Renda Fixa bate recorde histórico no Brasil em 2025: oportunidades, fundos e estratégias para lucrar mais
Renda fixa atinge novo marco no primeiro trimestre de 2025
O mercado de renda fixa brasileiro iniciou o ano de 2025 com um desempenho impressionante e histórico. De acordo com dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), as ofertas de produtos de renda fixa atingiram o montante de R$ 152,3 bilhões entre janeiro e março deste ano. Trata-se do maior volume já registrado para o primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012.
Esse crescimento expressivo evidencia não apenas a maturidade do mercado, mas também o aumento do interesse dos investidores por instrumentos financeiros seguros e rentáveis — especialmente em um cenário de juros elevados e inflação controlada.
Debêntures incentivadas lideram captações e impulsionam a renda fixa
Entre os destaques desse movimento, estão as debêntures incentivadas, que sozinhas movimentaram R$ 103,1 bilhões, estabelecendo um novo recorde. Esse tipo de ativo vem conquistando cada vez mais espaço na carteira dos investidores brasileiros devido a dois fatores principais: isenção de imposto de renda e atratividade de retorno real acima da média.
As debêntures incentivadas são títulos de dívida emitidos por empresas que visam financiar projetos de infraestrutura, sendo regulamentadas pela Lei nº 12.431/11. Justamente por atenderem a políticas públicas de desenvolvimento, esses papéis são isentos de imposto de renda para pessoas físicas, o que aumenta seu apelo.
Além da compra direta no mercado, investidores têm a possibilidade de acessar esses ativos por meio de fundos de debêntures ou dos chamados FI-Infra, que são negociados na Bolsa de Valores. Estes fundos vêm se popularizando por oferecerem renda mensal isenta de IR, o que é extremamente vantajoso para investidores que buscam previsibilidade financeira.
Fundos de crédito privado e debêntures ganham protagonismo
A ascensão da renda fixa no Brasil em 2025 também tem impulsionado o crescimento de diversos fundos de investimento especializados. Os fundos de crédito privado e fundos de debêntures são hoje protagonistas na carteira de muitos investidores sofisticados.
Esses fundos alocam seus recursos em papéis emitidos por empresas e instituições financeiras, como debêntures incentivadas, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Notas Comerciais.
Segundo relatório da gestora AZ Quest, o cenário atual de juros elevados — com a taxa Selic mantendo-se acima da média histórica — tem beneficiado significativamente esses produtos. Como muitos dos ativos desses fundos são indexados ao CDI ou à inflação (IPCA), os retornos nominais se tornam altamente atrativos.
Exemplos de fundos que se destacam:
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AZ Quest Supra FIC FIM: retorno de 13,37% no acumulado recente.
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Fator Debêntures Incentivadas: rentabilidade acumulada de 131,4% desde o início.
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INFB11 (FI-Infra): título indexado ao IPCA com taxa anual de IPCA + 9,48%, isento de IR.
Crescimento dos FIDCs e Notas Comerciais reforça a atratividade do setor
Além das debêntures, o avanço da renda fixa em 2025 foi impulsionado por outros instrumentos financeiros. Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) captaram R$ 14,6 bilhões no período, enquanto as Notas Comerciais movimentaram R$ 6,8 bilhões.
Os FIDCs são fundos estruturados que investem em direitos creditórios, como duplicatas, cheques, contratos e aluguéis. Eles oferecem retornos interessantes, sobretudo quando bem estruturados e com análise de risco adequada.
Já as Notas Comerciais, voltadas para o financiamento de empresas, são opções acessíveis e com prazos mais curtos, atraindo investidores que buscam diversificação e liquidez.
Contexto internacional reforça atratividade do Brasil
O otimismo não se restringe ao mercado doméstico. No cenário internacional, a renda fixa brasileira também tem despertado interesse crescente. As ofertas externas somaram US$ 11,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025, segundo a ANBIMA, sinalizando o apetite global por ativos brasileiros.
Esse movimento de entrada de capital estrangeiro ocorre, principalmente, pela combinação de juros reais elevados no Brasil, estabilidade fiscal e perspectivas de crescimento moderado da economia. Isso posiciona o país como uma das principais alternativas para investidores globais em busca de rentabilidade com segurança.
Por que investir em renda fixa em 2025?
A renda fixa tornou-se uma alternativa sólida e estratégica tanto para investidores iniciantes quanto experientes. Veja algumas das principais vantagens:
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Segurança e previsibilidade: especialmente em tempos de incerteza macroeconômica.
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Isenção fiscal: alguns ativos, como debêntures incentivadas e FI-Infra, não são tributados.
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Rentabilidade real elevada: com juros reais acima de 6% ao ano, o Brasil figura entre os países mais atrativos do mundo.
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Diversificação de carteira: os instrumentos de renda fixa podem ser combinados com ativos de renda variável para formar portfólios equilibrados.
Como aproveitar o momento da renda fixa?
Para quem deseja aproveitar essa onda positiva, o ideal é buscar informações e, se possível, contar com apoio profissional. Investir em fundos bem geridos, que aplicam em debêntures, FIDCs e outros papéis de crédito privado, é uma excelente alternativa.
Além disso, plataformas de investimento e corretoras oferecem produtos com diferentes perfis de risco e prazos, atendendo desde o investidor mais conservador até o mais arrojado.
A dica é observar três fatores principais antes de aplicar:
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Indexador: IPCA, CDI ou prefixado?
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Prazo: qual o tempo ideal para manter o investimento?
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Risco de crédito: qual a qualidade do emissor do título?
Perspectivas para o segundo semestre de 2025
A expectativa do mercado é de que a renda fixa continue em evidência no segundo semestre, principalmente se o Banco Central mantiver ou até elevar os juros para conter pressões inflacionárias. Além disso, a estabilidade fiscal e política tende a fortalecer ainda mais a confiança dos investidores.
Com a perspectiva de novas emissões de debêntures incentivadas e expansão dos FI-Infra, o segmento deve continuar batendo recordes, consolidando-se como um dos pilares mais importantes do mercado de capitais brasileiro.