Lei Magnitsky: pesquisa Genial/Quaest mostra opinião dos brasileiros sobre punição a Moraes e impeachment
A Lei Magnitsky entrou no centro do debate político brasileiro após a aplicação de sanções pelo governo de Donald Trump contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada em 25 de agosto de 2025, a maioria dos brasileiros considera injusta a aplicação da lei contra o magistrado, mas a opinião pública se mostra dividida quanto a um possível processo de impeachment.
O levantamento, realizado entre os dias 13 e 17 de agosto, ouviu 2.004 eleitores em todo o país e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais.
O que é a Lei Magnitsky?
A Lei Magnitsky é um instrumento jurídico criado inicialmente nos Estados Unidos e que permite a imposição de sanções financeiras e restrições a indivíduos acusados de violações de direitos humanos ou corrupção. As medidas vão desde bloqueios de ativos até restrições de movimentações financeiras em bancos e empresas sob influência da legislação norte-americana.
No caso brasileiro, a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes, ministro do STF, ocorreu após pressões de setores ligados ao bolsonarismo nos Estados Unidos, incluindo lobby de parlamentares. A decisão gerou forte repercussão e abriu espaço para discussões internas sobre soberania nacional, independência do Judiciário e os limites da influência externa em assuntos domésticos.
Pesquisa Genial/Quaest: percepção dos brasileiros sobre a Lei Magnitsky
Segundo o levantamento Genial/Quaest, 49% dos entrevistados acreditam que a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes foi injusta. Já 39% consideram a medida justa, enquanto 12% não souberam responder. O resultado mostra que, embora exista apoio relevante à medida, a maioria discorda da intervenção estrangeira.
Essa divisão reflete a polarização política no país, especialmente em torno das figuras de Donald Trump, Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes.
Impeachment de Alexandre de Moraes: cenário dividido
A mesma pesquisa também perguntou aos eleitores sobre a possibilidade de impeachment do ministro do STF. Os números revelaram um empate técnico: 46% se disseram favoráveis ao afastamento, enquanto 43% foram contrários.
Ainda que a proposta de impeachment seja uma pauta defendida por setores da direita bolsonarista, especialistas apontam que a iniciativa dificilmente prosperará no Congresso, já que exige votos de 54 dos 81 senadores. Até o momento, a ideia não encontra respaldo nem mesmo em partidos de centro-direita.
Contexto político da Lei Magnitsky no Brasil
A aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes não se limita a uma questão diplomática entre Brasil e Estados Unidos. O episódio reflete a tentativa de setores políticos de utilizar ferramentas internacionais para pressionar o Judiciário brasileiro.
Nos bastidores, a medida é interpretada como resultado direto do lobby de Eduardo Bolsonaro, que desde abril de 2025 se encontra nos Estados Unidos em busca de apoio do establishment trumpista. O objetivo seria influenciar decisões judiciais que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu em processos por tentativa de golpe de Estado.
Soberania nacional em debate
a aplicação da Lei Magnitsky sobre uma autoridade do Judiciário brasileiro gerou discussões sobre a soberania nacional e os limites da ingerência de políticas externas nos assuntos internos do Brasil.
Para parte da população, a punição representa uma interferência indevida e coloca em xeque a independência do Supremo Tribunal Federal. Por outro lado, apoiadores da medida argumentam que o uso da lei internacional é uma resposta a supostos abusos de autoridade e restrições à liberdade de expressão.
Impactos econômicos e sociais da Lei Magnitsky
Embora a sanção seja direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, o debate sobre a Lei Magnitsky tem reflexos mais amplos:
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Relações internacionais: pode gerar atritos diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos.
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Mercado financeiro: aumenta a percepção de risco político, influenciando investidores.
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Opinião pública: reforça a polarização em torno do Judiciário e das figuras políticas ligadas ao bolsonarismo.
A Lei Magnitsky no mundo
O uso da Lei Magnitsky não é exclusivo do Brasil. Criada em homenagem a Sergei Magnitsky, advogado russo que morreu em 2009 após denunciar corrupção em seu país, a lei foi adotada inicialmente pelos Estados Unidos e depois replicada por outros países. Hoje, é considerada uma ferramenta de pressão internacional contra violações de direitos humanos e corrupção em diferentes contextos globais.
O que esperar daqui para frente
a pesquisa Genial/Quaest mostra que a aplicação da Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes se tornou um tema central na política nacional. Com o impeachment do ministro também em debate, ainda que com baixas chances de sucesso no Congresso, a polarização política deve se intensificar nos próximos meses.
O episódio reforça como a política externa e interna podem se misturar em momentos de crise institucional, e como instrumentos internacionais como a Lei Magnitsky passam a ser usados como armas políticas em disputas domésticas.
A controvérsia envolvendo a Lei Magnitsky e Alexandre de Moraes demonstra como o Brasil vive um momento de alta polarização política. Enquanto a maioria dos brasileiros discorda da punição imposta por Donald Trump, quase metade da população apoia a possibilidade de impeachment do ministro do STF.
O cenário mostra que, mais do que questões jurídicas, o debate se transformou em um termômetro da divisão política no país e deve influenciar os rumos da eleição presidencial de 2026.






