O encontro transcorreu de maneira informal, segundo relatos, e Lula fez um discurso agradecendo a votação de projetos importantes para o país. Ele lamentou a rejeição de emenda que prorrogaria, dentro da reforma tributária, os incentivos tributários federais para montadoras instalarem fábricas no Nordeste e Centro-Oeste.
“Ele lamentou porque a derrota foi por um voto apenas. Falou que era injusto, que era errado. Ficou chateado”, contou um dos presentes.
A “emenda Lula” foi incluída pelo relator, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), no dia da votação para prorrogar os benefícios para as montadoras instaladas no Nordeste e Centro-Oeste, o que provocou reação contrária de deputados dos Estados onde há montadoras que não seriam beneficiadas, como São Paulo e Rio de Janeiro. O texto teve apoio de 307 dos 513 deputados, mas eram necessários 308 votos para ser aprovado.
A intenção de Lula era viabilizar a instalação da fábrica da BYD em Camaçari (BA), onde antes funcionava uma unidade da Ford fechada em 2021. A empresa chinesa espera contar com os benefícios para investir US$ 3 bilhões e, para isso, era necessário a aprovação da prorrogação dentro da reforma (o IPI, alvo dos incentivos, desaparecerá com a PEC).
Fora isso, Lula agradeceu o empenho dos deputados e de Lira para uma “supersemana” de votações. “Projetos importantes não para mim ou para o governo, mas para o Brasil”, afirmou ele, pelo Twitter, ao lado de uma foto com os 16 deputados presentes.
Entre os participantes estavam o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e outros governistas, como os líderes do MDB, PSD, PCdoB e PT, mas também compareceram ao encontro os líderes do PP, André Fufuca (MA), e do Republicanos, Hugo Motta (PB), partidos que se declaram independentes, mas iniciaram conversa para indicar ministros.
Lula em encontro com deputados após aprovação da reforma tributária na Câmara — Foto: Divulgação/Cláudio Kbene