O mercado brasileiro de maquininhas de pagamento registrou um crescimento impressionante de 494% nos últimos dez anos, alcançando a produção de 22 milhões de dispositivos em 2022, conforme revelado pelo Banco Central. Essa ascensão, no entanto, trouxe consigo um desafio ambiental significativo: o aumento do lixo eletrônico.
Com a distribuição de 95 milhões de maquininhas ao longo da última década, o Brasil agora enfrenta a gestão de mais de 28 mil toneladas de resíduos eletrônicos. Surpreendentemente, enquanto o mercado de smartphones implementou medidas para mitigar seu impacto ambiental, o setor das maquininhas parece ter negligenciado, em grande parte, a questão da sustentabilidade.
Apesar da crescente popularidade das maquininhas, a discussão sobre o descarte responsável desses dispositivos permanece em segundo plano. Com componentes químicos, como bateria e placas, classificados como lixo eletrônico, além do plástico, a necessidade de abordar a questão da sustentabilidade se torna imperativa.
Empresas como a InfinitePay e o Mercado Pago começam a apresentar alternativas mais sustentáveis para o cenário das maquininhas. A InfinitePay, por exemplo, lançou a solução “Tap to Pay” no iPhone, transformando o smartphone em uma maquininha para empreendedores. Essa abordagem inovadora evita a necessidade constante de novas emissões de dispositivos.
Embora a tecnologia esteja atualmente disponível para celulares Android, a Stone, outra player importante no setor, afirma estar trabalhando para incluir a compatibilidade com iOS em breve. A empresa destaca seu compromisso com a sustentabilidade, mencionando um programa de logística reversa para máquinas inativadas, garantindo o descarte adequado.
O Mercado Pago, braço financeiro do Mercado Livre, também investe em tecnologias que transformam celulares Android em maquininhas, alinhando-se à tendência de redução de resíduos. Durante a Black Friday, a empresa antecipou o envio de maquininhas para estimular o comércio local.
A Stone destaca que, além do descarte responsável, está atuando na redução de emissões relacionadas à distribuição das maquininhas. Adota medidas como um modelo econômico de combustível, o incentivo ao uso de fontes renováveis e a otimização de rotas para mitigar seu impacto ambiental.
O Mercado Pago, por sua vez, destaca a sustentabilidade como um pilar essencial de sua agenda ambiental. O Point Tap, uma das soluções oferecidas pela marca, não apenas agiliza o processo de pagamento, mas também contribui para a redução do uso de plástico, facilitando o acesso de microempreendedores às maquininhas.
Enquanto o mercado de maquininhas de pagamento continua a sua trajetória ascendente, a sustentabilidade emerge como um tema crucial. Empresas inovadoras estão adotando abordagens mais eco-friendly, sinalizando um caminho promissor para um setor mais consciente e responsável ambientalmente. A necessidade de práticas sustentáveis não apenas no uso, mas também no descarte desses dispositivos, é imperativa para garantir um futuro mais verde para o mercado de pagamentos no Brasil.