Recomendação de Compra do Goldman Sachs para Petrobras e Preço-Alvo de R$ 41,90
A Petrobras (PETR4) continua a ser uma das principais apostas do Goldman Sachs, que mantém sua recomendação de compra para a companhia, com um preço-alvo de R$ 41,90, representando uma alta de 8,8% em relação ao fechamento de terça-feira (2), quando a ação estava cotada a R$ 38,51. A análise do Goldman Sachs reflete uma confiança na governança corporativa da Petrobras, que se fortaleceu desde 2016, proporcionando perspectivas sólidas para o futuro da empresa.
Encontro com a Nova CEO e Projeções para 2024
Os analistas do Goldman Sachs se reuniram recentemente com a nova CEO da Petrobras, Magda Chambriard, para discutir o futuro da gestão da executiva na companhia. Após essas conversas, eles mantiveram suas projeções otimistas para o pagamento de dividendos da Petrobras em 2024, estimando um rendimento de 15,7%, significativamente acima da taxa Selic, que atualmente está em 10,50%.
A política de dividendos da Petrobras prevê o pagamento de 45% do Fluxo de Caixa Livre (FCL) da companhia em proventos, desde que o endividamento bruto seja igual ou inferior ao nível máximo de endividamento definido no plano estratégico em vigor, atualmente estabelecido em US$ 65 bilhões. Com base nisso, os analistas estimam uma receita de R$ 499,6 bilhões para a Petrobras em 2024, com um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 257,4 bilhões. Isso resultaria em um Fluxo de Caixa Livre de 17,3% para o ano, culminando em um dividendo de 15,7% do valor de mercado da ação.
Solidez na Governança e Manutenção de Políticas
Os analistas destacam a recuperação contínua dos preços das ações da Petrobras, atribuindo essa resiliência tanto aos fundamentos corporativos sólidos quanto à melhoria da governança, resultado do processo de recuperação iniciado em 2016. Eles ressaltam que as leis atuais e o estatuto social da Petrobras apresentam desafios para a nova administração alterar significativamente a alocação de capital e as estratégias de preços de combustível, o que sugere uma estabilidade nas principais políticas da empresa no médio prazo.
Preço da Gasolina e a Política de Preços da Petrobras
Enquanto a política de preços da Petrobras é vista com bons olhos pelo mercado, os analistas do Itaú BBA apontam que a gasolina está sendo vendida abaixo da banda de preços estipulada pela companhia. No ano passado, a Petrobras mudou sua política de preços, abandonando o Preço de Paridade de Importação (PPI) e adotando uma média entre o PPI e o Preço de Paridade de Exportação (PPE).
O preço da gasolina, segundo os dados do Itaú BBA, deveria ser de R$ 3,45 por litro pelo PPI, ou R$ 3,07 por litro pelo PPE. No entanto, o preço atual está em R$ 2,81 por litro, 18% abaixo do PPI e 8% abaixo do PPE. Os analistas do Itaú BBA, Monique Greco Natal, Bruna Amorim e Eric de Mello, sugerem que a Petrobras pode estar esperando uma visão mais clara do cenário internacional antes de ajustar os preços para evitar a transmissão da volatilidade do mercado internacional aos consumidores internos.
Diesel na Faixa Ideal de Preços
Diferente da gasolina, o diesel está sendo vendido dentro da faixa ideal de preços. Atualmente, o diesel é vendido a R$ 3,48 por litro, 17% abaixo dos R$ 4,20 do PPI, mas 2% acima dos R$ 3,40 do PPE. Esse equilíbrio pode indicar uma estratégia diferenciada da Petrobras em relação aos dois principais combustíveis, refletindo as dinâmicas distintas de mercado e demanda.
Expectativas Futuras e Recomendação de Investimento
Os analistas do Goldman Sachs não esperam grandes revisões na estratégia e nas principais políticas da Petrobras a médio prazo, devido aos desafios impostos pelas leis atuais e pelo estatuto social da companhia. Essa previsão de estabilidade, combinada com a sólida governança corporativa e as políticas de dividendos, sustenta a recomendação de compra das ações da Petrobras com um preço-alvo de R$ 41,90.
Por outro lado, os analistas do Itaú BBA destacam a defasagem atual no preço da gasolina em relação às políticas da Petrobras, sugerindo que futuros ajustes de preços podem ocorrer à medida que o cenário internacional se torne mais claro.
Para investidores, a recomendação de compra do Goldman Sachs, combinada com as perspectivas de dividendos atraentes e a sólida governança, faz da Petrobras uma opção de investimento robusta. No entanto, é importante monitorar de perto os ajustes de preços dos combustíveis e as dinâmicas do mercado internacional que podem influenciar as políticas da empresa.