Em sua fala na abertura do 26º encontro do Foro de São Paulo em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu destaque à agenda ambiental. Lula reforçou a importância de ter Belém como sede da COP30. O presidente confirmou que Guiana Francesa, Indonésia, República Democrática do Congo e República do Congo estão convidados a participar.
Teremos a primeira reunião amazônica, no Pará, com todos os países amazônicos e inclusive estamos convidando a Guiana Francesa, a Indonésia e os dois Congos para participar. Teremos a primeira reunião para discutir o clima dentro da Amazônia”, destacou.
Conselho de Segurança da ONU
Lula defendeu uma maior participação de países latino-americanos, asiáticos e africanos na Organização das Nações Unidas (ONU) e também a alteração da composição do Conselho de Segurança. “É preciso mudar os membros permanentes do conselho de segurança porque são eles que produzem armas e fazem a guerra sem passar pelo conselho”, pontuou Lula.
O presidente afirmou que é preciso uma esquerda mais unida, com um discurso mais uníssono e disse que é preciso colocar a Europa no debate.
A esquerda tem problema no mundo inteiro. Eu não sei quantos companheiros europeus tem aqui. Mas é preciso que a gente discuta o discurso da esquerda. Muitas vezes a direita tem mais facilidade do que nós com discurso fascista”, afirmou. “A gente tem que conversar pessoalmente. A crítica pública interessa à extrema direita”, complementou.
Ele lembrou o histórico do Foro de São Paulo, rebateu as críticas de que o grupo defende regimes antidemocráticos e lembrou que Hugo Chávez foi proibido de participar por ter tentado um golpe na Venezuela. O ditador passou a participar após ser eleito e instaurar o regime que perdura até hoje representado por Nicolás Maduro.
“O companheiro Chávez, no segundo encontro em El Salvador, ele quis participar e nós não deixamos porque ele tinha tentado dar um golpe”, afirmou. Lula disse não ter vergonha dos rótulos colocados por opositores aos partidos de esquerda. “Nós não ficamos ofendidos. Nós ficaríamos ofendidos se nos chamassem de nazista, de neofascista, de terrorista, mas de comunista, socialista, nunca”, pontuou.