A política paulistana é sacudida por uma possível debandada do PSDB, com seis dos oito vereadores do partido na Câmara Municipal cogitando deixar a legenda para as eleições deste ano. O movimento, que vem sendo gestado desde a última quinta-feira (7), pode representar um golpe para o partido na cidade onde foi fundado.
Entre os nomes que podem deixar o PSDB estão figuras proeminentes, como Fábio Riva e Gilson Barreto, líder e vice-líder do governo na Câmara, respectivamente, além de João Jorge, que tem uma trajetória de 30 anos dentro da legenda.
A crise no partido não se limita à esfera municipal. Desde dezembro, o PSDB em São Paulo tem enfrentado uma instabilidade na liderança, com três diferentes presidentes ocupando o cargo num curto período de tempo.
A situação se agrava ainda mais com a destituição de Marco Vinholi, eleito para presidir o PSDB no estado no dia 6 de março, mas removido do cargo apenas dois dias depois em uma decisão considerada “ilegal” pela executiva nacional do partido.
A raiz da crise reside em um racha entre as lideranças nacionais do PSDB, especialmente em relação às alianças políticas. Enquanto o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, se opõe a uma aliança em São Paulo com o prefeito Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), alguns vereadores tucanos na capital defendem a manutenção dessa aliança.
Em uma entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o vereador Fábio Riva criticou o governador gaúcho, acusando-o de não compreender a realidade diária da cidade e de interferir sem ouvir as lideranças locais.
Enquanto isso, os vereadores insatisfeitos buscam refúgio em outras legendas, como MDB, PSD e União Brasil, sendo as duas primeiras já engajadas na campanha de Nunes. A última, por sua vez, ainda negocia o apoio por meio do vereador Milton Leite, presidente da Câmara Municipal.
Com a janela para mudança de partidos aberta e as eleições se aproximando, o PSDB enfrenta uma crise que pode comprometer sua influência política na cidade de São Paulo.