As bolsas de Nova York fecharam em terreno misto nesta segunda-feira (4), com o Nasdaq sendo o mais punido, ainda que siga próximo da máxima histórica de fechamento marcada na sexta-feira (1). O Dow Jones, por sua vez, foi pressionado pela queda da Apple, após a empresa ser multada em quase US$ 2 bilhões pela União Europeia por práticas que o bloco considera injustas a concorrentes.
A sessão teve uma agenda esvaziada, mas foi marcada pela cautela diante dos acontecimentos importantes para a precificação dos ativos na semana, incluindo as participações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, em audiências no Congresso dos EUA, e a divulgação dos dados do mercado de trabalho, o payroll, de fevereiro, que podem balizar ajustes na perspectiva sobre a política monetária na maior economia do mundo.
O Nasdaq fechou hoje em queda de 0,41%, aos 16.207,51 pontos, ainda próximo da máxima histórica de fechamento de 16.274,94 pontos, marcada na sexta-feira. O S&P 500 cedeu 0,12%, aos 5.130,95 pontos. Na sexta-feira, o índice marcou o recorde de 5.137,08 pontos. O Dow Jones caiu 0,25%, aos 38.989,83 pontos.
A Apple cedeu 2,54%, após ser punida com uma multa de mais de 1,8 bilhão de euros pela União Europeia por ter estabelecido o que o bloco considera ser regras injustas para desenvolvedores de aplicativos de streaming de música. Outros ativos que pesaram no Dow Jones foram Chevron e Merck, com perdas de mais de 2%.
As ações da American Airlines caíram 5,43%. A companhia aérea fez uma encomenda de até 133 jatos fabricados pela Embraer, informou a empresa brasileira nessa segunda-feira. Desse total, 90 são pedidos firmes para o E175, com entregas a partir de 2025. A encomenda inclui ainda direitos de compra de 43 jatos do modelo. Caso todos os diretos de compra sejam exercidos, o acordo superará os US$ 7 bilhões, conforme preço de lista.
Outros papéis do setor aéreo estiveram no radar na sessão. A Jetblue Airways subiu 4,33% e a Spirit Airlines cedeu 10,91%, após as companhias rescindirem um acordo para fusão, semanas após um juiz decidir que o negócio de US$ 3,8 bilhões reduziria a concorrência e prejudicaria os passageiros preocupados com os custos.
No bloco de ativos ligados à tecnologia, a Nvidia avançou 3,60%. A ascensão meteórica da empresa, que ajudou a impulsionar o mercado de ações para recordes históricos, também segue alimentando em Wall Street a temida “palavra que começa com a letra B”, ou seja, o risco de um bear market. As ações subiram mais de sete vezes desde 14 de outubro de 2022, e a Nvidia agora é a terceira empresa mais valiosa dos EUA, com um valor de mercado acima de US$ 2 trilhões.
A Tesla derreteu 7,16%, em meio a notícias sobre guerra de preços na China. A BYD, principal fabricante de veículos elétricos do país asiático, lançou a versão mais recente de seu crossover Yuan Plus mais vendido com um preço 11,8% inferior ao do modelo que está substituindo.