O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sofreu uma derrota em um tribunal de Londres, onde sua reclamação contra o ex-espião britânico Christopher Steele foi rejeitada. O processo estava vinculado ao infame dossiê que abordava alegados vínculos entre o Kremlin e a bem-sucedida candidatura de Trump à Casa Branca.
Trump, que é o candidato do Partido Republicano às eleições presidenciais deste ano, moveu a ação no ano passado contra Christopher Steele e sua empresa de inteligência empresarial Orbis. O ex-presidente alegava ter sofrido “danos e sofrimento significativos” com a divulgação do dossiê e buscava o reconhecimento judicial de que as declarações do relatório eram falsas.
O dossiê de Steele ganhou notoriedade mundial quando vazou para o BuzzFeed, em janeiro de 2017, contendo alegações de que a campanha presidencial de Trump havia sido comprometida pelo serviço de segurança russo.
A juíza Karen Steyn rejeitou o processo na quinta-feira (1º), declarando que Trump não tinha perspectivas realistas de obter compensação por qualquer sofrimento alegado. Ela enfatizou que não tomaria uma decisão sobre a precisão do dossiê em si.
“Na realidade, o requerente busca decisões judiciais para justificar sua reputação em circunstâncias em que não foi capaz de formular qualquer solução viável com perspectiva real”, afirmou a juíza.
Trump, que já enfrenta diversos processos criminais nos EUA, havia expressado anteriormente sua disposição para testemunhar em Londres no caso. Essa estratégia faz parte de sua abordagem de entrelaçar aparições em tribunais com a campanha eleitoral, aproveitando as 91 acusações criminais que enfrenta, incluindo conspiração para anular as eleições de 2020.
Em resposta à decisão, um porta-voz da campanha de Trump afirmou que o ex-presidente “continuará a lutar pela verdade e contra falsidades como as promulgadas por Steele e seus companheiros”.
Christopher Steele, anteriormente chamado por Trump de “canalha”, foi contratado por uma empresa de pesquisa sediada em Washington em junho de 2016 para examinar as ligações de Trump com a Rússia. Os advogados da Orbis argumentaram que a alegação não tinha perspectivas razoáveis de sucesso, acusando Trump de buscar “vingança”.
Esta decisão em Londres se soma a outros litígios relacionados ao dossiê, destacando a complexidade das disputas judiciais que envolvem Trump e suas interações com a Rússia.