Herdeiros da WEG dominam ranking da Forbes e se consolidam entre os jovens bilionários do Brasil
A mais recente lista da Forbes dos jovens bilionários brasileiros trouxe uma constatação que chama atenção: os herdeiros da WEG estão no topo e dominam o ranking. Dos dez nomes mais jovens da lista, sete são descendentes diretos dos fundadores da gigante catarinense do setor de equipamentos elétricos. Essa concentração de riqueza familiar não é novidade para quem acompanha a trajetória da WEG, mas nunca esteve tão evidente quanto agora.
Mais do que uma fotografia da fortuna acumulada, o levantamento da Forbes ajuda a entender como empresas familiares podem atravessar gerações mantendo relevância, crescimento e inovação. Ao mesmo tempo, o ranking mostra a nova cara da elite econômica do Brasil, em que convivem jovens que herdaram grandes impérios com empreendedores que construíram do zero negócios bilionários, como é o caso de Pedro Franceschi, fundador da Brex.
O legado da WEG e seus herdeiros bilionários
Fundada em 1961 em Jaraguá do Sul (SC) por Werner Ricardo Voigt, Eggon João da Silva e Geraldo Werninghaus, a WEG começou fabricando motores elétricos e hoje é uma das maiores multinacionais brasileiras. Seu portfólio se expandiu para áreas como automação industrial, equipamentos de energia, tintas e até soluções para energia renovável.
Com valor de mercado que ultrapassa R$ 223 bilhões, a WEG figura como a terceira empresa mais valiosa da Bolsa brasileira, atrás apenas da Petrobras e do Itaú. Esse crescimento se refletiu diretamente nas fortunas individuais dos acionistas familiares. A cada nova geração, os herdeiros da WEG recebem participações que, valorizadas pelas ações, garantem patrimônios bilionários ainda muito cedo.
A líder entre os herdeiros é Lívia Voigt, de apenas 20 anos, apontada como a jovem mais rica do Brasil. Seu patrimônio estimado é de R$ 6,6 bilhões. Ela divide a liderança com a prima Dora Voigt de Assis, de 27 anos, que possui a mesma fortuna avaliada pela Forbes.
Além delas, outros cinco nomes da família aparecem entre os 10 jovens mais ricos do país: Amelie Voigt Trejes, Felipe Voigt Trejes, Pedro Voigt Trejes, Helena Marina da Silva Petry e Ana Flávia da Silva Petry. Todos possuem fortunas bilionárias, resultado da herança de ações que se valorizaram exponencialmente na última década.
A nova aristocracia econômica de Santa Catarina
Os herdeiros da WEG representam o que muitos já chamam de “realeza de Santa Catarina”. O estado, historicamente ligado à indústria e ao empreendedorismo familiar, agora tem no grupo um dos maiores símbolos de longevidade empresarial e criação de riqueza multigeracional.
Essa “realeza” não se limita ao glamour de figurar em listas internacionais, mas também carrega responsabilidades. Muitos dos jovens bilionários ainda não exercem funções executivas diretas dentro da companhia, mas já participam de conselhos e acompanham de perto os rumos da empresa. A sucessão ordenada e o profissionalismo da gestão garantem que o crescimento da WEG continue sem depender diretamente da atuação dos herdeiros, mas sempre preservando os valores da família fundadora.
Os outros jovens bilionários brasileiros
Apesar da predominância dos herdeiros da WEG, o ranking da Forbes também apresenta diversidade. Entre os 10 jovens bilionários do Brasil, alguns se destacam por trajetórias distintas:
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Pedro Franceschi (28 anos): fundador da Brex, fintech americana avaliada em mais de US$ 10 bilhões, com fortuna estimada em R$ 3,3 bilhões. Sua história contrasta com a dos herdeiros, já que ele construiu o patrimônio a partir do zero, criando soluções financeiras para startups e empresas globais.
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Izabela Henriques Feffer (28 anos): herdeira do grupo Suzano, gigante do setor de celulose, com fortuna de R$ 2,3 bilhões.
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Max Telles (29 anos): integrante da família controladora da AB InBev/3G Capital, é o mais rico entre os jovens, com R$ 29,3 bilhões de patrimônio. Sua posição mostra o poder das grandes holdings globais brasileiras.
A presença desses nomes reforça que, embora a herança ainda seja um fator dominante no Brasil, também há espaço para empreendedores inovadores e herdeiros de outros setores estratégicos, como papel e bebidas.
Por que os herdeiros da WEG se destacam tanto?
A ascensão dos herdeiros da WEG pode ser explicada por alguns fatores principais:
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Valorização das ações – A WEG tem sido uma das empresas mais rentáveis da Bolsa brasileira. Quem herdou ações em momentos anteriores viu o patrimônio multiplicar em pouco tempo.
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Gestão profissionalizada – Apesar de ser uma empresa de origem familiar, a WEG sempre prezou pela governança corporativa, evitando conflitos familiares na gestão. Isso garantiu estabilidade e continuidade no crescimento.
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Diversificação de negócios – A WEG expandiu suas operações para mais de 135 países, com 60% da receita vindo do exterior. Essa presença global protegeu a companhia de crises locais e impulsionou a valorização das ações.
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Legado cultural e disciplinado – A cultura empresarial catarinense, focada em trabalho, inovação e reinvestimento, também explica por que os herdeiros já nasceram em um ambiente de disciplina financeira.
Os valores individuais das fortunas
| Nome | Idade | Fortuna estimada (R$) | Origem |
|---|---|---|---|
| Lívia Voigt | 20 | 6,6 bilhões | WEG |
| Dora Voigt de Assis | 27 | 6,6 bilhões | WEG |
| Amelie Voigt Trejes | 20 | 3,4 bilhões | WEG |
| Felipe Voigt Trejes | 23 | 3,6 bilhões | WEG |
| Pedro Voigt Trejes | 23 | 3,6 bilhões | WEG |
| Helena Marina da Silva Petry | 23 | 1,9 bilhão | WEG |
| Ana Flávia da Silva Petry | 26 | 1,9 bilhão | WEG |
| Pedro Franceschi (Brex) | 28 | 3,3 bilhões | Empreendedor |
| Izabela Henriques Feffer (Suzano) | 28 | 2,3 bilhões | Suzano |
| Max Telles (AB InBev/3G Capital) | 29 | 29,3 bilhões | AB InBev/3G |
O futuro dos herdeiros da WEG
A grande dúvida que surge é: qual será o papel dos herdeiros da WEG no futuro da empresa? Até agora, a companhia se manteve com gestão profissionalizada, sem depender da atuação direta dos herdeiros. Porém, é esperado que, nos próximos anos, alguns deles assumam funções mais ativas em conselhos ou áreas estratégicas.
O que se pode afirmar é que, independentemente de ocuparem cargos executivos ou não, a participação acionária já os coloca entre os principais atores da economia brasileira. Isso significa influência, poder de investimento e responsabilidade social.
O contraste entre herança e empreendedorismo
O ranking da Forbes também levanta debates sobre a concentração de riqueza. De um lado, os herdeiros da WEG ilustram como fortunas bilionárias podem ser transmitidas de geração em geração. Do outro, nomes como Pedro Franceschi representam a ascensão de novos bilionários que construíram negócios disruptivos.
Essa dualidade mostra que, no Brasil, ainda há predominância da herança como motor principal da riqueza, mas também existe espaço para empreendedores inovadores que conquistam destaque global.
A relevância da WEG para o Brasil
Mais do que gerar herdeiros bilionários, a WEG é uma empresa que desempenha papel essencial no desenvolvimento econômico do Brasil. Seus investimentos em inovação tecnológica, energia renovável e expansão internacional fazem dela um símbolo de competitividade nacional.
A presença de tantos herdeiros da WEG na lista da Forbes é reflexo direto da força de uma companhia que, mesmo em tempos de crise, continua crescendo e valorizando seus acionistas.
O ranking de jovens bilionários da Forbes deixou evidente que a “realeza catarinense” formada pelos herdeiros da WEG é um fenômeno único no Brasil. Sete membros de uma mesma família entre os dez mais ricos da nova geração revelam não apenas a concentração de riqueza, mas também a solidez de um império industrial que atravessa gerações.
A trajetória da WEG, fundada há mais de seis décadas, mostra que legado, governança e visão global são capazes de transformar empresas familiares em potências mundiais. Para o futuro, resta saber qual será a participação ativa desses jovens na condução da companhia e como irão administrar fortunas tão expressivas em idade tão precoce.






