O bitcoin (BTC) e o ether (ETH) sustentaram os ganhos recentes nesta terça, dia de liquidez reduzida nos mercados de risco por conta do feriado de Independência nos EUA.
Maior das criptomoedas, o bitcoin atingiu a máxima de US$ 31.385 nos negócios da Ásia, mas depois reduziu o ritmo de alta. Com a arrancada de segunda-feira, quando voltou a ser cotado acima de US$ 31 mil, o bitcoin agora acumula uma valorização de 87% no ano.
André Franco, chefe do Research do MB, vê o bitcoin entrando em um “novo patamar” de preço após oscilar na casa de US$ 30 mil por mais de uma semana.
“Os volumes ainda são tímidos e por isso não devemos comemorar muito. Nos dados on-chain tivemos a redução de mil bitcoins na posição dos investidores de longo prazo (LTH)”, disse.
Para Fernando Pereira, analista da Bitget, os gráficos do bitcoin mostram um padrão conhecido como xícara que sinalizam possibilidades de ganhos à frente.
“É um padrão muito querido pelos investidores de criptomoedas devido a sua alta taxa de acerto está se formando no BTC. O formato de xícara no preço costuma indicar um novo movimento de alta”, disse.
O ether, segunda maior das criptomoedas, segue negociado acima de US$ 1.900, chamando atenção para a possibilidade de ganhos com as demais moedas digitais após o rali do bitcoin. O ether chegou a bater em US$ 1.976, em direação ao patamar de US$ 2 mil.
Perto das 9h20, o bitcoin subia 1,5% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 31.051,31 e o ether tinha alta de 0,1% a US$ 1.961,33, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo era de US$ 1,26 trilhão. Em reais, o bitcoin registrava valorização de 0,95% a R$ 149.179,10, enquanto o ether recuava 0,4% a R$ 9.422,75, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Segundo Luísa Pires, head de criptoativos da Levante, o bitcoin manteve com sucesso o patamar acima de US$ 30 mil no final do primeiro semestre e atualmente se encontra preso entre duas forças opostas: o persistente sentimento positivo específico do mercado de criptomoedas e as contínuas incertezas macroeconômicas. “O bitcoin experimentou uma notável diminuição na correlação com os ativos de risco tradicionais, ao mesmo tempo em que reduziu sua correlação também com o ouro”, destaca a especialista.
Para Luísa, apesar da momentânea desconexão, o bitcoin segue suscetível a mudanças na política monetária do Federal Reserve. O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) se reúne nos dias 26 e 27 deste mês para mais uma decisão de juros, para a qual existe muita expectativa devido à sinalização que o Fed deixou na última reunião de que o ciclo de aperto monetário pode não ter acabado ainda, não obstante a pausa nas elevações de juros ocorrida em junho.