Um recente levantamento realizado pela Quantum Finance revelou que as ações da C&A Modas (CEAB3) apresentaram uma notável valorização de 210,66% nos últimos doze meses, destacando-se em contraste com o aumento de 12,43% registrado pelo Ibovespa no mesmo período. Essa performance excepcional da empresa de moda ganha destaque, mesmo após a divulgação de um prejuízo de R$ 44,2 milhões no terceiro trimestre de 2023, representando uma queda de 28% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Apesar do desafio financeiro, a receita líquida da C&A Modas evidenciou um crescimento de 9,6% na comparação anual, atingindo a marca de R$ 1,5 bilhão. Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado registrou um expressivo aumento de 40% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, totalizando R$ 195,6 milhões.
Os analistas da Genial Investimentos, Nina Mirazon, Iago Souza e Vinicius Esteves, destacaram a forte performance da vertical de vestuário da C&A Modas, superando expectativas com um crescimento acelerado e ganhos contínuos de rentabilidade, provenientes de melhorias nos modelos de distribuição e precificação. No fechamento da última sexta-feira, as ações da empresa apresentaram uma alta de 5,41%, sendo cotadas a R$ 8,57.
A Suno Research, representada por seu analista José Eduardo Daronco, enfatizou que, além das ações da C&A Modas serem negociadas a preços atrativos, a empresa conseguiu entregar resultados consistentes, refletindo positivamente na cotação dos papéis.
A XP Investimentos, em relatório divulgado em 22 de novembro, destacou a bem-sucedida recepção da coleção primavera/verão no terceiro trimestre, evidenciando a capacidade da empresa em testar e escalar modelos rapidamente durante a temporada. A XP manteve uma recomendação neutra para as ações da C&A Modas, estabelecendo um preço-alvo de R$ 6.
O Citi, em relatório divulgado em 11 de novembro, reconheceu o desempenho notável da varejista de moda no setor de vestuário durante o terceiro trimestre, superando expectativas já otimistas. O banco de investimentos destacou a eficiente execução das operações de varejo e expansão de crédito da C&A Modas em um momento desafiador do mercado. A recomendação do Citi foi positiva, reconhecendo a consistência da empresa em sua reestruturação e melhoria na geração de caixa.
O BTG Pactual (BPAC11), em análise setorial do setor de Varejo e Consumo divulgada em 29 de novembro, manteve uma recomendação neutra para as ações da C&A Modas, estabelecendo um preço-alvo de R$ 7. O relatório abordou as discussões legislativas sobre subsídios para investimentos e custos, bem como a tributação no setor varejista, destacando mudanças que simplificam o processo de elegibilidade e incorporam despesas de arrendamento e aluguel na base de cálculo de isenção tributária.
Enquanto a C&A Modas comemora sua ascensão na bolsa, outras empresas do setor varejista enfrentam desafios distintos. O Grupo Casas Bahia (BHIA3), por exemplo, viu suas ações registrarem uma queda de 78% nos últimos 12 meses, enfrentando dificuldades relacionadas aos juros e inflação elevados no Brasil. A Americanas (AMER3) também experimentou uma queda significativa de 90,70%, atribuída a uma fraude fiscal ocorrida em janeiro de 2023, resultando em recuperação judicial e negociação prolongada com credores.
A diversidade de desempenhos no setor varejista destaca a importância de análises aprofundadas para compreender as dinâmicas específicas de cada empresa em meio ao cenário econômico em constante evolução.