PL 295/2025: Proposta Quer Proibir Monetização de Políticos na Internet
A monetização de perfis em redes sociais, sites e blogs vinculados a políticos pode estar com os dias contados. O senador Carlos Viana (Podemos-MG) apresentou o Projeto de Lei 295/2025, que visa impedir que detentores de mandatos eletivos lucrem com conteúdo digital. O projeto sugere alterações no Marco Civil da Internet e na Lei de Improbidade Administrativa, tornando a prática ilegal e passível de punição.
Entenda o Projeto de Lei 295/2025
O PL 295/2025 estabelece que qualquer político em exercício de mandato não pode gerar receita por meio de plataformas digitais, incluindo redes sociais, blogs e sites pessoais. A proposta surge em meio a um debate crescente sobre a influência da internet nas eleições e na forma como os agentes públicos se comunicam com a população.
O projeto inclui um dispositivo no Marco Civil da Internet para reforçar essa proibição, tornando a monetização de perfis de políticos ilegal. Além disso, modifica a Lei de Improbidade Administrativa, enquadrando essa prática como improbidade administrativa. Isso significa que parlamentares que obtiverem ganhos financeiros por meio de suas plataformas digitais poderão ser responsabilizados legalmente.
Justificativa do Projeto
Carlos Viana argumenta que a monetização de perfis pessoais e institucionais de agentes políticos representa uma afronta às normas que regem a administração pública. Segundo ele, essa prática compromete princípios fundamentais como a legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, podendo resultar em prejuízos para a sociedade.
“A monetização de perfis pessoais, sites, blogs e outras aplicações de internet vinculadas ao exercício de mandato político ou de função pública constitui situação que merece repúdio social, por razões éticas”, afirmou Viana. O senador também destaca que o uso dessas ferramentas para obter vantagens financeiras cria um desequilíbrio na comunicação política, beneficiando quem tem maior alcance digital.
Impacto do PL 295/2025 na Comunicação Política
Caso o projeto seja aprovado, ele poderá alterar significativamente a forma como os políticos utilizam a internet. Atualmente, muitos mandatários utilizam plataformas como YouTube, Instagram, Facebook e Twitter para divulgar suas propostas e conquistar novos eleitores. Com a proibição da monetização, os políticos precisarão buscar formas alternativas de financiamento para produção de conteúdo.
Essa mudança também poderá impactar a forma como eleitores consomem informações políticas na internet. Com a restrição de monetização, a tendência é que os conteúdos produzidos por políticos passem a ser mais institucionais, reduzindo o número de opiniões polarizadas e polêmicas que costumam gerar mais engajamento.
Críticas e Apoios ao PL 295/2025
O projeto já começa a dividir opiniões dentro do meio político e jurídico. Defensores da proposta acreditam que a proibição é necessária para evitar abusos e garantir uma comunicação mais transparente entre políticos e eleitores. Por outro lado, críticos apontam que o projeto pode restringir a liberdade de expressão e prejudicar a difusão de informações relevantes.
Para especialistas em direito digital, a principal questão a ser discutida é se a proibição não configura uma limitação excessiva da atividade online de agentes políticos. Afinal, a internet se tornou uma das principais ferramentas de comunicação no mundo moderno, e restringir sua utilização financeira pode trazer consequências inesperadas.
Próximos Passos do Projeto
Atualmente, o PL 295/2025 aguarda encaminhamento para as comissões temáticas do Senado, onde será analisado por especialistas e parlamentares antes de seguir para votação no plenário. Se aprovado, o projeto será encaminhado para a Câmara dos Deputados e, posteriormente, para sanção presidencial.
O debate sobre a monetização de perfis políticos na internet promete ser um dos temas centrais do cenário político em 2025. Com o crescimento do uso das redes sociais na comunicação pública, a aprovação desse projeto pode representar uma mudança significativa nas regras do jogo eleitoral e na transparência das campanhas políticas.