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Golpe com imóveis na planta lesou mais de mil pessoas em São Paulo e causou prejuízo de R$ 200 milhões

10/11/2025
em Economia, News
Golpe Com Imóveis Na Planta Lesou Mais De Mil Pessoas Em São Paulo E Causou Prejuízo De R$ 200 Milhões - Gazeta Mercantil

Golpe com imóveis na planta engana mais de mil investidores em São Paulo e causa prejuízo milionário

Uma nova operação da Polícia Civil de São Paulo revelou um golpe com imóveis na planta que lesou mais de 1.200 investidores em todo o estado, gerando um prejuízo estimado em R$ 200 milhões. O esquema, comandado pela empresa Neoin Incorporadora, prometia rendimentos mensais acima do mercado e a entrega de apartamentos que nunca foram concluídos. O caso está sendo investigado como uma possível pirâmide financeira, com indícios de estelionato, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular.


Promessas de lucro rápido e segurança ilusória

O golpe com imóveis na planta começou com uma promessa sedutora: rendimentos de até 2% ao mês e apartamentos prontos como garantia caso o investimento não desse certo. A empresa afirmava que atuava no setor de construção civil e incorporação imobiliária, e que seus projetos trariam “moradias que fazem a diferença na vida das pessoas”, segundo discursos do próprio fundador, Daniel Bernal.

No início, os investidores receberam pequenos retornos financeiros, o que alimentou a confiança e levou muitos a reinvestirem valores ainda maiores. O empresário Gilberto Alves de Melo e sua esposa, por exemplo, aportaram R$ 410 mil, enquanto Letícia Ferrari desembolsou R$ 60 mil em um apartamento que nunca saiu do papel.

O esquema operava como uma pirâmide disfarçada de investimento imobiliário: os rendimentos pagos aos primeiros investidores vinham do dinheiro dos novos aportes, e não de lucros reais provenientes das obras.


Como funcionava o golpe com imóveis na planta

O modelo de negócios da Neoin Incorporadora parecia legítimo à primeira vista. A empresa captava recursos prometendo aplicar o dinheiro na construção e venda de apartamentos, assegurando rendimento fixo mensal e garantias reais aos investidores.

No entanto, de acordo com as investigações, a maioria dos empreendimentos nunca foi iniciada ou sequer teve licença para construção. Alguns canteiros chegaram a ser abertos, mas as obras foram abandonadas após a fase inicial de fundação.

A estrutura da fraude se sustentava enquanto novos investidores continuavam entrando no sistema, o que possibilitava o pagamento das promessas de rentabilidade. Quando as captações diminuíram, o esquema colapsou, deixando centenas de pessoas sem retorno e sem imóvel.


Características de pirâmide financeira

O golpe com imóveis na planta segue o mesmo padrão de uma pirâmide financeira clássica. Em um primeiro momento, a empresa simulava lucratividade com base em novos aportes, criando a ilusão de um negócio sustentável.

Com o tempo, o fluxo de novos investidores diminuiu, as obras pararam e os pagamentos cessaram. A Polícia Civil identificou fortes indícios de manipulação contábil e uso indevido dos recursos, que podem ter sido desviados para contas pessoais de sócios e empresas de fachada.

O delegado Rodrigo Costa, responsável pelo caso, classificou o modelo como um esquema de fachada, no qual os imóveis eram apenas instrumentos de captação de dinheiro, sem qualquer base de entrega física ou rentabilidade real.


A investigação e a operação “Prédios de Areia”

Com o aumento das denúncias em 2025, a Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito contra a Neoin e seus dirigentes. Em setembro, foi deflagrada a Operação Prédios de Areia, com mandados de busca e apreensão nas sedes da incorporadora e nas residências dos principais envolvidos.

O fundador Daniel Bernal e outros quatro sócios estão sendo investigados pelos crimes de:

  • Crime contra a economia popular,

  • Estelionato,

  • Lavagem de dinheiro, e

  • Associação criminosa.

A polícia também determinou o bloqueio de bens e contas bancárias dos suspeitos, a fim de tentar ressarcir parcialmente os investidores lesados pelo golpe com imóveis na planta.

Segundo o Ministério Público, a Neoin pode ter movimentado valores superiores a R$ 200 milhões em pouco mais de dois anos de atividade.


A defesa e a versão da empresa

Em nota enviada à imprensa, a defesa de Daniel Bernal alegou que não houve fraude, e sim má gestão financeira em um momento de retração do setor imobiliário. Segundo o advogado, a empresa está em processo de recuperação judicial e pretende reembolsar os clientes conforme a determinação da Justiça.

Entretanto, os investigadores apontam que os rendimentos prometidos superavam em muito a média do mercado imobiliário, o que caracteriza indícios claros de fraude e dolo.


O perfil das vítimas do golpe

A maior parte das vítimas do golpe com imóveis na planta é formada por pequenos e médios investidores, muitos deles aposentados ou profissionais liberais que buscavam renda passiva segura.

Com a popularização das fintechs de investimento e das plataformas digitais de crowdfunding imobiliário, o público passou a enxergar oportunidades em projetos que prometiam retornos fixos e garantidos — um terreno fértil para a ação de golpistas.

Entre os 1.200 investidores identificados, há casos de pessoas que venderam imóveis próprios, sacaram previdência privada ou pegaram empréstimos bancários para aplicar na promessa de lucro mensal de 2%.

O impacto psicológico e financeiro foi devastador: famílias inteiras ficaram endividadas e sem moradia, e muitos dos lesados relatam transtornos emocionais e depressão após o golpe.


Como identificar e evitar golpes em imóveis na planta

O caso Neoin serve de alerta para quem pretende investir no setor imobiliário. Segundo especialistas, há alguns sinais de alerta que ajudam a identificar possíveis golpes com imóveis na planta:

  1. Promessa de rentabilidade alta e garantida — Nenhum investimento legítimo pode assegurar lucro fixo acima da média do mercado sem risco.

  2. Falta de transparência sobre o empreendimento — Pesquise a matrícula do imóvel, o registro da obra e as licenças junto à prefeitura.

  3. Ausência de histórico da incorporadora — Empresas recém-criadas, sem histórico comprovado de entrega, devem ser vistas com cautela.

  4. Pagamento direto à empresa, sem contrato registrado — Sempre exija instrumentos públicos e registros em cartório.

  5. Atrasos constantes e justificativas vagas — Sinais de que a obra pode não estar sendo executada conforme o cronograma real.

Além disso, órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central oferecem canais para verificar se a empresa está autorizada a captar investimentos.


Impactos econômicos e sociais do golpe

O golpe com imóveis na planta também expõe fragilidades no controle e na fiscalização do mercado imobiliário. A falta de regulamentação específica para modelos de investimento coletivo facilita a ação de empresas que operam à margem da lei.

O caso Neoin pode gerar repercussões mais amplas, prejudicando a confiança dos investidores no setor de construção civil e fundos imobiliários. Analistas destacam que é essencial o fortalecimento da transparência e da governança corporativa para restaurar a credibilidade.

Para o mercado, o escândalo acende um sinal de alerta semelhante ao deixado por fraudes financeiras anteriores, como os golpes envolvendo criptomoedas e consórcios falsos.


O futuro da investigação

A Polícia Civil segue analisando documentos e movimentações financeiras da Neoin. A expectativa é de que o inquérito seja concluído até o início de 2026, com o indiciamento formal dos responsáveis.

Enquanto isso, o Ministério Público trabalha em conjunto com o Poder Judiciário para identificar ativos bloqueáveis, imóveis e veículos que possam reverter parte das perdas dos investidores.

Advogados de vítimas já se organizam para ingressar com ações coletivas de reparação de danos, buscando responsabilizar os sócios e recuperar, ao menos parcialmente, os valores aplicados.


A lição do caso Neoin

O golpe com imóveis na planta revela como o mercado de investimentos alternativos ainda carece de maior fiscalização e educação financeira.

A falsa sensação de segurança, associada à tangibilidade dos imóveis, fez com que milhares de pessoas acreditassem estar investindo em algo sólido, quando na realidade estavam sustentando uma pirâmide financeira.

Para especialistas, o caso reforça a necessidade de políticas públicas de educação financeira e de monitoramento digital de empresas que captam recursos do público sem autorização dos órgãos competentes.

O golpe com imóveis na planta da Neoin Incorporadora é um retrato da vulnerabilidade do investidor brasileiro diante de promessas de lucros fáceis. Mais de 1.200 pessoas foram lesadas, e o prejuízo de R$ 200 milhões ainda pode aumentar conforme novas vítimas se apresentem.

Enquanto a Justiça tenta responsabilizar os envolvidos, o caso serve como alerta: investimentos seguros exigem transparência, regulação e prudência. Desconfie de rentabilidades altas e garantias irreais — especialmente quando se trata de imóveis que ainda nem saíram do papel.

Tags: Daniel Bernalfraude imobiliáriagolpe com imóveis na plantagolpe em investidoresimóveis na plantainvestimentos fraudulentosNeoin Incorporadoraoperação prédios de areiapirâmide financeiraPolícia Civil SP

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