A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides de Criptoativos aprovou nesta terça-feira (27) todos os 38 requerimentos de convites e convocações para depoimentos propostos pelos deputados. Entre eles, o de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, que está em prisão preventiva e virá na condição de investigado.
Dentre os presidentes e representantes de grandes corretoras de criptoativos, Guilherme Haddad Nazar, diretor-geral da Binance no Brasil, foi o único convocado, e não apenas convidado. Haddad Nazar, que é sobrinho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, virá na condição de testemunha para falar sobre a relação da exchange com representantes da B Fintech, e sobre “possíveis parcerias com empresas nacionais envolvidas em serviços financeiros associados a criptomoedas”.
O requerimento que o trouxe nesses termos foi proposto pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e se refere a um processo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre suposta oferta de derivativos pela Binance a clientes brasileiros mesmo após uma “stop order” do órgão regulador.
Ao Valor, a Binance informou em nota esperar que “todas as exchanges e instituições financeiras convidadas a participar da CPI possam contribuir e que a comissão seja uma oportunidade para disseminar as melhores práticas da Binance para outros players do setor, especialmente exchanges menores, alvos preferenciais de fraudes e golpes, para que juntos possamos construir um ecossistema cripto seguro que proteja os usuários no Brasil”.
Entre outros destaques dos convites estão os chamados aos principais presidentes de exchanges, como Reinaldo Rabelo, CEO do MB, Thales Freitas, CEO da Bitso e João Canhada, fundador da Foxbit, aos presidentes do Banco Central e da CVM, Roberto Campos Neto e João Pedro Nascimento, e ao influencer Thiago Nigro, conhecido como Primo Rico.
Nigro foi convidado por um requerimento do deputado Yury do Paredão (PL-CE) sob a justificativa de que o influencer possui um “conhecimento profundo sobre o mercado” e poderia trazer “informações atualizadas e precisas sobre as estratégias de investimento em criptomoedas.
O objetivo da CPI das Pirâmides Financeiras, ou CPI das Pirâmides de Criptoativos, é investigar operações fraudulentas de empresas brasileiras que atraíram clientes com a promessa de ganhos expressivos, gerando prejuízo a esses investidores.
As datas dos depoimentos ainda não foram marcadas, mas devem começar na próxima terça-feira (4), quando será apresentado o plano de trabalho da CPI pelo relator, deputado Ricardo Silva (PSD-SP).
Confira a lista dos convocados e convidados.
Irão para a CPI na condição de investigados:
– Atlas Quantum: Rodrigo Marques dos Santos e Fabrício Spiazzi Sanfelice Cutis;
– Capital Bank: Gutheryo de Souza Costa Cavalcante;
– CointradeCx: Eliane Medeiros de Lima;
– GAS: Glaidson Acácio dos Santos e Mirelis Yoseline Diaz Zerpa;
– Indeal: Marco Antonio Fagundes, Angelo Ventrura da Silva, Regis Lippert Fernandes, Francisco Daniel Lima de Freitas e Tassia Fernanda da Paz;
– MSK Invest: Glaidson Tadeu Rosa e Carlos Eduardo de Luca;
– Pereira Consultoria em Tecnologia da Informação: Tunay Pereira Lima e Marcia Pinto dos Anjos;
– Trust Investing: Diorge Ribeiro Chaves e Patrick Abrahão;
– V.G.R Tecnologia Digital: Vicente Gadelha Rocha Neto;
– Zurich Capital Investimentos: Jose Newton Esteves Garcia;
– Binance: Guilherme Haddad Nazar;
– G44: Saleem Ahmed Zaheer e Joselita de Brito de Escobar;
– R.C. Consultoria e Tecnologia: Camila Mendonça de Oliveira e Wagner Lucas dos Santos;
– Genebit: Nivaldo Gonzaga dos Santos, Gabriel Barbosa e Dani Oliveira;
Por fim, os convidados como especialistas são:
– Abcripto: Bernardo Srur;
– Banco Central: Roberto Campos Neto;
– Bitget: Caio Nascimento;
– Binance: Daniel Mangabeira, Mayra Siqueira e Thiago de Carvalho;
– Bitso: Daniel Vogel, Karen Duque e Thales Freitas;
– BityBank: Jonathas Carrijo;
– Brazilian Blockchain Council do ITS/SP: Courtnay Guimarães;
– BTG Pactual: André Portilho;
– Caio Sanas Advogados: Caio Sanas;
– Chilli Beans: Caito Maia;
– Coinbase: Fabio Tonetto Plein;
– CVM: João Pedro Nascimento;
– Digitra.com: Rodrigo Batista;
– InvestSV: Monica Taher;
– Maneira Advogados: Matheus Puppe;
– MB: André Franco, Fabricio Tota e Reinaldo Rabelo
– Nox: João Paulo Oliveira;
– Portal do Bitcoin: Cláudio Goldberg Rabin e Carlo Cauti;
– Rico Investimentos: Thiago Nigro;
– Tropikus.com: Mauricio Tovar Gutiérrez;
E também o juiz federal Erik Navarro Wolkart, o procurador da República Thiago Bueno, os advogados Artêmio Ferreira Picanço Neto e Luciano Regis da Costa e os responsáveis da Polícia Federal e da Receita Federal pela Operação TrapCoin.