O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou em uma declaração na última segunda-feira (29) que o atual patamar de crédito concedido pela instituição não tem a abrangência necessária para impactar a política monetária do país.
“Qual é o peso do BNDES para o volume de crédito do país? 1,3%. Em economia, o rabo não abana o cachorro. Nós não temos tamanho para interferir na potência da política monetária,” disse Mercadante a jornalistas após participar da abertura do B20, uma reunião de líderes empresariais associada ao G20, realizada na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
A matéria destaca que analistas financeiros estão avaliando os impactos do programa Nova Indústria Brasil (NIB), lançado na semana passada, sobre a inflação e a taxa básica de juros, a Selic. Dos R$ 300 bilhões anunciados pelo governo federal para impulsionar a industrialização, R$ 250 milhões provirão do BNDES.
Mercadante ressaltou as diferenças entre crédito direcionado, também praticado pelo mercado privado, e subsidiado. Segundo ele, as taxas subsidiadas representam apenas 19% das operações atuais do banco. “Nosso crédito subsidiado é muito pequeno. Tanto não tem procedência [o impacto na política monetária] que a taxa de juros vem caindo. E poderia ter caído mais cedo,” afirmou.
O presidente do BNDES destacou a taxa referencial (TR) para inovação, ao custo de 2%, que representa R$ 5 bilhões ao ano. Ele também anunciou que o Fundo Clima, a ser operado pelo banco, contará com taxas de juros “mais competitivas” para financiar a transição energética, evidenciando o compromisso do BNDES com iniciativas ambientais e a sustentabilidade.