Rejeição a Trump no Brasil cresce após tarifaço: brasileiros desaprovam Bolsonaro e Tarcísio na crise
A crescente tensão entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo episódio com o anúncio de um tarifaço de 50% por parte do governo norte-americano. A medida, atribuída diretamente ao ex-presidente Donald Trump, que busca retornar ao poder com uma agenda protecionista, teve repercussões imediatas entre os brasileiros. Uma pesquisa recente revelou um aumento expressivo na rejeição a Trump no Brasil, bem como a desaprovação da postura de políticos brasileiros que apoiaram o norte-americano, como Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas.
O que dizem os brasileiros sobre Trump?
A nova rodada da pesquisa Pulso Brasil/Ipespe mostrou que a rejeição a Trump no Brasil atingiu 61% em julho de 2025, após o anúncio de um tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros. Em comparação com maio, quando a rejeição era de 55%, o crescimento foi de 6 pontos percentuais. Paralelamente, a aprovação caiu de 39% para 33%.
Esse aumento da rejeição está diretamente relacionado ao impacto econômico que as novas tarifas podem gerar no Brasil, afetando exportações estratégicas e setores da indústria nacional, como o agronegócio e a siderurgia.
Bolsonaro e aliados são desaprovados pelos brasileiros
A postura de figuras políticas brasileiras também foi alvo da pesquisa. A população avaliou negativamente a reação de líderes como Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, todos alinhados publicamente às decisões de Donald Trump.
Rejeição à postura de Jair Bolsonaro
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60% dos entrevistados desaprovam a forma como Jair Bolsonaro reagiu à crise do tarifaço.
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Apenas 32% aprovam sua postura diante do embate comercial com os EUA.
Eduardo Bolsonaro: filho e aliado de Trump
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A rejeição ao deputado Eduardo Bolsonaro chegou a 59%.
Tarcísio de Freitas: aliado questionado
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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, foi desaprovado por 46% dos entrevistados.
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Ele obteve 32% de aprovação, após manifestar apoio às medidas tarifárias impostas por Trump.
A rejeição a Trump no Brasil se ampliou justamente pela associação desses líderes nacionais à política econômica norte-americana, vista como danosa aos interesses brasileiros.
Lula ganha apoio na condução da crise
Em contraste com os índices negativos de Bolsonaro e aliados, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi melhor avaliado. De acordo com a pesquisa, 50% dos brasileiros aprovam a atuação do governo Lula na gestão da crise provocada pelo tarifaço, enquanto 46% desaprovam.
A postura do governo brasileiro foi considerada firme e diplomática, com destaque para a sinalização de possíveis retaliações e estudos sobre taxação de empresas norte-americanas como as big techs.
Proximidade com Trump pode afetar eleições de 2026
Um dado relevante revelado pela pesquisa é a percepção do eleitorado brasileiro sobre os reflexos políticos da proximidade com Donald Trump. Para 53% dos entrevistados, candidatos que se mostrem próximos a Trump terão dificuldades na disputa presidencial de 2026.
Esse indicador reforça o desgaste da imagem de Trump no Brasil e evidencia os riscos políticos para nomes como Bolsonaro e Tarcísio, que mantêm uma linha de discurso alinhada com a política externa trumpista.
Brasileiros desaprovam sanções dos EUA contra ministros do STF
Além do tarifaço, a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos inclui outro episódio controverso: a revogação dos vistos de entrada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos EUA. A maioria da população (57%) discorda da medida, enquanto 37% dizem concordar.
Essa retaliação, vista por muitos como uma interferência direta nos assuntos internos do Brasil, também contribuiu para o crescimento da rejeição a Trump no Brasil.
Taxação das big techs conta com apoio da maioria
Como resposta às sanções americanas, o governo Lula estuda a possibilidade de taxar as big techs que operam no Brasil e têm sede nos EUA. Essa proposta conta com o apoio de 55% dos brasileiros, enquanto 40% se posicionam contra.
A medida, considerada uma forma de equilibrar a balança comercial e garantir maior arrecadação tributária, tem respaldo popular e pode se tornar uma das principais estratégias do governo brasileiro no embate com Trump.
Rejeição a Trump no Brasil: reflexo de uma política protecionista
O aumento da rejeição a Trump no Brasil é reflexo direto de sua política econômica protecionista, que impõe tarifas elevadas a parceiros comerciais em nome da “proteção da indústria norte-americana”. Para o Brasil, essa política representa ameaça ao crescimento das exportações e ao fortalecimento das relações diplomáticas bilaterais.
Além disso, o uso político dessas medidas tarifárias por Trump, mirando sua base eleitoral nos EUA, provoca reações negativas entre países afetados, como o Brasil, que vê sua soberania econômica desafiada por decisões unilaterais.
As implicações econômicas do tarifaço de Trump
O tarifaço de 50% anunciado por Trump contra o Brasil afeta principalmente:
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Exportações do agronegócio (soja, carne e milho)
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Indústria siderúrgica (aço e alumínio)
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Setor de manufaturados
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Cooperação tecnológica entre os países
A médio e longo prazo, essas medidas podem gerar:
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Redução no superávit da balança comercial brasileira
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Perda de competitividade de produtos nacionais nos EUA
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Aumento da inflação devido à substituição de exportações
Lula mira retaliação econômica e fortalecimento de alianças
Diante da agressividade comercial de Trump, o governo Lula estuda medidas de retaliação, além de buscar novas alianças comerciais. A ideia é diversificar mercados, reduzir a dependência dos EUA e fortalecer o Mercosul, além de ampliar relações com a União Europeia, China e países árabes.
Essa postura estratégica é bem vista por especialistas e pela maioria da população, como mostra o aumento da aprovação do governo diante da crise.
O que esperar das eleições de 2026?
Com o cenário político se redesenhando, a rejeição a Trump no Brasil pode influenciar diretamente o resultado das eleições presidenciais de 2026. Candidatos associados à imagem de Trump terão o desafio de se distanciar das polêmicas envolvendo tarifas, sanções e atitudes consideradas hostis ao Brasil.
O eleitor brasileiro demonstrou que valoriza uma política externa independente e voltada à proteção dos interesses nacionais — o que tende a favorecer discursos mais moderados e pragmáticos.
A escalada da rejeição a Trump no Brasil após o tarifaço de 50% evidencia uma clara insatisfação popular com políticas externas que prejudicam a economia nacional. A desaprovação a líderes políticos que apoiaram Trump, como Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, também sinaliza uma mudança no cenário político nacional.
Com o governo Lula ganhando respaldo por sua atuação estratégica, o Brasil busca alternativas para proteger sua economia e se reposicionar no cenário internacional. Enquanto isso, a imagem de Trump segue em declínio entre os brasileiros, com impactos que podem se estender até as eleições de 2026.






