A próxima semana será decisiva para o rumo da taxa básica de juros – a Selic – no Brasil, após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) entregar comunicado mais duro do que o esperado na última quarta-feira (21), condicionando a queda dos juros a alguns fatores, como uma melhora adicional do cenário de inflação.
O mercado fica atento, na terça-feira (27), quando o IBGE apresenta o IPCA-15 de junho, às 9h. No mesmo dia, o BC divulga ata da sua última reunião, às 8h, o que servirá para sanar as dúvidas de agentes sobre o tom que a autoridade monetária quis dar para a sua decisão.
Na quinta-feira (29), será a vez do Relatório Trimestral de Inflação, às 8h, seguido de entrevista coletiva do presidente do BC, Roberto Campos Neto, às 11h. E da decisão sobre metas de inflação do Conselho Monetário Nacional, que Campos compõe juntamente com os ministros Fernando Haddad e Simone Tebet.
É grande a expectativa em torno da reunião do CMN, já que outro ponto apontado pelo Copom como necessário para que os juros caiam é a reancoragem das expectativas de inflação compiladas no Boletim Focus. Caso a meta seja mantida em 3%, é possível que economistas possam rever seus modelos e trazer suas projeções para patamares mais próximos do referencial do BC.
Lá fora, investidores se atentam a dados de atividade nos Estados Unidos e na Europa e na comunicação dos bancos centrais desenvolvidos. Agentes voltaram a colocar o risco de recessão global em pauta, refletindo a combinação entre comunicação dura das autarquias e dados macro se enfraquecendo.
O Federal Reserve (Fed, o BC americano) irá mostrar, na quarta-feira (28), às 17h30, os resultados mais recentes dos testes de estresse dos bancos americanos. Como houve quebradeira no setor há alguns meses, torna-se um ponto de atenção relevante.