Calendário econômico da semana: decisão de juros nos EUA, Caged e desemprego no Brasil movimentam os mercados
Investidores acompanham a decisão do Federal Reserve, os números do emprego formal no Brasil e a divulgação de indicadores fiscais e de crédito
O calendário econômico da semana será marcado por eventos cruciais que podem definir o rumo dos mercados globais e domésticos nos próximos dias. No Brasil, os destaques ficam por conta dos dados do Caged, que revelam o saldo de empregos formais, e da Pnad Contínua, que deve indicar estabilidade no desemprego.
Nos Estados Unidos, o foco está na decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed), com expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, e na divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre — embora o dado possa ser adiado devido ao shutdown do governo norte-americano.
Além disso, o cenário internacional inclui decisões de política monetária no Chile e no Japão, bem como indicadores importantes na Europa e no México. A semana promete movimentar o câmbio, os juros futuros e a bolsa, com investidores atentos a cada nova divulgação.
Segunda-feira (27): indicadores domésticos abrem a semana
A segunda-feira começa com a divulgação de diversos dados de atividade econômica e confiança no Brasil.
Logo às 5h, a FIPE apresenta o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) semanal, importante para medir a variação dos preços na cidade de São Paulo. Às 8h, a FGV publica a Sondagem do Consumidor, que avalia o sentimento das famílias em relação à economia e ao poder de compra.
Também às 8h25, o Banco Central divulga o Relatório Focus, com as projeções de economistas para inflação, PIB, câmbio e taxa Selic. Às 10h, a CNI traz a Sondagem da Indústria da Construção, medindo o desempenho do setor no mês de setembro.
Fechando o dia, às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) apresenta o saldo da balança comercial semanal, indicador fundamental para avaliar o desempenho das exportações e importações.
Esses números servem como aquecimento para uma semana intensa de divulgações — e já podem influenciar o comportamento do real e dos juros futuros, especialmente diante da expectativa de novas sinalizações fiscais do governo federal.
Terça-feira (28): foco na construção civil e decisão no Chile
Na terça-feira, o calendário econômico da semana traz novos dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), com destaque para o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) de outubro e para a Sondagem da Construção. Esses indicadores ajudam a medir os impactos dos preços dos insumos e da mão de obra no setor imobiliário, diretamente ligados à inflação e à política de crédito.
No exterior, o México divulga sua taxa de desemprego de setembro às 9h, enquanto os Estados Unidos apresentam às 11h o Índice de Confiança do Consumidor, medido pelo Conference Board, considerado um termômetro do apetite por consumo das famílias norte-americanas.
O grande destaque do dia, porém, será a decisão de política monetária no Chile, marcada para as 18h. O Banco Central do Chile deve manter a taxa básica de juros em 4,75%, em meio à preocupação com a desaceleração econômica e o cenário inflacionário global.
Quarta-feira (29): o mundo de olho no Federal Reserve
A quarta-feira será o ponto alto do calendário econômico da semana.
O mercado financeiro internacional concentra suas atenções na decisão de juros do Federal Reserve (Fed), que será divulgada às 15h (horário de Brasília).
A expectativa majoritária é de corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica, atualmente na faixa de 4,00% a 4,25% ao ano.
Logo em seguida, o presidente do Fed, Jerome Powell, concederá uma coletiva de imprensa às 15h30, na qual deve explicar as razões da decisão e as perspectivas para a economia americana.
Antes disso, nos Estados Unidos, saem os dados da Balança Comercial de setembro, às 9h30, fundamentais para avaliar a competitividade externa americana.
No Brasil, a agenda é movimentada com a divulgação de:
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Relatório Mensal da Dívida Pública Federal, pelo Tesouro Nacional;
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Sondagem da Indústria (FGV), às 8h;
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Nota à Imprensa sobre Política Monetária e Operações de Crédito, do Banco Central, às 8h30;
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Fluxo Cambial Semanal, às 14h30, que mostra a entrada e saída de dólares no país.
Enquanto isso, o Chile divulga sua taxa de desemprego, e investidores locais monitoram a repercussão da decisão de política monetária tomada no dia anterior.
Quinta-feira (30): dados de emprego e PIB dominam o noticiário
A quinta-feira será outro dia de peso no calendário econômico da semana, tanto no Brasil quanto no exterior.
Por aqui, o Ministério do Trabalho divulga o saldo de empregos formais do Caged referente a setembro. A expectativa é de 170 mil novas vagas com carteira assinada, número inferior ao registrado no mesmo período de 2024, refletindo a desaceleração da atividade econômica.
o Tesouro Nacional também publica o resultado primário do Governo Central, mostrando o desempenho das contas públicas, enquanto a FGV apresenta o IGP-M de outubro, com variação estimada em 0,27% no mês. Além disso, saem as Sondagens do Comércio e de Serviços, importantes para medir o ritmo de recuperação do consumo.
No cenário internacional, os olhos estarão voltados para os Estados Unidos, onde serão divulgados o PIB do terceiro trimestre e os pedidos semanais de auxílio-desemprego.
Há, porém, risco de adiamento desses dados por conta do shutdown do governo americano, que paralisou parte dos órgãos federais.
Na Europa, o dia também será intenso. A Alemanha divulga o PIB do terceiro trimestre às 6h, e a Zona do Euro publica os dados de confiança do consumidor, desemprego e PIB, todos às 7h, seguidos pela decisão de política monetária do BCE às 10h15.
O México apresenta seu PIB trimestral às 9h, enquanto a China publica, às 22h30, o Índice PMI Composto de outubro, importante termômetro da atividade industrial e de serviços.
Sexta-feira (31): fechamento com mercado de trabalho e energia
A semana termina com dados importantes no Brasil.
A Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE às 9h, deve confirmar estabilidade na taxa de desemprego em 5,6%, consolidando o melhor resultado do mercado de trabalho desde 2012.
O Banco Central publica a Nota de Política Fiscal, revelando o desempenho das contas públicas de setembro, enquanto a ANEEL anuncia a bandeira tarifária de energia elétrica para novembro.
Além disso, a FGV divulga o Indicador de Incerteza da Economia, que mede o humor dos empresários e investidores.
No exterior, os Estados Unidos voltam ao centro das atenções com os indicadores de gastos e rendimentos pessoais e o Deflator do PCE, principal medida de inflação acompanhada pelo Federal Reserve.
Na Zona do Euro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) preliminar de outubro deve confirmar a desaceleração da inflação no bloco.
Expectativas dos mercados para a semana
O calendário econômico da semana promete forte impacto sobre os ativos financeiros, tanto no Brasil quanto no exterior.
Por aqui, os investidores devem ajustar suas apostas sobre a trajetória da taxa Selic, avaliando como os dados de emprego, crédito e contas públicas influenciam o cenário de juros.
No câmbio, o dólar pode reagir à decisão do Federal Reserve, que tende a mexer com o fluxo global de capitais.
Já as ações brasileiras devem acompanhar o humor internacional e a perspectiva de queda dos juros americanos, o que pode favorecer mercados emergentes e ativos de risco.
Na Europa, o foco é o Banco Central Europeu (BCE), que enfrenta o desafio de equilibrar combate à inflação e estímulo à economia, em um cenário de estagnação.
Uma semana decisiva para o mercado global
O calendário econômico da semana reúne fatores capazes de redefinir o ambiente macroeconômico no curto prazo.
A decisão do Fed e os dados de emprego no Brasil formam o eixo central de atenção, enquanto os números da Europa, Ásia e América Latina completam um panorama global de incerteza e ajustes.
Investidores devem acompanhar atentamente cada indicador, pois qualquer surpresa — positiva ou negativa — pode alterar expectativas sobre juros, inflação e crescimento econômico nas principais economias do mundo.






