Eduardo Bolsonaro intensifica articulação por sanções dos EUA contra autoridades brasileiras
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou sua atuação política em Washington, defendendo novas sanções do governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras e reforçando críticas diretas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Durante uma série de encontros com representantes do governo Donald Trump, o parlamentar destacou a Lei Global Magnitsky como instrumento central para pressionar o Brasil a, segundo ele, “retornar à normalidade democrática”.
Encontros em Washington e alinhamento com o governo Trump
Eduardo Bolsonaro chegou à capital americana acompanhado do jornalista Paulo Figueiredo, com o objetivo de apresentar documentos, análises e posicionamentos políticos a figuras estratégicas da administração Trump. Segundo o parlamentar, as reuniões têm o propósito de reforçar a necessidade de medidas de pressão, incluindo:
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Extensão da Lei Magnitsky a novos alvos.
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Retirada de vistos de autoridades brasileiras.
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Possíveis sanções econômicas direcionadas.
O deputado também citou que nomes como o presidente da Câmara, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderiam entrar no radar americano caso não avancem com projetos como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o processo de impeachment de Alexandre de Moraes.
Defesa da anistia e ameaça de sanções adicionais
Eduardo Bolsonaro, um dos principais líderes da ala bolsonarista, reafirmou que considera a anistia aos investigados e condenados pelos atos de 8 de janeiro uma prioridade. Ele argumenta que a falta de andamento no Congresso para aprovar a proposta justifica a busca de apoio externo, mesmo que isso inclua sanções contra figuras do Legislativo.
Para o deputado, caso o Congresso não se mova, não apenas Moraes, mas também outros líderes parlamentares poderão se tornar alvos de restrições impostas pelos EUA.
Críticas diretas a Alexandre de Moraes
Eduardo Bolsonaro tem utilizado seu espaço político para sustentar uma campanha internacional contra Alexandre de Moraes. Ele acusa o ministro de “perseguir” opositores e de manter um “regime autoritário” no Brasil, comparando a situação política atual a ditaduras da América Latina. Segundo o parlamentar, medidas como o isolamento de Moraes e sanções contra pessoas próximas, como sua esposa, seriam estratégicas para “restaurar o equilíbrio entre os poderes”.
Tarifaço de Trump e impacto econômico
O anúncio de Donald Trump de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros foi celebrado por Eduardo Bolsonaro, que vê na medida uma ferramenta legítima de pressão. Apesar de estimativas indicarem que a decisão pode afetar até 700 mil empregos e setores como café, carne e mel, o deputado afirma que a “liberdade do país vale mais do que a economia”.
Para ele, as dificuldades econômicas impostas pelas tarifas são um “sacrifício necessário” para evitar que o Brasil se torne uma nação sob regime semelhante ao de Cuba ou Venezuela.
Sanções no contexto do Mais Médicos
Outro ponto destacado por Eduardo foi o apoio à decisão de Marco Rubio, senador republicano e aliado de Trump, de sancionar pessoas ligadas ao programa Mais Médicos. Rubio alegou que o programa teria explorado médicos cubanos, argumento que o parlamentar brasileiro diz endossar totalmente.
Repercussões políticas e eleitorais
Mesmo diante de pesquisas que mostram rejeição majoritária à anistia, Eduardo Bolsonaro mantém sua posição. Ele afirma que as sanções e a pressão internacional são instrumentos para garantir eleições de 2026 com ampla participação da oposição, incluindo a candidatura de Jair Bolsonaro.
Segundo o deputado, a prioridade não é o cálculo eleitoral, mas assegurar que o processo democrático não seja “controlado por um ministro do STF”.
Exílio nos Estados Unidos
Em março de 2025, Eduardo Bolsonaro anunciou que passaria a viver no Texas, alegando estar em “exílio” devido à perseguição política no Brasil. Desde então, intensificou sua presença em eventos e encontros com autoridades americanas, consolidando-se como um dos principais articuladores de sanções contra o país.
Perspectivas futuras
Eduardo Bolsonaro sinaliza que continuará “dobrando a aposta” até que, segundo ele, o STF perca sustentação política e institucional. Para o deputado, a pressão internacional é a única forma de frear o que chama de “avanço autoritário” no Brasil.
A atuação dele mantém a política externa brasileira no radar de Washington e alimenta tensões diplomáticas, principalmente com o governo Lula, que critica a interferência americana em assuntos internos do país.






