Pix supera cartões e movimenta R$ 15 trilhões em 2025, segundo Banco Central
O Pix consolidou sua posição como o meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Dados divulgados pelo Banco Central (BC) revelam que, entre janeiro e junho de 2025, o sistema de pagamentos instantâneos movimentou R$ 15 trilhões, um crescimento de 27,6% em relação ao mesmo período de 2024. Com 36,9 bilhões de operações no semestre, o Pix supera cartões e responde por mais da metade de todas as transações financeiras realizadas no país.
O levantamento mostra que o Pix representa agora 50,9% das transações financeiras brasileiras, ultrapassando com folga os cartões de crédito e débito, que juntos somaram 34,3% das operações. Em apenas cinco anos desde sua criação, o sistema transformou profundamente a forma como os brasileiros transferem, compram e pagam contas, tornando-se símbolo da digitalização financeira nacional.
Pix supera cartões e se consolida como principal meio de pagamento
O Pix supera cartões e assume um papel central no cotidiano financeiro do brasileiro. No primeiro semestre de 2025, foram 72,5 bilhões de operações financeiras no total, movimentando R$ 59,7 trilhões. Deste volume, o Pix foi responsável por quase um quarto, confirmando seu domínio absoluto em número de transações.
Além de acelerar a substituição do dinheiro físico, o Pix também impulsiona a inclusão financeira e amplia a competitividade entre bancos, fintechs e instituições de pagamento. O sistema, gratuito para pessoas físicas, atraiu milhões de novos usuários e tornou-se ferramenta essencial para autônomos, empreendedores e pequenos comerciantes.
Pessoas físicas dominam o uso do Pix
Segundo o Banco Central, 45% das transações realizadas com Pix em 2025 partiram de pessoas físicas, enquanto 42,1% envolveram transferências entre consumidores e empresas. As operações exclusivamente entre empresas representaram 12,5% do total, e as realizadas por órgãos públicos, apenas 0,4%.
O dado reforça a popularização do Pix no dia a dia do cidadão comum, utilizado para transferências entre amigos e familiares, pagamentos de contas, serviços e compras no comércio. Essa ampla adesão impulsionou também o crescimento do Pix Saque e do Pix Troco, modalidades que permitem sacar ou receber troco em espécie em estabelecimentos comerciais.
Crescimento do Pix Saque mostra avanço sobre o dinheiro físico
O Pix Saque registrou alta de 36,2% no primeiro semestre de 2025, alcançando 7,7 milhões de operações. A funcionalidade permite ao usuário sacar dinheiro diretamente em lojas, sem precisar recorrer a agências bancárias ou caixas eletrônicos.
Essa expansão faz parte da estratégia do Banco Central de facilitar o acesso ao dinheiro físico, especialmente em cidades menores, e reduzir custos operacionais do sistema financeiro. O avanço do Pix Saque também reflete a queda dos saques tradicionais: as retiradas em agências bancárias caíram 18,2%, em caixas eletrônicos 13,2% e em correspondentes bancários 11,1%. No total, os saques físicos diminuíram 12,7% no semestre.
Cartões mantêm relevância, mas perdem espaço
Embora o Pix supera cartões em volume de transações, os plásticos ainda têm papel importante na economia. Juntos, crédito, débito e pré-pago responderam por 34,3% das transações no primeiro semestre. O cartão de crédito segue na liderança entre as modalidades, com 243 milhões de unidades ativas e expansão de 9,7%.
Em valor movimentado, o crédito representa 69,3% do total das operações com cartões, refletindo o uso predominante para compras parceladas e transações de maior valor. A digitalização também impulsionou o avanço dos pagamentos por aproximação (contactless) — uma tendência consolidada entre os brasileiros.
Pagamentos por aproximação crescem em todas as modalidades
A tecnologia contactless continua se expandindo rapidamente. Segundo o relatório, 63,2% das transações com cartões pré-pagos foram por aproximação, seguidas de 47,2% nos cartões de débito e 37,5% nos cartões de crédito.
O crescimento desse formato está diretamente ligado ao aumento das compras de pequeno valor, especialmente em transporte público, delivery e varejo. A praticidade e a segurança desse tipo de pagamento têm conquistado o consumidor, que hoje utiliza o celular ou smartwatch para transações cotidianas.
Comércio eletrônico mantém papel estratégico para os cartões
Mesmo com o avanço do Pix, o comércio eletrônico continua sendo o principal motor do uso de cartões no país. No segundo trimestre de 2025, 21,9% das compras com cartão de crédito foram feitas pela internet, consolidando o ambiente digital como canal preferencial para transações de alto valor ou assinaturas recorrentes.
Ainda assim, o Pix supera cartões também nesse campo: plataformas de e-commerce, marketplaces e aplicativos de delivery já oferecem o Pix como forma principal de pagamento instantâneo, atraindo clientes que buscam rapidez e menor custo de transação.
TED ainda domina o volume financeiro, mas o Pix encurta a distância
Apesar da popularização do Pix, a Transferência Eletrônica Disponível (TED) segue como o mecanismo responsável pelo maior volume financeiro movimentado no país — 37,1% do total entre janeiro e junho de 2025.
O Pix aparece logo atrás, com 26,5%, superando os boletos bancários, que representam 8,1% do volume, e deixando os cheques praticamente obsoletos, com apenas 0,6%. Esse avanço comprova a robustez do sistema instantâneo e sua capacidade de lidar com transações de alto valor, tendência que deve se intensificar com o lançamento do Pix Garantido e do Pix Automático.
Tarifas dos cartões permanecem estáveis
Mesmo com a perda de participação, as tarifas de intercâmbio cobradas dos lojistas pelas operadoras de cartões seguem dentro dos limites definidos pelo Banco Central:
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0,50% para débito
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0,70% para pré-pago
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1,68% para crédito
O leve aumento na taxa do crédito reflete a expansão dos cartões premium, como platinum e black, que cresceram 16,7% em relação a 2024 e já somam 58,3 milhões de unidades no país.
Além disso, as taxas de desconto (MDR) — valores retidos das vendas pelos adquirentes — apresentaram leve redução, passando de 2,32% para 2,16% no crédito e de 1,14% para 1,08% no débito. A queda reflete maior competitividade entre operadoras e pode resultar em preços mais baixos para o consumidor final.
Impactos do Pix na economia brasileira
O fato de o Pix superar cartões não é apenas um marco tecnológico, mas também um divisor de águas para a economia brasileira. A digitalização dos pagamentos aumenta a eficiência do sistema financeiro, reduz custos operacionais, facilita o rastreamento de recursos e contribui para a formalização econômica.
O modelo também amplia a inclusão financeira, permitindo que pessoas sem conta corrente tradicional participem do sistema de pagamentos por meio de carteiras digitais e bancos virtuais. Essa democratização tem efeitos diretos sobre o consumo, o crédito e a arrecadação de tributos.
Expectativas para o segundo semestre de 2025
O Banco Central projeta continuidade no crescimento do Pix até o fim do ano, impulsionado pela chegada de novas funcionalidades como o Pix Automático, que permitirá pagamentos recorrentes; o Pix com Garantia, voltado para compras parceladas; e a integração com o Drex (Real Digital).
Essas inovações prometem elevar ainda mais a eficiência e a segurança das transações, consolidando o Pix como principal meio de pagamento digital do país e ampliando sua liderança sobre os cartões.
O Pix supera cartões e redefine a relação do brasileiro com o dinheiro, transformando-se no eixo central do sistema financeiro nacional e pavimentando o caminho para a economia totalmente digital.






