O novo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, assumiu o cargo com uma mensagem clara: a necessidade de mais eficiência das agências regulatórias para impulsionar os investimentos privados no país. Ele fez essas declarações durante sua cerimônia de posse, realizada no Ministério do Planejamento e Orçamento, em Brasília.
Cappelli destacou a eficiência da China em construir hospitais em aproximadamente 20 dias durante a pandemia como um exemplo de como a agilidade pode ser fundamental para o desenvolvimento. Ele ressaltou que a meta não é enfraquecer o ambiente regulatório, mas sim torná-lo mais eficiente para estimular os investimentos no Brasil.
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também enfatizou a importância de uma atuação mais rápida das agências regulatórias. Ele mencionou que há R$ 17 bilhões parados em investimentos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e sugeriu a contratação de “pareceristas” para acelerar a avaliação de medicamentos.
A ABDI, classificada como um serviço social autônomo, tem como objetivo promover e executar ações voltadas ao desenvolvimento industrial. Parte dos recursos da agência vem da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), e o volume crescerá neste ano com parte da receita da taxação de apostas virtuais. A agência também tem contratos com o governo federal e empresas, como a Petrobras. Atualmente, possui um orçamento anual de aproximadamente R$ 140 milhões e cerca de 80 funcionários.
Durante a cerimônia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a importância de aproveitar as vantagens comparativas do Brasil para impulsionar o setor industrial. Ele mencionou o fortalecimento da agroindústria como um exemplo.
Por outro lado, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou o volume anual de pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça), ressaltando que não é possível pagar R$ 80 bilhões de precatórios e não ter R$ 80 bilhões em investimentos públicos.