O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a criação de um consórcio estratégico entre a companhia elétrica Engie Brasil e o grupo varejista Angeloni. A parceria tem como foco a exploração conjunta do parque de energia eólica Serra do Assuruá 17, localizado em Gentio do Ouro, na Bahia. A aprovação foi formalizada no Diário Oficial da União (DOU) na segunda-feira (30), marcando um avanço significativo para ambos os setores envolvidos: energia e varejo.
A Estratégia por Trás do Consórcio
A operação foi estruturada no formato de autoprodução de energia, uma modalidade que permite ao consumidor adquirir participações ou investir diretamente em uma usina de geração. Esse modelo garante benefícios como redução de custos por meio de descontos e isenção de encargos setoriais, proporcionando maior eficiência econômica.
A Engie Brasil, responsável pela operação do parque eólico, destacou que o negócio está alinhado com sua estratégia de desenvolvimento em projetos de geração renovável. Já o Angeloni, que é um dos maiores consumidores de energia do setor varejista no Brasil, aposta na parceria para reduzir custos operacionais, especialmente em suas redes de supermercados, farmácias e postos de combustíveis.
O Parque Eólico Serra do Assuruá 17
O parque Serra do Assuruá 17, operado pela Engie, está situado em Gentio do Ouro, região da Bahia reconhecida pelo potencial na geração de energia eólica. Essa localização estratégica faz parte do plano nacional de expansão de fontes renováveis, aproveitando as condições climáticas favoráveis da região para gerar energia limpa e sustentável.
Com a entrada do Angeloni como sócio no projeto, a expectativa é que a infraestrutura do parque seja utilizada de forma ainda mais eficiente, ampliando a capacidade de atender às demandas energéticas de grandes consumidores, como o setor varejista.
Impactos Econômicos e Ambientais
A parceria entre Engie e Angeloni reflete uma tendência crescente no Brasil: o investimento em energia renovável como solução para reduzir custos e mitigar impactos ambientais. Além de contribuir para a descarbonização da matriz energética, a operação fortalece o setor eólico brasileiro, que já é um dos mais avançados no mundo.
O modelo de autoprodução se mostra cada vez mais atrativo para grandes empresas, especialmente aquelas com alto consumo energético, como redes de varejo. Essa modalidade não apenas reduz custos, mas também assegura estabilidade no fornecimento de energia, um diferencial competitivo em tempos de volatilidade no mercado elétrico.
Cade: O Papel na Regulação do Setor
A aprovação pelo Cade sem restrições reforça a segurança jurídica para operações desse tipo no Brasil. O órgão avalia rigorosamente os impactos concorrenciais de parcerias entre empresas para garantir que não haja desequilíbrios no mercado. No caso do consórcio entre Engie e Angeloni, o Cade concluiu que a operação é benéfica tanto para o mercado quanto para os consumidores finais.
Energia Eólica no Brasil: Crescimento Acelerado
O Brasil é referência mundial em geração de energia eólica, com parques distribuídos por todo o território, especialmente no Nordeste. A região, onde está localizado o Serra do Assuruá 17, possui ventos constantes e intensos, ideais para a produção desse tipo de energia.
A expansão de parques eólicos como o Serra do Assuruá 17 contribui para o fortalecimento da matriz energética limpa do país, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e ampliando a oferta de energia sustentável.
Oportunidades Futuras
O consórcio entre Engie e Angeloni abre precedentes para que outras grandes empresas do varejo sigam o mesmo caminho, investindo em autoprodução de energia para reduzir custos operacionais e aumentar sua competitividade. Além disso, a parceria reforça a importância da colaboração entre setores distintos para impulsionar o desenvolvimento sustentável no Brasil.
A aprovação do consórcio pelo Cade representa um marco na integração entre os setores de energia e varejo no Brasil. Com benefícios que vão desde a redução de custos até o incentivo ao uso de fontes renováveis, a parceria entre Engie e Angeloni tem potencial para servir como modelo para futuras iniciativas no mercado energético nacional.