Apesar da crise enfrentada pela Petrobras nos últimos dias, a demissão do presidente da estatal, Jean Paul Prates, não está em cogitação. A possibilidade foi descartada após uma reunião realizada nesta segunda-feira, 11, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), membros do governo e Jean Paul Prates. A informação sobre a permanência de Prates foi confirmada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
A especulação sobre a demissão de Jean Paul Prates surgiu após a estatal enfrentar uma queda de R$ 55 bilhões em seu valor de mercado. Essa queda foi atribuída à decisão de não distribuir os R$ 44 bilhões de dividendos extraordinários.
A reunião, que durou mais de três horas e tinha sido agendada anteriormente à crise, teve como principal pauta a questão dos dividendos. Durante o encontro, o presidente da Petrobras optou por não comentar sobre a decisão de reter os dividendos extraordinários, afirmando que não discutirá mais o assunto.
A retenção dos dividendos extraordinários pela Petrobras resultou em uma queda de 6,3% no lucro do quarto trimestre. A decisão de não distribuir esses dividendos foi tomada pelo conselho administrativo, no qual o governo possui maioria. Jean Paul Prates absteve-se na votação. Ele defendia a distribuição de 50% dos recursos disponíveis e argumentava que a não distribuição dos dividendos extras poderia prejudicar o valor de mercado da empresa.
Os dividendos são uma parcela do lucro da empresa que é repartida entre os acionistas. O não pagamento desses dividendos é entendido pelo mercado como uma sinalização negativa sobre a rentabilidade da estatal. Os dividendos considerados extraordinários referem-se a uma parcela paga além do mínimo obrigatório, o que significa que a empresa não é obrigada a distribuí-los.
A permanência de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras, após essa reunião com o governo, traz um sinal de estabilidade em meio à turbulência enfrentada pela empresa. No entanto, a decisão de reter os dividendos extraordinários continua sendo objeto de debate e especulação no mercado financeiro.