Bolsas da Europa fecham em alta com otimismo sobre balanços e expectativa por decisão dos bancos centrais
As Bolsas da Europa encerraram a sessão desta segunda-feira (27) majoritariamente em alta, refletindo o otimismo dos investidores diante de uma semana marcada pela divulgação de balanços corporativos, decisões de bancos centrais e expectativas positivas sobre um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China.
O movimento foi impulsionado pela melhora no apetite global por risco e pela percepção de que o Federal Reserve (Fed) poderá realizar um novo corte de juros nos próximos dias, além da reunião do Banco Central Europeu (BCE), que também deve manter uma postura acomodatícia.
Alta generalizada nas principais Bolsas da Europa
Entre os principais índices, Londres, Frankfurt, Paris, Milão e Madri encerraram o pregão em terreno positivo, enquanto Lisboa foi a única exceção, registrando leve queda puxada por ações do setor de energia.
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FTSE 100 (Londres): alta de 0,09%, aos 9.653,82 pontos, renovando recorde histórico e atingindo máxima intradiária de 9.672,74 pontos.
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DAX (Frankfurt): avanço de 0,28%, alcançando 24.308,82 pontos.
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CAC 40 (Paris): alta de 0,16%, a 8.239,18 pontos.
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FTSE MIB (Milão): destaque da sessão, com ganho de 1%, somando 42.911,57 pontos.
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IBEX 35 (Madri): alta expressiva de 0,86%, aos 15.997,80 pontos.
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PSI 20 (Lisboa): queda de 0,21%, aos 8.352,01 pontos.
As Bolsas de Milão e Madri lideraram o desempenho positivo, beneficiadas pelo avanço das ações do setor bancário, que registraram alta média de 1,3% no fechamento. O movimento reflete a expectativa de resultados sólidos de grandes bancos europeus que devem divulgar seus balanços trimestrais ainda nesta semana.
Investidores aguardam semana de balanços e decisões dos BCs
O início da semana foi marcado por uma postura mais cautelosa dos investidores, que se reposicionam para uma agenda econômica intensa. Além da divulgação de resultados corporativos de gigantes europeias, como HSBC, Santander, Deutsche Bank, BNP Paribas e Barclays, o mercado aguarda decisões importantes de política monetária.
Na quinta-feira (30), o Banco Central Europeu (BCE) deve manter as taxas de juros inalteradas pela terceira vez consecutiva, reforçando a estratégia de estabilidade monetária. Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) deve anunciar, na quarta-feira (29), um novo corte de 0,25 ponto percentual em sua taxa básica, atualmente entre 4% e 4,25%.
Essas decisões são acompanhadas de perto pelos mercados, pois indicam como os bancos centrais estão avaliando o cenário de inflação global e crescimento econômico. O consenso entre os analistas é que um discurso mais brando do Fed pode fortalecer o movimento de valorização nas bolsas e manter a tendência positiva observada no início da semana.
Expectativa por acordo entre Estados Unidos e China impulsiona o otimismo
O tom otimista também foi alimentado pela expectativa de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, que poderá ser discutido durante a cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping, marcada para quinta-feira (30).
O possível entendimento entre as duas maiores economias do mundo traz esperança de alívio nas tensões comerciais, que nos últimos meses geraram instabilidade nos mercados e afetaram o fluxo de capitais globais.
A retomada das conversas entre Trump e Xi Jinping é vista pelos investidores como um sinal de que os riscos geopolíticos podem diminuir, o que favorece o cenário para ações e títulos europeus.
Ainda que um acordo abrangente pareça distante, a simples sinalização de cooperação entre os líderes das duas potências tem sido suficiente para impulsionar os índices e ampliar o apetite por risco no mercado internacional.
Indicadores europeus reforçam confiança moderada
No campo macroeconômico, o destaque do dia foi o índice Ifo de confiança empresarial da Alemanha, que subiu para 88,4 pontos em outubro, ante 88,1 em setembro. O resultado indica uma leve melhora na percepção das empresas alemãs, mas ainda reflete cautela em relação ao crescimento econômico.
O banco ING avaliou que o avanço, embora positivo, não muda o quadro geral da economia alemã, que segue impactada pela desaceleração da indústria e pelo enfraquecimento do consumo interno.
Para o restante da zona do euro, os analistas esperam que o Banco Central Europeu mantenha a política monetária atual e adote um discurso mais prudente, enfatizando o monitoramento dos dados de inflação e crescimento.
Destaques corporativos: bancos e farmacêuticas em foco
No setor corporativo, o segmento bancário foi o principal impulsionador dos ganhos nas Bolsas da Europa. O índice setorial Stoxx Banks avançou cerca de 1,3%, com destaque para as altas de Santander, UniCredit e Intesa Sanpaolo, que registraram valorização acima de 2%.
Os ganhos refletem a expectativa de lucros sólidos com a manutenção de taxas de juros elevadas e maior margem financeira nas operações de crédito.
Em contrapartida, o HSBC recuou 0,3% na Bolsa de Londres após anunciar uma provisão de US$ 1,1 bilhão relacionada a um processo judicial envolvendo o caso Bernard Madoff.
Entre as farmacêuticas, a Novartis teve queda de 0,9% em Zurique, após confirmar a compra da americana Avidity Biosciences por cerca de US$ 12 bilhões. O negócio, embora considerado estratégico, foi interpretado pelo mercado como de alto custo no curto prazo.
Europa ajusta horário de funcionamento das Bolsas
Com o fim do horário de verão europeu neste domingo (26), os mercados do continente passaram a operar em novos horários.
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Londres e Lisboa agora estão três horas à frente de Brasília.
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Madri, Paris, Berlim, Frankfurt, Roma e Milão estão quatro horas à frente do horário brasileiro.
Dessa forma, as Bolsas da Europa passam a funcionar das 5h às 13h30 (horário de Brasília), ajustando-se ao calendário de fim de ano e às mudanças sazonais de horário.
Análise: o que esperar para o restante da semana
Os analistas de mercado apontam que o desempenho das Bolsas da Europa nesta semana dependerá principalmente dos balanços das grandes corporações e das decisões de juros dos bancos centrais.
O sentimento predominante é de otimismo cauteloso: os investidores celebram a melhora no ambiente internacional, mas seguem atentos aos riscos geopolíticos e à desaceleração da economia global.
Se o Fed confirmar um corte de juros e o BCE mantiver sua política sem surpresas, o movimento de alta nas bolsas europeias pode se consolidar até o fim do mês, especialmente com a perspectiva de recuperação dos bancos e indústrias exportadoras.
Cenário europeu ganha força com otimismo e balanços
A segunda-feira encerrou com sinais claros de confiança renovada nos mercados europeus. O avanço dos índices de Milão, Madri e Frankfurt confirma o retorno gradual do apetite por risco e a percepção de que o ambiente financeiro global caminha para uma fase de maior estabilidade.
Com os investidores de olho nos próximos passos do BCE e do Fed, o foco também recai sobre o encontro entre Trump e Xi Jinping, que pode definir os rumos do comércio mundial nas próximas semanas.
Enquanto isso, a combinação de balanços corporativos positivos, inflação controlada e menor tensão internacional deve manter o otimismo nas Bolsas da Europa, criando oportunidades para investidores que buscam exposição a mercados desenvolvidos com perspectiva de recuperação.






