A Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) deu luz verde para a Neuralink, empresa de neurociência fundada por Elon Musk, realizar o implante de um chip cerebral em uma segunda pessoa. Essa aprovação veio após a agência concordar com as correções propostas pela Neuralink para resolver um problema identificado no primeiro paciente, Nolan Arbaugh.
De acordo com o Wall Street Journal, entre as correções está a inserção mais profunda de alguns fios ultrafinos do dispositivo no cérebro do paciente. O chip cerebral, conhecido como N1, é do tamanho de uma moeda de US$ 0,25 e contém uma parte eletrônica e uma bateria, além de 64 fios mais finos que um fio de cabelo humano. Esses fios ultrafinos são inseridos no córtex motor do cérebro, permitindo a transmissão de sinais neurais e facilitando a interação entre computador e humano.
O primeiro paciente, Nolan Arbaugh, recebeu o implante em janeiro deste ano. Apesar de ter enfrentado alguns contratempos, como a soltura de parte dos fios do cérebro, o que comprometeu a leitura dos sinais elétricos, Arbaugh conseguiu experimentar uma nova forma de interação com o mundo ao seu redor, controlando um cursor na tela do computador e jogando apenas com o pensamento.
A Neuralink agora busca um segundo participante para realizar a cirurgia já em junho, após a autorização da FDA. Mais de mil tetraplégicos se inscreveram para participar do estudo, mas menos de 100 estão qualificados para os testes com os implantes. A empresa planeja implantar o N1 em 10 pessoas até o final deste ano, além de produzir vários receptores para estudar comportamentos.
No entanto, a Neuralink enfrenta um desafio em relação à diversidade dos participantes, já que a maioria dos inscritos são homens brancos. A empresa planeja expandir seus testes para o Canadá e o Reino Unido, enviando pedidos aos órgãos reguladores de saúde desses países. Com avanços como esse, a Neuralink está abrindo caminho para uma nova era na interface entre humanos e máquinas, potencialmente revolucionando a maneira como interagimos com a tecnologia.