2026.
Segundo o levantamento, 59% dos entrevistados são contra uma nova candidatura do presidente — um aumento de três pontos percentuais em relação ao mês anterior. Apenas 38% defendem a participação de Lula em uma nova disputa.
Em maio, o índice de rejeição havia sido ainda maior, alcançando 66%, o que indica pequenas oscilações, mas dentro de um patamar elevado de resistência à continuidade do petista no poder.
A rejeição à reeleição é mais forte entre homens, eleitores do Sul e Sudeste e faixas de renda mais alta, enquanto as regiões Norte e Nordeste continuam sendo os redutos de maior aprovação do governo.
Bolsonaro cresce, mas enfrenta barreiras legais e eleitorais
Mesmo inelegível, Jair Bolsonaro (PL) mantém forte presença na intenção de voto e nas discussões políticas, o que reflete sua capacidade de influência sobre o eleitorado conservador.
A Pesquisa Quaest mostra que 26% dos brasileiros defendem que ele mantenha sua candidatura, um salto de oito pontos em relação ao levantamento anterior, enquanto 67% acreditam que deveria apoiar outro nome.
O dado revela um cenário de fidelidade do eleitor bolsonarista, mas também um impasse para a direita, que ainda não consolidou um sucessor capaz de unificar o campo político caso o ex-presidente permaneça inelegível até 2026.
Entre os possíveis herdeiros políticos, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas são os nomes mais mencionados em pesquisas qualitativas e no radar das articulações partidárias.
Ambiente político mais fragmentado em 2026
A Pesquisa Quaest reforça que o cenário eleitoral de 2026 será mais competitivo e fragmentado. A diferença entre os dois principais polos — Lula e Bolsonaro — diminui, enquanto novos atores regionais surgem como alternativas viáveis no debate nacional.
A tendência de empate técnico entre Lula e Bolsonaro acende um alerta dentro do governo federal, especialmente em meio a desafios econômicos e desgaste político.
A oposição, por sua vez, vê no resultado uma janela de oportunidade para consolidar novas lideranças até o próximo pleito.
Os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Ratinho Júnior (PR) e Romeu Zema (MG) ganham destaque como possíveis candidatos de centro-direita, enquanto a esquerda busca reforçar alianças regionais e ampliar sua base social diante da queda de aprovação do governo.
O que a Quaest revela sobre o eleitorado brasileiro
A leitura dos dados da Pesquisa Quaest indica que o eleitorado está menos polarizado, mas mais pragmático. O voto tende a se concentrar em candidatos percebidos como capazes de resolver problemas econômicos e sociais, em detrimento de discursos ideológicos.
A pesquisa também aponta maior insatisfação com o custo de vida, inflação e segurança pública, fatores que pesam contra o governo federal e favorecem narrativas oposicionistas.
Com isso, a disputa presidencial de 2026 se desenha como uma corrida mais equilibrada, na qual o apoio regional, o desempenho econômico e a capacidade de comunicação digital devem ser determinantes.
Lula enfrenta pressão e oposição se reorganiza
O novo levantamento da Pesquisa Quaest mostra um cenário de alerta para o Planalto. Embora Lula continue liderando, o avanço de adversários e o aumento da rejeição à reeleição evidenciam desgaste político e maior equilíbrio nas forças eleitorais.
A aproximação de Bolsonaro, mesmo inelegível, reforça o poder de mobilização do ex-presidente e mantém viva a polarização política que marcou as últimas eleições.
Com o eleitorado fragmentado e o crescimento de nomes regionais, 2026 promete ser uma disputa aberta e imprevisível, onde alianças partidárias e estratégias digitais terão papel decisivo.






