Produção de Café no Brasil Alcança R$ 126 Bilhões em 2025 e Impulsiona Economia Nacional
A força do café na economia agrícola brasileira
Em 2025, a produção de café no Brasil atinge um marco histórico. Segundo o Ministério da Agricultura, o setor deverá movimentar R$ 126 bilhões em Valor Bruto de Produção (VBP), ultrapassando a cana-de-açúcar e assumindo a terceira colocação entre os produtos agrícolas mais valiosos do país, atrás apenas da soja e do milho. Essa ascensão coloca o café como peça-chave para a economia rural brasileira e impulsiona estados produtores, como Minas Gerais, a novos patamares de protagonismo.
Com essa nova colocação, Minas Gerais — tradicional líder na cafeicultura — supera estados como São Paulo, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul, ficando atrás apenas de Mato Grosso em valor da produção agrícola. A valorização do café, especialmente dos grãos arábica e robusta (canéfora), é um reflexo direto da combinação entre queda de oferta global e alta nos preços, mesmo com recuo na produtividade.
Café supera a cana e assume protagonismo em 2025
A produção de café no Brasil deverá atingir um VBP de R$ 126 bilhões neste ano, segundo estimativas do Ministério da Agricultura. Em comparação com 2023, quando o valor foi de R$ 53 bilhões, a alta é de impressionantes 138%. Esse crescimento coloca o café à frente da cana-de-açúcar no ranking nacional, posicionando-se como o terceiro principal item do agronegócio brasileiro em termos de valor econômico.
O levantamento considera o volume de produção multiplicado pelos preços praticados dentro da porteira, revelando uma tendência de valorização mesmo sem aumento significativo na produtividade. Fatores climáticos adversos afetaram as safras, mas os preços elevados compensaram as perdas.
Minas Gerais lidera a revolução cafeeira
Com o avanço da produção de café no Brasil, Minas Gerais se beneficia diretamente. O estado, que historicamente responde pela maior parte da safra nacional de café arábica, verá seu VBP no setor atingir R$ 63 bilhões em 2025 — mais do que o dobro dos R$ 29 bilhões registrados em 2023. Esse salto coloca Minas na vice-liderança nacional na produção agrícola total, atrás apenas do Mato Grosso.
Esse resultado reforça a importância do café como motor econômico do estado. O produto é responsável por irrigar a renda de milhares de produtores, sobretudo de pequeno e médio porte, e impacta positivamente os setores de logística, exportação, beneficiamento e comércio interno.
Preços recordes impulsionam o setor
A valorização da saca de café em 2025 é um dos principais fatores para o aumento no VBP. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a saca de 60 quilos do café arábica está cotada a R$ 2.521, registrando uma alta de 127% em relação ao mesmo período de 2023. Já o robusta (canéfora), amplamente produzido no Espírito Santo e Rondônia, subiu 157%, atingindo R$ 1.712 por saca.
Essa escalada de preços é resultado da combinação entre a forte demanda interna e internacional e a escassez da oferta global, especialmente do café robusta, cuja produção no Vietnã — principal fornecedor mundial — foi impactada por condições climáticas desfavoráveis nos últimos anos.
Expansão da receita nacional no campo
A expressiva valorização do café contribuiu significativamente para a elevação do VBP das lavouras brasileiras como um todo, que deve alcançar R$ 951 bilhões em 2025 — um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. Se somarmos os R$ 480 bilhões provenientes da pecuária, o VBP total do setor agropecuário nacional deverá atingir R$ 1,43 trilhão.
Esse desempenho reforça o papel estratégico do agronegócio na economia nacional, com o café se consolidando como uma das estrelas do setor, seja pelo volume de produção ou pela expressividade das receitas geradas, tanto no mercado interno quanto nas exportações.
Arábica e robusta: os dois motores da cafeicultura
O Brasil é, historicamente, o maior produtor mundial de café arábica, variedade conhecida por seu sabor mais suave e maior valor agregado. Em 2025, a produção dessa variedade deverá gerar R$ 90 bilhões dentro da porteira, um aumento de 57% em relação a 2024.
Por outro lado, o robusta, também chamado de conilon ou canéfora, ganha cada vez mais espaço na balança comercial do café. As receitas com essa variedade cresceram 64%, alcançando R$ 36 bilhões. O robusta é fundamental para o café solúvel e blends industriais, sendo valorizado por sua resistência e produtividade.
Safra 2025/26 deverá cair 6,4%, segundo Rabobank
Apesar do desempenho financeiro expressivo, a produção de café no Brasil deverá registrar queda em volume. Segundo o banco Rabobank, a safra 2025/26 está estimada em 62,8 milhões de sacas, o que representa uma retração de 6,4% em relação ao ciclo anterior.
A queda será puxada pelo arábica, cuja produção deve cair 13,6%, impactada pela florada prejudicada devido ao clima seco de 2024. Já o robusta deverá crescer 7,3%, atingindo uma safra de 24,7 milhões de sacas — um novo recorde nacional para a variedade.
Café solúvel também registra alta no consumo e nas exportações
A Abics (Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel) anunciou que o consumo interno de café solúvel aumentou 6% no primeiro trimestre de 2025, comparado ao mesmo período de 2024. Já as exportações dessa categoria subiram 8% em volume e 57% em valor, refletindo a alta dos preços internacionais e a demanda crescente por conveniência.
Esses dados demonstram que o café, em suas diversas formas e apresentações, continua a conquistar mercados globais e a diversificar as fontes de receita para o setor cafeeiro brasileiro.
Perspectivas para o futuro da cafeicultura no Brasil
Com preços valorizados, aumento da demanda internacional e expansão do consumo interno, o futuro da produção de café no Brasil permanece promissor. No entanto, desafios como a instabilidade climática e a necessidade de inovação tecnológica exigem atenção do setor.
Investimentos em irrigação, genética de mudas resistentes, manejo sustentável e expansão de áreas produtivas em novas regiões serão cruciais para manter o país na liderança mundial da cafeicultura e garantir a rentabilidade dos produtores.
A produção de café no Brasil vive um de seus momentos mais expressivos em termos de valor econômico. O VBP recorde, impulsionado pelos altos preços do arábica e do robusta, consolida o café como um dos pilares do agronegócio nacional em 2025. Minas Gerais assume papel de destaque e o setor, mesmo diante de desafios climáticos, segue crescendo e movimentando bilhões na economia.
Para os próximos anos, a expectativa é de manutenção da demanda elevada e valorização do produto brasileiro, especialmente se o país continuar investindo em qualidade, inovação e sustentabilidade.