Ibovespa Hoje ao Vivo: Bolsa renova máxima histórica e investidores acompanham dólar e juros nesta terça-feira
O Ibovespa hoje opera em um ambiente de cautela global, após uma sequência de altas que levou o principal índice da Bolsa brasileira ao maior patamar de fechamento da história. Os investidores observam com atenção os desdobramentos do mercado internacional, as variações do dólar, a curva de juros e as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Bloomberg Green Summit, em São Paulo.
Ao mesmo tempo, os mercados futuros dos Estados Unidos amanhecem em queda, refletindo a realização de lucros após o forte rali impulsionado pelas empresas de tecnologia e pelo entusiasmo com a inteligência artificial (IA).
Cenário internacional: realização de lucros e foco em tecnologia
Nos Estados Unidos, os índices futuros operam em baixa nesta terça-feira (4), após um pregão anterior marcado por ganhos expressivos no setor de tecnologia. O S&P 500 e o Nasdaq encerraram o dia anterior em alta, impulsionados por resultados sólidos de empresas ligadas à inteligência artificial, como Amazon e Nvidia.
A Amazon fechou em recorde histórico após anunciar uma parceria estratégica com a OpenAI, enquanto a Nvidia avançou cerca de 2% ao obter licenças de exportação para enviar chips aos Emirados Árabes Unidos. Esses movimentos reforçam o otimismo do mercado em relação ao avanço da IA e seus impactos sobre o setor de nuvem.
Entretanto, nesta terça-feira, a tendência é de correção. Os futuros de Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuam 0,71%, 0,99% e 1,28%, respectivamente, em um movimento natural de ajuste após fortes altas.
O destaque do dia fica com as divulgações de resultados de AMD, Uber, Spotify e SuperMicro, que podem dar novos rumos ao humor dos investidores.
Mercado brasileiro: foco em Haddad e nos balanços corporativos
No Brasil, a abertura dos mercados é marcada por expectativa. Investidores acompanham o discurso de Fernando Haddad, que participa da cerimônia de abertura do Bloomberg Green Summit, às 9h. O ministro afirmou, na véspera, que o país pretende captar US$ 10 bilhões até o final de 2025 para o Fundo Tropical das Florestas, uma iniciativa voltada à preservação ambiental durante a presidência brasileira da COP30.
Além do cenário político, a agenda corporativa está carregada. A Embraer (EMBR3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 289,4 milhões no terceiro trimestre, uma queda expressiva em relação aos R$ 1,23 bilhão registrados no mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o desempenho veio dentro das expectativas, reforçando a resiliência da companhia no segmento aeronáutico.
Após o fechamento do pregão, o mercado espera balanços de empresas como C&A, CSN, CSN Mineração, GPA, Iguatemi, RaiaDrogasil, Prio e Itaú Unibanco, que podem movimentar o Ibovespa nas próximas sessões.
Desempenho da Bolsa: novo recorde histórico e volume expressivo
O Ibovespa encerrou o pregão anterior em alta de 0,61%, aos 150.454 pontos, registrando mais um recorde histórico. A máxima intradiária chegou a 150.761 pontos, refletindo o otimismo dos investidores com a temporada de resultados e o fluxo positivo de capital estrangeiro.
O volume financeiro negociado somou R$ 21,5 bilhões, indicando forte liquidez e apetite do mercado. No acumulado de novembro, o índice sobe 0,61%, e no ano, já acumula alta de 25,08% — um desempenho notável que reforça a confiança na recuperação da economia brasileira e na estabilidade dos ativos locais.
Dólar e juros: comportamento misto e cautela no câmbio
O dólar comercial fechou a segunda-feira (3) em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,357, na contramão do movimento internacional da moeda norte-americana. No exterior, o índice DXY avançou 0,08%, para 99,88 pontos, impulsionado pela busca global por segurança diante da volatilidade dos mercados.
O movimento de queda do dólar no Brasil reflete o aumento da confiança dos investidores estrangeiros e a percepção de estabilidade fiscal, mesmo diante dos desafios de curto prazo.
No mercado de juros futuros, os DIs encerraram o dia com altas moderadas em toda a curva. O contrato DI1F26 subiu para 14,895%, enquanto o DI1F27 atingiu 13,875%. O alongamento das taxas indica uma leve reprecificação das expectativas em relação à política monetária e à trajetória da Selic para 2026.
Maiores altas e baixas do pregão anterior
O pregão da segunda-feira também foi marcado por forte oscilação nas ações individuais. Entre as maiores altas do dia, destacaram-se:
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Minerva (BEEF3): +2,79%, cotada a R$ 7,38
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Bradespar (BRAP4): +2,70%, a R$ 19,04
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CPFL Energia (CPFE3): +2,64%, a R$ 42,70
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Eneva (ENEV3): +2,62%, a R$ 18,79
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Equatorial (EQTL3): +2,59%, a R$ 37,60
Entre as maiores quedas, figuraram:
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Marcopolo (POMO4): -8,11%, a R$ 7,25
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Pão de Açúcar (PCAR3): -5,05%, a R$ 3,57
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São Martinho (SMTO3): -3,06%, a R$ 13,61
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Hapvida (HAPV3): -2,81%, a R$ 30,40
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Yduqs (YDUQ3): -2,46%, a R$ 13,86
As ações mais negociadas foram Petrobras (PETR4), com 54.974 negócios e alta de 1,18%, seguidas por Marcopolo (POMO4), Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e B3 (B3SA3).
Ibovespa Hoje: fatores que devem influenciar o pregão
O desempenho do Ibovespa hoje deve ser influenciado por três fatores principais:
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Balanços corporativos — Resultados de grandes companhias podem gerar ajustes nas carteiras institucionais.
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Discurso de Haddad — Expectativas sobre política fiscal e sustentabilidade têm potencial de mexer com os juros e o câmbio.
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Cenário internacional — A correção nos mercados de tecnologia nos EUA pode refletir no apetite global por risco.
Além disso, os investidores seguem atentos à agenda de indicadores econômicos, especialmente os dados do mercado de trabalho norte-americano e as perspectivas para as taxas de juros do Federal Reserve (Fed), que permanecem como principal referência para o comportamento global de capital.
Perspectivas para o restante da semana
Para os próximos dias, o mercado deve manter o foco em balanços e em dados de inflação, tanto no Brasil quanto no exterior. O IBOV pode consolidar os ganhos recentes caso o fluxo estrangeiro continue positivo e as declarações do governo mantenham o tom de responsabilidade fiscal.
Já o dólar tende a seguir volátil, refletindo o comportamento do mercado internacional e as oscilações dos Treasuries norte-americanos.
Os juros futuros, por sua vez, devem responder à percepção de risco fiscal e às falas do Banco Central, especialmente no que diz respeito à política monetária e à trajetória de corte da Selic.
Equilíbrio entre otimismo e cautela
O Ibovespa hoje inicia o pregão com espaço para ajustes, mas sustentado por fundamentos sólidos e pela entrada de capital estrangeiro. O cenário de curto prazo exige cautela, mas o de médio e longo prazos segue favorável ao mercado acionário brasileiro, especialmente em um contexto de estabilização fiscal e crescimento econômico gradual.
O investidor que busca aproveitar as oportunidades da Bolsa deve focar em diversificação de carteira e em setores com bom potencial de valorização, como energia, infraestrutura e tecnologia.






