Bolsas da Ásia fecham em alta após Trump sancionar fim do shutdown nos EUA
As Bolsas da Ásia encerraram o pregão desta quinta-feira (13) majoritariamente em alta, impulsionadas pela aprovação, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, do projeto que restabelece o financiamento do governo americano e põe fim à paralisação recorde de 43 dias. O alívio político em Washington estimulou o apetite por risco e sustentou o desempenho positivo dos mercados asiáticos, com exceção de Taiwan, que teve leve queda.
O movimento marca a retomada do otimismo entre investidores globais, que aguardavam há semanas uma definição sobre o impasse orçamentário americano. Com o fim do shutdown nos EUA, cresce a expectativa pela divulgação de dados econômicos atrasados e, principalmente, pela próxima decisão do Federal Reserve (Fed) sobre a trajetória dos juros.
Alta generalizada nas Bolsas da Ásia após o fim do shutdown
O índice japonês Nikkei 225 avançou 0,43%, encerrando o dia a 51.281,83 pontos, impulsionado por papéis do setor financeiro e de mineração. O desempenho positivo reflete a confiança dos investidores em uma recuperação da atividade econômica global, especialmente após o retorno das operações do governo americano.
Entre as companhias japonesas, os bancos e siderúrgicas se destacaram, beneficiados pela alta dos rendimentos dos títulos públicos e pela valorização do cobre e do ferro. O bom humor, porém, foi parcialmente limitado pela queda do SoftBank Group, que recuou 3,38% após anunciar, no início da semana, a venda integral de sua participação na americana Nvidia por US$ 5,8 bilhões. Essa movimentação provocou ajustes de portfólio e contribuiu para uma volatilidade pontual no mercado de Tóquio.
Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 0,49%, aos 4.170,63 pontos, sustentado por ganhos em ações de tecnologia e exportadoras. O ambiente mais estável nos Estados Unidos reduziu a aversão ao risco e impulsionou empresas ligadas ao comércio internacional, que vinham sendo penalizadas pela incerteza fiscal norte-americana.
O índice Hang Seng, em Hong Kong, registrou valorização de 0,56%, atingindo 27.073,03 pontos, com destaque para o setor imobiliário e de consumo. A recuperação gradual do mercado chinês também refletiu positivamente sobre as ações locais, em meio à percepção de que Pequim deve manter estímulos econômicos para sustentar o crescimento interno.
Em contrapartida, o Taiex, de Taiwan, destoou do restante da região e recuou 0,16%, fechando a 27.903,56 pontos. A correção foi atribuída a movimentos técnicos e à realização de lucros após altas recentes no setor de semicondutores, que vinha acumulando ganhos expressivos desde outubro.
Mercados chineses têm alta com expectativa por novos dados econômicos
Na China continental, o clima foi de otimismo. O índice Xangai Composto subiu 0,73%, alcançando 4.029,50 pontos, enquanto o Shenzhen Composto, de perfil mais tecnológico, avançou 1,53%, aos 2.546,14 pontos.
O impulso veio da perspectiva de que o governo chinês divulgará novos indicadores positivos ainda nesta quinta-feira, incluindo dados da produção industrial e do varejo. Esses números são vistos como termômetro da saúde da segunda maior economia do mundo e podem sinalizar um fim mais consistente da desaceleração observada no primeiro semestre de 2025.
A alta nas Bolsas da Ásia também foi sustentada pelo otimismo em torno da política monetária global. Com a normalização das atividades do governo americano, os investidores esperam que o Federal Reserve (Fed) volte a publicar relatórios atrasados e forneça pistas sobre o ritmo de eventuais cortes de juros em 2026. Essa expectativa contribuiu para o movimento de valorização de ativos de risco na região.
Na Oceania, bolsa australiana segue na contramão
Na Oceania, o movimento foi oposto. A bolsa australiana S&P/ASX 200 caiu 0,52%, encerrando a sessão em 8.753,40 pontos. Foi o terceiro pregão consecutivo de perdas em Sydney, pressionado por quedas no setor de mineração e energia.
Os papéis de gigantes do minério de ferro, como BHP e Rio Tinto, recuaram após novas projeções indicarem uma leve desaceleração na demanda chinesa por commodities metálicas no curto prazo. O recuo do petróleo no mercado internacional também impactou negativamente as ações das petrolíferas locais, como Woodside Energy e Santos Ltd., que fecharam em baixa.
Analistas afirmam que o desempenho fraco da Austrália reflete mais uma correção técnica do que uma reversão de tendência. A expectativa é que, com o avanço dos mercados globais e a normalização política nos EUA, as ações australianas retomem o fôlego nas próximas semanas.
Fim do shutdown nos EUA muda humor global
O fim da paralisação do governo americano — o shutdown — foi o principal catalisador da alta nas Bolsas da Ásia. O bloqueio orçamentário, que durou 43 dias, foi o mais longo da história recente dos Estados Unidos e afetou setores cruciais como infraestrutura, segurança e serviços públicos.
A assinatura do acordo pelo presidente Donald Trump encerra semanas de incerteza e alivia a pressão sobre os mercados, que temiam impactos prolongados na economia norte-americana. O retorno do financiamento público permitirá a retomada de indicadores econômicos atrasados, como os dados de emprego, inflação e vendas no varejo, que são fundamentais para a formulação da política monetária do Federal Reserve.
Economistas avaliam que o fim do shutdown remove um dos principais fatores de risco do mercado global no curto prazo. Agora, o foco se desloca para o comportamento da economia dos EUA e para o discurso do Fed, que pode sinalizar uma política monetária mais flexível em 2026.
Setores que lideraram os ganhos na Ásia
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Financeiro: Bancos japoneses e sul-coreanos se beneficiaram da retomada dos fluxos internacionais e da perspectiva de maior estabilidade de crédito.
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Mineração e metais: A valorização das commodities metálicas impulsionou as ações de siderúrgicas e mineradoras na China e no Japão.
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Tecnologia: Mesmo com a queda do SoftBank, empresas de semicondutores e componentes eletrônicos apresentaram desempenho positivo, acompanhando a recuperação do Nasdaq.
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Consumo e imobiliário: Na China e em Hong Kong, o aumento do crédito ao consumo e políticas de incentivo à habitação sustentaram a alta do setor.
SoftBank e Nvidia: a venda que mexeu com o mercado japonês
A queda do SoftBank Group, de 3,38%, foi destaque negativo na sessão asiática. A empresa confirmou que vendeu toda a sua participação na americana Nvidia, movimento avaliado em cerca de US$ 5,8 bilhões.
A decisão foi interpretada por analistas como uma tentativa de reajuste estratégico, buscando liquidez para novos investimentos em tecnologia e inteligência artificial. No entanto, a notícia provocou pressão nas ações e contribuiu para limitar os ganhos do Nikkei 225.
O impacto foi compensado por altas em empresas financeiras e exportadoras, que se beneficiaram da leve desvalorização do iene e da melhora no ambiente global de negócios.
Expectativas para os próximos dias
Com o encerramento do shutdown nos EUA e a agenda econômica voltando à normalidade, os mercados asiáticos entram em uma fase de reprecificação de ativos. Investidores devem acompanhar de perto:
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As próximas declarações do Federal Reserve;
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Os indicadores econômicos da China, que serão divulgados nas próximas horas;
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O comportamento do petróleo e das commodities metálicas;
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A volatilidade do iene e do yuan frente ao dólar.
A tendência, segundo analistas de mercado, é de manutenção do apetite por risco no curto prazo, especialmente se os dados americanos e chineses confirmarem sinais de crescimento estável e inflação controlada.
Ásia retoma o fôlego com o fim da incerteza
A decisão de Donald Trump de sancionar o fim do shutdown reacendeu o otimismo global e fez as Bolsas da Ásia encerrarem em alta, consolidando um cenário de alívio e retomada.
Mesmo com quedas pontuais, como em Taiwan e Austrália, o sentimento predominante é de confiança e expectativa positiva para as próximas semanas. A recuperação dos mercados asiáticos reflete o fortalecimento da economia global e abre espaço para novas oportunidades de investimento no fechamento de 2025.






