Ibovespa Hoje: Queda Leve com Avaliação do Governo, Ata do Fed e Tensões Comerciais Globais
O Ibovespa hoje abriu em queda nesta quarta-feira, 20 de agosto de 2025, refletindo um cenário de cautela dos investidores diante de fatores internos e externos. Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira recuava 0,21%, alcançando 134.155 pontos, em meio à expectativa pela divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), à evolução da corrida eleitoral brasileira e ao impasse nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, o dólar à vista mostrava perda de força frente ao real, sendo negociado a R$ 5,4696, em baixa de 0,57% no dia. Esse movimento trouxe algum alívio para o mercado cambial, mas não foi suficiente para neutralizar a volatilidade dos ativos de risco.
1. Aprovação do governo Lula melhora e impacta o mercado
Um dos principais fatores que influenciam o Ibovespa hoje é a percepção política interna. Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira revelou que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu de 43% em julho para 46% em agosto.
A avaliação positiva do governo também cresceu, passando de 28% para 31% no mesmo período. Já a desaprovação recuou de 53% para 51%. Esses números dão fôlego ao governo, que tem enfrentado críticas pela condução da política fiscal e pela resposta às tarifas impostas pelos EUA.
Para os investidores, a melhora da imagem do governo sugere maior estabilidade política, o que pode ajudar a reduzir a percepção de risco, embora o impacto sobre os ativos ainda dependa de medidas concretas na economia.
2. Ata do Fed é aguardada com atenção
Outro ponto central para explicar a performance do Ibovespa hoje é a expectativa pela divulgação da ata da mais recente reunião do Fed. O documento, previsto para as 15h (horário de Brasília), deve detalhar a divisão entre os dirigentes sobre a manutenção da taxa de juros na faixa de 4,25% a 4,50%.
Dois membros, considerados mais “dovish”, defenderam cortes imediatos como forma de proteger o mercado de trabalho. O mercado, entretanto, já precifica com 85% de probabilidade uma redução de 0,25 ponto percentual em setembro, segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
A divulgação da ata e os discursos futuros do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, serão determinantes para os rumos das bolsas globais e, consequentemente, para o Ibovespa hoje.
3. Déficit dos EUA preocupa investidores
O cenário fiscal dos Estados Unidos também pesa sobre o humor dos investidores. Projeções do Comitê para um Orçamento Federal Responsável (CRFB) apontam que os déficits orçamentários federais serão quase US$ 1 trilhão maiores na próxima década do que o estimado em janeiro pelo CBO (Congressional Budget Office).
Entre 2026 e 2035, o déficit acumulado pode chegar a US$ 22,7 trilhões, refletindo medidas tributárias, novos gastos e tarifas comerciais em vigor. Para 2025, a expectativa é de um déficit de US$ 1,7 trilhão, equivalente a 5,6% do PIB americano.
Esses números acendem um sinal de alerta no mercado global e reforçam a volatilidade do Ibovespa hoje, já que a trajetória dos juros americanos pode ser impactada pela necessidade de maior endividamento.
4. Acordo comercial UE-EUA traz alívio parcial
O Ibovespa hoje também acompanha de perto os desdobramentos do acordo comercial firmado entre União Europeia e Estados Unidos. A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que a tarifa média efetiva resultante ficou entre 12% e 16%, abaixo do cenário mais severo de 20% que poderia desencadear uma guerra comercial total.
Apesar do alívio, setores estratégicos como farmacêutico e semicondutores permanecem em incerteza. Para o Brasil, a negociação é observada com atenção, já que define a competitividade internacional e impacta os acordos comerciais do país.
Esse ambiente externo contribui para a oscilação do Ibovespa hoje, que reage à menor clareza sobre o comércio global.
5. Guerra na Ucrânia e tensões geopolíticas
No front geopolítico, a guerra na Ucrânia continua a ser um fator de risco. Nesta quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que discutir segurança sem a participação de Moscou é um “caminho para lugar nenhum”.
Os comentários ocorreram após uma reunião entre Volodymyr Zelensky, líderes europeus e Donald Trump, na Casa Branca. Há expectativa de um encontro trilateral entre Zelensky, Trump e Vladimir Putin em Budapeste, o que mantém a atenção dos mercados sobre a evolução do conflito.
Esse pano de fundo de incerteza internacional mantém a cautela dos investidores e contribui para a instabilidade do Ibovespa hoje.
Análise técnica do Ibovespa hoje
Do ponto de vista técnico, o Ibovespa hoje mostra sinais de fraqueza após sucessivas altas registradas no início do mês. O patamar de 134 mil pontos é considerado um suporte importante, e uma queda mais acentuada pode levar o índice a testar a região de 132 mil pontos.
Analistas destacam que, apesar da leve queda, o fluxo estrangeiro segue positivo, sustentando parte do desempenho do mercado. A volatilidade deve aumentar com a proximidade da divulgação da ata do Fed e com os próximos indicadores econômicos internos.
Perspectivas para investidores
Para quem acompanha o Ibovespa hoje, os próximos dias serão determinantes. A depender da ata do Fed, do desenrolar das tensões comerciais entre Brasil e EUA e da evolução da política interna, o mercado pode ganhar tração ou aprofundar a correção.
A recomendação de analistas é que investidores mantenham diversificação, com atenção a setores defensivos e empresas com boa geração de caixa. Em paralelo, a exposição ao dólar segue como proteção diante da volatilidade.
O desempenho do Ibovespa hoje reflete um ambiente de cautela, marcado por variáveis internas, como a aprovação do governo Lula, e externas, como a ata do Fed e os déficits dos EUA. A soma desses fatores cria um cenário de alta volatilidade, exigindo atenção redobrada dos investidores.
A leve queda de 0,21% é mais um reflexo da expectativa do mercado do que um sinal de tendência definida. Até o fim do dia, novos elementos podem alterar o humor dos investidores, mostrando que o Ibovespa hoje segue sensível a qualquer notícia que altere o equilíbrio global ou doméstico.






