Essa nova política de preços, conforme afirmado por Rodrigues, está impactando negativamente a margem de refino da Petrobras. A margem de refino é a diferença entre o preço de venda dos derivados do petróleo e o preço do petróleo bruto. A queda nessa margem está diretamente relacionada à redução dos lucros da empresa. No segundo trimestre, por exemplo, a Petrobras registrou um lucro de R$ 28 bilhões, o que representa uma queda de 47% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Rodrigues enfatiza que os acionistas da Petrobras já estão enfrentando perdas financeiras devido a essa situação. Ele caracteriza a nova política de preços da Petrobras como uma “grande caixa preta”, apontando a falta de transparência em relação à metodologia utilizada pela empresa para definir os preços dos combustíveis. Segundo ele, os argumentos técnicos da Petrobras são semelhantes aos utilizados em 2014, quando a empresa registrou grandes prejuízos.
No entanto, o especialista ressalta que o cenário atual não é completamente comparável ao de 2014, apesar de algumas semelhanças. Embora o preço do petróleo esteja alto, não atinge os mesmos níveis daquela época. Além disso, a situação é beneficiada por uma taxa de câmbio mais estável e uma administração da Petrobras que está mais eficiente do que em 2014.
Até o momento da publicação desta matéria, a Petrobras não havia respondido aos questionamentos feitos pela Gazeta Mercantil sobre o assunto. O espaço permanece aberto para possíveis comentários da empresa.