O presidente da França, Emmanuel Macron, adiou sua visita à Alemanha em meio à quarta noite de protestos no país em razão do assassinato de um jovem pela polícia. Essa seria a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país em 23 anos. Macron disse ao presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, que pretende permanecer na França nos próximos dias para acompanhar a situação dos protestos.
Cerca de 1.350 carros e 243 prédios foram incendiados neste sábado, quarto dia seguido de protestos, após manifestantes atacarem dezenas de delegacias na noite de ontem. Na cidade de Marselha, no sul da França, os manifestantes entraram em conflito com a polícia e saquearam várias lojas, incluindo de armamentos.
O Ministério do Interior da França afirmou que o número de incidentes violentos foi menor que o registrado na quinta-feira, especialmente na região de Paris. Mais de 1.300 pessoas foram detidas e 45 mil policiais atuam nas ruas.
Os protestos começaram após um jovem de 17 anos ser assassinado pela polícia no subúrbio de Paris. Ele dirigia sem habilitação, por ser menor de idade, e trafegava em uma faixa exclusiva para ônibus. O jovem recusou as ordens da polícia para parar e ultrapassou o sinal vermelho, até ser alcançado pela polícia e levar um tiro. A defesa do oficial afirma que ele pretendia atirar na perna do jovem, mas que errou o tiro.