Day McCarthy é Intimada a Pagar R$ 500 Mil por Racismo Contra Filha de Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso
A influenciadora digital Day McCarthy volta a ser destaque no cenário jurídico e social do Brasil após a Justiça determinar um prazo de três dias para o pagamento de uma dívida judicial de mais de R$ 500 mil. A cobrança refere-se à condenação por ataques racistas contra Titi Gagliasso, filha do casal de atores Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso.
O caso, que ganhou grande repercussão nacional e internacional, é mais um capítulo da luta contra o racismo estrutural no Brasil e da exigência por justiça diante de manifestações de ódio nas redes sociais.
O Caso Day McCarthy: Como Tudo Começou
A origem da condenação de Day McCarthy está nas postagens com conteúdo racista feitas contra a menina Titi, filha adotiva do casal Ewbank e Gagliasso, em sua conta pessoal do Instagram. A criança, de origem africana, foi alvo de ataques ofensivos e discriminatórios por parte da influenciadora, que na época se autointitulava “socialite”.
As publicações geraram repulsa imediata da opinião pública e foram denunciadas por diversas personalidades públicas, ativistas e juristas. O caso também mobilizou a mídia nacional, que passou a cobrir detalhadamente os desdobramentos legais da situação.
Condenação Judicial por Racismo
A Justiça do Rio de Janeiro, por meio da 32ª Vara Cível, condenou Day McCarthy em fevereiro de 2024 por danos morais à criança e aos seus pais, reconhecendo o teor racista e ofensivo das publicações feitas por ela. O juiz Leonardo Grandmasson destacou a gravidade e a abominável natureza das ofensas, o que fundamentou a condenação da influenciadora ao pagamento de uma indenização de R$ 180 mil.
Contudo, com o não cumprimento da sentença, o valor inicial passou a ser atualizado com base em juros legais e correção monetária, alcançando atualmente a cifra de R$ 503.892,85.
Intimação Judicial: O Prazo de Três Dias
Com a inadimplência da influenciadora, o juiz determinou a intimação formal para que o pagamento seja efetuado em até três dias, sob pena de penhora de bens. A sentença destaca que, caso o valor não seja quitado ou os bens não sejam indicados, o Judiciário poderá executar a penhora de ativos suficientes para a quitação da dívida.
Esse tipo de procedimento é comum em processos de execução de sentença, nos quais a parte vencedora busca garantir a efetividade do direito reconhecido judicialmente.
Onde Está Day McCarthy?
Apesar da condenação e da nova ordem judicial, o paradeiro atual de Dayane Alcântara Couto de Andrade, nome verdadeiro de Day McCarthy, é desconhecido. Segundo informações processuais, ela não foi localizada para o cumprimento da decisão anterior, o que dificulta a execução da cobrança.
A ausência da ré no processo é um desafio para o Poder Judiciário, que pode recorrer a outras medidas coercitivas, como bloqueio de contas bancárias via BacenJud, protesto do título judicial e eventual decretação de prisão civil em caso de descumprimento reiterado e doloso.
O Racismo nas Redes Sociais: Um Problema Estrutural
O episódio envolvendo Day McCarthy é mais um reflexo do racismo estrutural que permeia a sociedade brasileira, muitas vezes amplificado pelas redes sociais. Casos como o da filha de Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso mostram como o ambiente virtual tem sido usado para disseminar discurso de ódio, especialmente contra negros e minorias.
Ao mesmo tempo, também mostra que a Justiça está mais atenta e disposta a punir exemplarmente os agressores, mesmo quando as ofensas ocorrem no mundo digital.
A Reação de Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso
Embora o casal Ewbank e Gagliasso tenha mantido discrição pública quanto ao processo, é notório o ativismo social que ambos exercem, principalmente em defesa de pautas como antirracismo, igualdade racial e proteção de crianças negras adotadas.
Ao longo dos últimos anos, os dois têm se posicionado fortemente contra o preconceito racial, inclusive utilizando suas plataformas digitais para promover conscientização social e educação antirracista.
Adoção Internacional e o Olhar do Preconceito
A adoção de Titi na África por um casal de atores brasileiros foi, na época, motivo de celebração por parte de muitos, mas também trouxe à tona o preconceito enraizado na sociedade brasileira. Comentários ofensivos surgiram nas redes sociais e em outras plataformas, revelando o racismo presente até mesmo em atos de amor e acolhimento.
O caso de Day McCarthy é um exemplo extremo, mas não isolado. Ele mostra como pessoas públicas que adotam crianças negras muitas vezes enfrentam preconceito velado ou explícito e, por isso, a relevância da condenação judicial vai além do aspecto financeiro: ela é simbólica e educativa.
Consequências Legais Para Crimes de Racismo
A condenação de Day McCarthy não é apenas uma punição por danos morais. O Brasil tem leis específicas que tratam de crimes de racismo e injúria racial, incluindo a possibilidade de pena de reclusão. Apesar da condenação no âmbito cível, a influenciadora também pode ser responsabilizada criminalmente.
A Lei nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, prevê punições severas. Além disso, a jurisprudência brasileira tem ampliado o entendimento sobre o racismo digital e a responsabilização por condutas em ambientes virtuais.
Influenciadores e Responsabilidade nas Redes
O caso levanta um importante debate sobre o papel e a responsabilidade de influenciadores digitais na sociedade. Pessoas com milhares de seguidores e alcance massivo devem ter consciência do impacto de suas palavras e ações.
A liberdade de expressão não pode ser usada como justificativa para discurso de ódio. A condenação de Day McCarthy serve como alerta para outros influenciadores que usam sua visibilidade para disseminar ideias preconceituosas.
Justiça Tardia, Mas Necessária
Embora o processo tenha se arrastado por anos e a localização da ré ainda seja um entrave, a decisão judicial é um marco importante no combate ao racismo. Ela mostra que, mesmo que tarde, a Justiça pode oferecer algum tipo de reparação às vítimas de ataques racistas, especialmente em um país onde a impunidade é recorrente.
Além disso, reforça a importância de denunciar e judicializar casos semelhantes, mostrando que o racismo não é mais socialmente ou legalmente tolerado.
Um Caso que Vai Além da Indenização
A história de Day McCarthy e a indenização de R$ 500 mil por racismo contra a filha de Giovana Ewbank e Bruno Gagliasso é emblemática. Trata-se de um processo que escancara a persistência do preconceito, a necessidade de punição exemplar e o uso da Justiça como instrumento de transformação social.
Mais do que uma cobrança financeira, essa sentença representa uma afirmação de valores democráticos, humanos e antirracistas. Que ela sirva de exemplo para todos que ainda acham que o racismo é uma “opinião”.






