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Home Economia

BTG Pactual Aponta Fator Decisivo para Valorização do Real: Controle das Despesas Obrigatórias

por Redação
09/05/2025
em Economia, Destaque, News
Valorização Do Real - Gazeta Mercantil

O Banco BTG Pactual divulgou em seu relatório mensal, o Macro Research de setembro de 2024, um alerta sobre a valorização do real e os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil. Segundo o relatório, uma valorização mais expressiva da moeda brasileira só será possível se o governo demonstrar um compromisso claro com o controle do teto de gastos e implementar medidas concretas para limitar o crescimento das despesas obrigatórias. O documento, liderado pelo economista Mansueto Almeida, chefe da área de Research do BTG, faz uma análise detalhada dos cenários econômico e fiscal do país.

O Teto de Gastos e o Desafio da Valorização do Real

O teto de gastos, implementado como uma ferramenta para conter o crescimento das despesas públicas, é visto pelo mercado financeiro como um dos pilares para a saúde fiscal do Brasil. No entanto, o relatório do BTG Pactual ressalta que, sem medidas consistentes de controle das despesas obrigatórias – como previdência, saúde e educação – o governo pode enfrentar dificuldades em manter o compromisso com essa política. Essa incerteza é um dos fatores que têm impedido uma valorização mais robusta do real.

Atualmente, a moeda brasileira está entre as mais desvalorizadas do mundo, acompanhando o peso mexicano e a lira turca. A combinação de um fluxo financeiro negativo, preocupações com o crescimento global, especialmente da China, e a incerteza política no Brasil, tem pressionado o câmbio, tornando o real mais fraco em relação ao dólar.

De acordo com o BTG Pactual, o governo precisa adotar uma postura mais firme no controle das despesas obrigatórias para garantir uma melhora no câmbio e, consequentemente, uma redução na inflação. A valorização do real poderia aliviar o impacto do dólar caro nos preços internos, que já estão refletindo o repasse cambial em itens como bens duráveis e não duráveis, conforme observado na inflação de agosto de 2024.

O Papel da Selic e as Expectativas de Inflação

Outro ponto relevante destacado pelo relatório é a taxa de juros básica da economia, a Selic. Segundo os analistas do BTG, o ciclo de aumento da Selic que se iniciou recentemente pode ser breve, com previsão de reversão em meados de 2025. A expectativa é que a Selic volte a se aproximar de um dígito no próximo ano, desde que o cenário macroeconômico e fiscal se estabilize.

A alta dos juros é uma ferramenta utilizada pelo Banco Central para conter a inflação, especialmente em cenários de desvalorização cambial, como o que o Brasil enfrenta atualmente. Contudo, o relatório alerta que o aumento dos juros domésticos em relação à taxa de juros dos Estados Unidos pode ter um efeito contrário se o governo não demonstrar comprometimento com a agenda fiscal.

Se o Brasil entrar em um novo ciclo de aumento de juros sem sinais claros de controle sobre as despesas, o risco fiscal aumenta, levando a um crescimento acelerado da dívida pública e, por consequência, taxas de juros mais elevadas por um período mais longo. Esse cenário pode resultar em um crescimento econômico mais lento em 2025 e 2026, dificultando a retomada do real e a estabilidade econômica.

Impacto do Comércio Exterior e da Economia Chinesa

Outro ponto de destaque no relatório do BTG é o impacto da economia chinesa no cenário brasileiro. A desaceleração do crescimento da China, um dos principais parceiros comerciais do Brasil, tem afetado os preços das commodities, que são essenciais para o saldo da balança comercial brasileira. O BTG Pactual revisou para baixo sua expectativa de superávit comercial para 2024, de US$ 90 bilhões para US$ 80 bilhões, ainda um número elevado, mas inferior ao de 2023.

A queda no preço das commodities impacta diretamente a arrecadação e a entrada de dólares no país, reduzindo o fluxo cambial positivo que poderia ajudar na recuperação do real. Essa conjuntura econômica global desfavorável, aliada à falta de uma política fiscal sólida, cria um ambiente de incerteza para investidores, que veem no Brasil um risco elevado.

A Questão do Investimento Estrangeiro e o Grau de Investimento

A ausência de um fluxo consistente de investimentos estrangeiros também é mencionada como um dos obstáculos à valorização do real. Embora o Brasil ainda apresente fundamentos sólidos no comércio exterior, a instabilidade fiscal e as incertezas políticas têm afastado o capital estrangeiro, que busca mercados mais estáveis.

Para que o Brasil consiga recuperar seu grau de investimento – um selo de confiança das agências de rating que garante menores custos de captação de recursos internacionais – será necessário implementar ajustes fiscais profundos. Segundo o relatório do BTG, sem uma clara perspectiva de controle da dívida pública e uma agenda de austeridade por parte do governo, será difícil recuperar o grau de investimento nos próximos anos.

Mesmo com o cumprimento das novas metas fiscais, que indicam déficits primários, a trajetória de crescimento da dívida pública permanece preocupante. O BTG adverte que, sem um ajuste estrutural, o Brasil continuará enfrentando dificuldades para estabilizar a dívida e atrair novos investimentos.

O Alerta do BTG Pactual

O relatório do BTG Pactual Macro Research faz um alerta claro: sem medidas concretas e um compromisso firme do governo com a responsabilidade fiscal, será difícil melhorar o desempenho da economia brasileira nos próximos anos. A valorização do real, a redução da inflação e o crescimento econômico sustentável dependem de uma combinação de fatores que exigem, acima de tudo, uma gestão fiscal rigorosa.

O aumento dos juros pode ajudar temporariamente a conter a inflação e estabilizar o câmbio, mas, sem controle das despesas, o risco fiscal se eleva, gerando incertezas sobre o futuro da economia brasileira. Para que o Brasil consiga retomar uma trajetória de crescimento, será necessário um esforço coordenado entre governo, Banco Central e o setor privado, com foco em reformas estruturais que garantam o equilíbrio fiscal de longo prazo.

A valorização do real depende de um único fator crucial: o compromisso do governo com o controle das despesas obrigatórias e o teto de gastos. Sem essa sinalização, o Brasil continuará enfrentando uma desvalorização cambial que impacta diretamente a inflação e o crescimento econômico. O relatório do BTG Pactual deixa claro que a adoção de medidas concretas nessa área é essencial para garantir uma recuperação sustentável da economia e atrair investimentos estrangeiros de longo prazo.

Tags: ajuste fiscalBTG Pactualcontrole de despesas obrigatóriasdívida públicaeconomia brasileiragrau de investimentoinflaçãoSelicteto de gastosvalorização do real

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