A Bloomin’ Brands, empresa operadora do icônico restaurante Outback no Brasil, anunciou esta semana que está considerando uma “possível venda” de seus negócios no país. A revelação veio à tona durante a divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano, quando a empresa americana informou que está “explorando e avaliando alternativas estratégicas” para suas operações, que representam seu maior negócio fora dos Estados Unidos.
Os números globais da companhia revelaram um prejuízo líquido de US$ 83,8 milhões (aproximadamente R$ 425 milhões) no primeiro trimestre, revertendo um lucro de US$ 91,3 milhões em comparação ao mesmo período do ano anterior. A receita totalizou US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6 bilhões), refletindo uma queda de 4% em relação ao ano anterior.
Entre os fatores destacados pela empresa como contribuintes para essa diminuição, encontra-se o impacto das isenções de imposto sobre valor agregado (IVA) no Brasil em 2023. A operação brasileira do Outback, presente no país desde 1997, representa 83% do faturamento global da Bloomin’ Brands, conforme relatado pelo jornal “Washington Post” – uma proporção significativa para o desempenho do grupo.
No Brasil, as vendas comparáveis do Outback registraram uma leve queda de 0,7% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior. A rede conta atualmente com 159 restaurantes Outback no país, sendo que quatro deles foram abertos em 2023. No entanto, mesmo com a abertura de novas unidades, a receita não aumentou no ano passado. Além do Outback, a empresa opera no Brasil 37 restaurantes Abbraccio e Aussie Grill.
O Bradesco BBI avalia que a possível saída dos acionistas controladores pode levar a novas fusões e aquisições no segmento de restaurantes brasileiro. O banco identifica dois potenciais compradores para a rede australiana, como a Alsea e a Zamp, dona do Burger King no Brasil.
A Bloomin’ Brands, uma das maiores redes de restaurantes casuais do mundo, com 1.450 unidades em 13 países, está atualmente em fase de avaliação da possível venda do Outback no Brasil. No entanto, ainda não há um cronograma definitivo para a conclusão desse processo, conforme relatado pelo jornal Valor Econômico. O grupo considera a saída do país desde 2022, segundo fontes.