Neste domingo, o delegado Rivaldo Barbosa foi preso sob acusação de liderar uma organização criminosa com o objetivo de sabotar as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. A informação consta em um relatório da Polícia Federal, que embasou as prisões de Barbosa, do deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil) e de seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio.
De acordo com o documento, o fato de Barbosa ter sido diretor da Divisão de Homicídios e, na época dos assassinatos, chefe da Polícia Civil fluminense, conferia aos mandantes e executores “garantia de impunidade da empreitada criminosa”.
Além de Rivaldo Barbosa, o relatório aponta a participação de Giniton Lages, Marco Antônio de Barros Pinto e Érika Andrade de Almeida Araújo na organização criminosa.
A investigação da PF revelou que, pelo menos de 21 de maio de 2016 até 17 de abril de 2019, os envolvidos se valeram da estrutura da Divisão de Homicídios para promover e integrar “organização criminosa voltada à prática dos crimes de corrupção passiva, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa, tráfico de influência, fraude processual, coação no curso do processo, abuso de autoridade, entre outros, com foco na sabotagem de trabalhos investigativos que envolvessem a apuração de homicídios”.
Segundo a PF, “restou demonstrada a conduta perpetrada pela mencionada organização criminosa, devidamente alinhada com os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, no sentido de obstruir e embaraçar investigação instaurada para apurar o possível envolvimento de organização criminosa nos homicídios ora investigados”.
A organização criminosa atuou em comunhão de ações e desígnios com os irmãos Brazão entre 15 de março de 2018 e 17 de abril de 2019, prejudicando a investigação penal e defletindo a persecução penal, causando prejuízos à Administração da Justiça e à busca da verdade real.
As prisões representam um desdobramento importante nas investigações sobre o caso Marielle Franco e Anderson Gomes, oferecendo novas perspectivas para o desvendamento deste crime que chocou o país.