sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
contato@gazetamercantil.com
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
GAZETA MERCANTIL
Sem resultados
Todos os resultados
Home Política

Governo cria conselho para fortalecer políticas de terras raras e garantir soberania mineral do Brasil

21/11/2025
em Política, Destaque, News
Governo Cria Conselho Para Fortalecer Políticas De Terras Raras E Garantir Soberania Mineral Do Brasil - Gazeta Mercantil

Governo cria conselho para assessorar Lula em políticas de terras raras e minerais críticos

O governo federal deu um passo decisivo para transformar o potencial mineral do Brasil em estratégia de soberania econômica e tecnológica. O anúncio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sobre a criação do Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos promete mudar o rumo das políticas públicas relacionadas às terras raras e outros recursos fundamentais para a transição energética global.

O novo órgão, que será instituído em até 40 dias, tem como missão assessorar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas decisões sobre minerais considerados estratégicos, com foco na formulação de políticas voltadas à produção, refino e agregação de valor à cadeia nacional.


Terras raras: o novo ouro tecnológico do Brasil

As terras raras — grupo de 17 elementos químicos essenciais na fabricação de baterias, turbinas eólicas, painéis solares, semicondutores e equipamentos eletrônicos — tornaram-se o centro das atenções no cenário internacional.

Além delas, outros minerais críticos como lítio, nióbio, cobre, cobalto e níquel compõem o foco estratégico do governo. Todos são considerados insumos indispensáveis à indústria de alta tecnologia e à sustentabilidade energética.

Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o Brasil detém cerca de 10% das reservas mundiais desses recursos, com destaque para 23% das reservas conhecidas de alguns desses minerais, conforme estimativas oficiais. No entanto, apesar da abundância, a exploração nacional ainda enfrenta gargalos significativos: ausência de um marco regulatório específico, baixa capacidade de refino, custos ambientais elevados e escassez de investimentos em inovação tecnológica.

O Conselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicos surge justamente para corrigir essas lacunas, colocando as terras raras como prioridade no novo ciclo de desenvolvimento industrial do país.


Lula e o CNPM: política mineral integrada à estratégia nacional

A criação do novo conselho foi anunciada durante a primeira reunião do Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM), órgão instalado oficialmente nesta quinta-feira (16). Embora o CNPM tenha sido criado em 2022, só agora passa a funcionar de fato, com a missão de formular diretrizes para o setor mineral brasileiro.

Presidido pelo ministro Alexandre Silveira, o CNPM reúne representantes de 18 ministérios, além de universidades, municípios mineradores e entidades da sociedade civil. Seu papel é semelhante ao do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), atuando como instância consultiva direta da Presidência da República.

O objetivo é claro: consolidar políticas públicas que fortaleçam a exploração sustentável e soberana das terras raras, ampliando a capacidade de industrialização e reduzindo a dependência de produtos importados.

Silveira destacou que o conselho deverá ser o “norte” das decisões do setor, reforçando o papel estratégico da mineração no contexto da transição energética e da segurança nacional.


O papel das terras raras na transição energética global

As terras raras se tornaram um ativo geopolítico de alto valor. Esses minerais são essenciais para a produção de motores elétricos, turbinas eólicas e chips utilizados em dispositivos eletrônicos e militares.

Com o avanço da transição energética, a demanda mundial por esses elementos cresce de forma acelerada, e países que dominam sua extração e processamento assumem posição privilegiada no tabuleiro econômico global.

Hoje, a China é responsável por mais de 70% da produção mundial de terras raras, controlando também parte considerável da cadeia de refino e exportação. Para o Brasil, que possui vastas reservas, o desafio está em reduzir a dependência externa e transformar o potencial geológico em vantagem competitiva.

O governo Lula busca exatamente isso: criar condições para que o país deixe de ser mero exportador de matéria-prima e passe a agregar valor industrial ao que produz, fortalecendo a economia e gerando empregos de alta qualificação.


Diplomacia mineral e o interesse dos Estados Unidos

A discussão sobre terras raras também tem repercussão diplomática. Após o encontro entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, os dois países intensificaram o diálogo em torno do chamado “tarifaço”, que impôs novas barreiras comerciais ao Brasil.

Nos bastidores, o governo brasileiro vê no interesse norte-americano pelos minerais críticos uma oportunidade de negociação. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, está à frente das tratativas com Washington, estudando a inclusão do setor mineral nos acordos bilaterais.

Segundo o ministro Alexandre Silveira, o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, convidou o Brasil para discutir possibilidades de cooperação. Lula, no entanto, deixou clara a orientação de que qualquer negociação deve priorizar os interesses nacionais.

A mensagem é direta: se os minerais são críticos, devem servir primeiro ao Brasil.


Planejamento estratégico até 2050

Durante a primeira reunião do CNPM, foram estabelecidos três eixos prioritários:

  1. Minerais críticos e estratégicos, com foco em terras raras e metais industriais de alta demanda;

  2. Mineração sustentável, com rigor ambiental e social;

  3. Segurança energética e alimentar, vinculando o setor mineral à estratégia de longo prazo do país.

O colegiado também deverá aprovar o Plano Nacional de Mineração 2025–2050, documento que servirá como base para a formulação das políticas públicas do setor. O plano trará metas de produção, incentivos à pesquisa, desenvolvimento tecnológico e mecanismos de controle ambiental.

O governo pretende usar tanto o novo conselho quanto o CNPM como instrumentos de integração entre ministérios, consolidando o Brasil como fornecedor global estratégico de terras raras, mas com maior autonomia industrial e tecnológica.


Brasil quer liderança sustentável no mercado de terras raras

Com o avanço da economia verde, o uso de terras raras em painéis solares, veículos elétricos e dispositivos eletrônicos aumenta exponencialmente. A Organização Internacional de Energia (IEA) estima que a demanda por esses minerais pode triplicar até 2040.

O Brasil, ao criar um conselho voltado à governança desses recursos, busca não apenas ampliar sua participação no mercado internacional, mas também garantir que a exploração ocorra de forma sustentável, justa e soberana.

Entre as metas do governo estão:

  • Implantar centros de pesquisa e tecnologia de refino;

  • Estimular investimentos privados em mineração responsável;

  • Reduzir a dependência de importações chinesas;

  • Valorizar a mão de obra nacional e gerar empregos de alta complexidade;

  • Criar uma política de royalties que beneficie estados e municípios mineradores.

Essas ações podem reposicionar o Brasil como protagonista na nova corrida global pelas terras raras, unindo meio ambiente, desenvolvimento e inovação.


Desafios para transformar potencial em liderança

Apesar das perspectivas otimistas, os desafios são significativos. O país precisa modernizar sua infraestrutura de refino e logística, definir um marco regulatório específico para terras raras e garantir segurança jurídica aos investidores.

Outro obstáculo é a alta complexidade tecnológica do refino, que demanda know-how especializado e alto investimento em pesquisa científica. Por isso, a criação de parcerias com universidades, institutos de tecnologia e empresas privadas será fundamental.

Ao mesmo tempo, a agenda socioambiental deve ser prioridade, evitando que o avanço econômico ocorra à custa de danos ambientais ou conflitos em comunidades locais.


O futuro das terras raras no Brasil

Com a instalação do novo conselho e o fortalecimento do CNPM, o Brasil inicia uma nova fase de planejamento mineral. O país quer se posicionar como líder sustentável na produção de terras raras, ampliando sua influência global e fortalecendo sua base industrial.

Essa política pode transformar o Brasil de exportador de commodities para potência tecnológica verde, integrando-se a cadeias produtivas estratégicas e atraindo investimentos de ponta.

O sucesso dessa estratégia dependerá da capacidade do governo em equilibrar desenvolvimento econômico, sustentabilidade e soberania nacional — pilares que, juntos, definirão o papel brasileiro na nova economia global das terras raras.

Tags: CNPMcobaltoConselho Nacional de Minerais Críticos e Estratégicoslítiomineração sustentável.minerais críticosnióbioníquelterras rarastransição energética

LEIA MAIS

Brasil Amplia Exportações Do Agronegócio Com Índia E Rússia - Gazeta Mercantil
Agronegócio

Brasil amplia exportações do agronegócio com Índia e Rússia

Brasil amplia acesso a mercados com novo acordo que fortalece o agronegócio A conclusão das negociações fitossanitárias entre Brasil, Índia e Rússia representa um dos movimentos diplomáticos e...

MaisDetails
Exportações Aos Eua Caem 28% E Ampliam Déficit Da Balança Brasileira - Gazeta Mercantil
Economia

Exportações aos EUA caem 28% e ampliam déficit da balança brasileira

Exportações aos EUA caem 28% em novembro e ampliam pressão sobre o comércio exterior brasileiro A queda expressiva das exportações aos EUA em novembro acendeu um sinal de...

MaisDetails
Extradição De Carla Zambelli É Adiada Novamente Na Itália - Gazeta Mercantil
Política

Extradição de Carla Zambelli é adiada novamente na Itália

Audiência sobre a extradição de Carla Zambelli volta a ser adiada na Itália e expõe impasse diplomático A disputa judicial que envolve a extradição de Carla Zambelli ganhou...

MaisDetails
Globo Registra R$ 13,1 Bi, Mas Vê Pressão Sobre Faturamento - Gazeta Mercantil
Business

Globo registra R$ 13,1 bi, mas vê pressão sobre faturamento

Globo enfrenta desafios apesar do forte faturamento de R$ 13,1 bilhões em 2025 A Globo encerrou os nove primeiros meses de 2025 com um dado incontestável: o faturamento...

MaisDetails
Dinâmica Entre Juros, Tarifas, Geopolítica E Realocação Global De Capital Define O Comportamento Do Dólar E Do Euro E Reacende Debate Sobre O Rumo Do Câmbio Em 2026. - Gazeta Mercantil
Destaque

Câmbio em 2026: dólar, euro e real em novo cenário global

Câmbio em 2026: o que esperar do dólar e do euro após um ano histórico para as moedas globais A discussão sobre o câmbio em 2026 ganhou força...

MaisDetails
PUBLICIDADE

GAZETA MERCANTIL

Brasil Amplia Exportações Do Agronegócio Com Índia E Rússia - Gazeta Mercantil
Agronegócio

Brasil amplia exportações do agronegócio com Índia e Rússia

Exportações Aos Eua Caem 28% E Ampliam Déficit Da Balança Brasileira - Gazeta Mercantil
Economia

Exportações aos EUA caem 28% e ampliam déficit da balança brasileira

Extradição De Carla Zambelli É Adiada Novamente Na Itália - Gazeta Mercantil
Política

Extradição de Carla Zambelli é adiada novamente na Itália

Globo Registra R$ 13,1 Bi, Mas Vê Pressão Sobre Faturamento - Gazeta Mercantil
Business

Globo registra R$ 13,1 bi, mas vê pressão sobre faturamento

Dinâmica Entre Juros, Tarifas, Geopolítica E Realocação Global De Capital Define O Comportamento Do Dólar E Do Euro E Reacende Debate Sobre O Rumo Do Câmbio Em 2026. - Gazeta Mercantil
Destaque

Câmbio em 2026: dólar, euro e real em novo cenário global

Crédito Digital Acelera A Economia E Amplia Inclusão No Brasil - Gazeta Mercantil
Economia

Crédito digital acelera a economia e amplia inclusão no Brasil

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco
Gazeta Mercantil Logo White

contato@gazetamercantil.com

EDITORIAS

  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

Veja Também:

  • Brasil amplia exportações do agronegócio com Índia e Rússia
  • Exportações aos EUA caem 28% e ampliam déficit da balança brasileira
  • Extradição de Carla Zambelli é adiada novamente na Itália
  • Globo registra R$ 13,1 bi, mas vê pressão sobre faturamento
  • Câmbio em 2026: dólar, euro e real em novo cenário global
  • Crédito digital acelera a economia e amplia inclusão no Brasil

© 2025 GAZETA MERCANTIL - PORTAL DE NOTÍCIAS - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com

Sem resultados
Todos os resultados
  • Brasil
  • Business
  • Cultura & Lazer
  • Economia
    • Criptomoedas
    • Dólar
    • Fundos Imobiliários
    • Ibovespa
  • Esportes
  • Lifestyle
    • Veículos
    • Moda
    • Viagens
  • Mundo
  • News
  • Política
  • Saúde
  • Tecnologia
  • Trabalho
  • Anuncie Conosco

© 2025 GAZETA MERCANTIL - PORTAL DE NOTÍCIAS - Todos os direitos reservados | contato@gazetamercantil.com