São Paulo, 27 de maio de 2024 – À medida que o mundo avança para a implementação da tecnologia de telefonia móvel de sexta geração (6G), o Brasil se posiciona de maneira estratégica para contribuir significativamente com a definição dos padrões globais. Com uma trajetória sólida na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e no Ministério das Comunicações, Guilherme Marcondes, vice-diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), destaca a importância de adaptar as novas tecnologias às necessidades específicas do mercado brasileiro.
Histórico de Atuação do Inatel
Nos anos anteriores, o Inatel teve uma participação limitada no desenvolvimento do 4G devido à sua formação técnica ter ocorrido quando o padrão já estava definido. Com o 5G, o instituto conseguiu atuar de forma mais proativa, embora ainda enfrentasse desafios relacionados à falta de um diagnóstico preciso das necessidades nacionais. Agora, com o 6G ainda em fase de definição, o Brasil tem a oportunidade de influenciar os padrões globais desde o início, adaptando-os às peculiaridades locais.
Contribuições Brasileiras para o 6G
Segundo Marcondes, o Inatel está aproveitando essa janela de oportunidade para contribuir com especificações que atendam melhor o mercado e os usuários brasileiros. “Como a telefonia móvel de sexta geração ainda está por ser definida, nós estamos contribuindo com a realidade brasileira, com aquilo que é bom para nosso mercado e usuários”, afirma.
Inclusão Digital e Desenvolvimento Econômico
O professor Luciano Leonel, líder do Centro de Competência em 5G e 6G do Brasil, enfatiza a importância de incluir especificações no 6G que facilitem a internet móvel em áreas remotas com menor custo. O agronegócio e a mineração e exploração de recursos naturais estão nessas regiões e têm impacto enorme na nossa economia. Mas não só. Se você andar 10 km a partir de Santa Rita do Sapucaí, no Vale da Eletrônica, vai encontrar criança que não sabe o que é email, WhatsApp. Isso é um aspecto da segregação digital”, destaca Leonel.
Infraestrutura e Capacitação
Uma antena instalada no Inatel ilustra o avanço das pesquisas e a implementação prática das tecnologias emergentes. A instituição tem trabalhado para garantir que a infraestrutura esteja pronta para suportar as novas demandas tecnológicas, além de formar profissionais capacitados para atuar no desenvolvimento e aplicação do 6G.
Desafios e Oportunidades
O desenvolvimento do 6G apresenta tanto desafios quanto oportunidades para o Brasil. A inclusão digital é uma prioridade, com foco em levar conectividade a áreas rurais e remotas, onde a falta de acesso à internet ainda é uma barreira significativa. As iniciativas do Inatel e de outras instituições visam não apenas superar essas barreiras, mas também impulsionar a economia por meio da inovação tecnológica.
Padrões Globais e Realidade Local
A participação ativa do Brasil na definição dos padrões do 6G é crucial para garantir que as especificações técnicas contemplem as necessidades do país. Isso inclui a priorização de soluções que possam ser implementadas com eficiência em áreas com infraestrutura limitada, como regiões rurais e áreas de difícil acesso.
Com a tecnologia 6G ainda em desenvolvimento, o Brasil tem uma oportunidade única de influenciar os padrões globais de forma a atender melhor suas necessidades específicas. A atuação proativa do Inatel e de outros centros de competência será determinante para garantir que o país esteja na vanguarda dessa nova era tecnológica, promovendo a inclusão digital e impulsionando o desenvolvimento econômico.