Deputado do PT pede prisão preventiva de Nelson Wilians na CPMI do INSS
A política brasileira volta a ser sacudida por um episódio de alta repercussão: o deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou que apresentará um requerimento na CPMI do INSS pedindo a prisão preventiva de Nelson Wilians, advogado alvo da mais recente operação da Polícia Federal (PF). Wilians é suspeito de envolvimento direto em um esquema que teria desviado cerca de R$ 4 bilhões das aposentadorias e pensões de idosos em todo o país.
O pedido ocorre em meio ao acirramento das investigações que buscam identificar os responsáveis por um dos maiores escândalos de fraudes já registrados na Previdência Social. O caso une política, advocacia de renome, lavagem de dinheiro e o uso do poder econômico em um complexo sistema de blindagem patrimonial.
O que motivou o pedido de prisão preventiva
De acordo com as apurações da PF, Nelson Wilians teria utilizado empresas próprias para movimentar recursos oriundos de associações comandadas por Maurício Camisotti, apontado como articulador das fraudes. Os investigadores encontraram movimentações financeiras de mais de R$ 28 milhões entre os dois, reforçando a tese de lavagem de dinheiro.
O deputado Rogério Correia argumenta que a prisão preventiva de Nelson Wilians é necessária para garantir a ordem pública, evitar intimidação de testemunhas e impedir a ocultação de bens. O parlamentar destacou que o advogado e empresário possui forte poder econômico e político, fatores que, segundo ele, colocam em risco a aplicação da lei penal.
A operação da PF e os bens de luxo encontrados
Na semana anterior, a PF deflagrou uma operação que atingiu em cheio o núcleo do esquema. Nos endereços ligados a Nelson Wilians, agentes localizaram uma série de bens de alto valor:
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Carros de luxo, incluindo um Rolls-Royce avaliado em R$ 11 milhões.
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Adega de vinhos raros, com garrafas que chegam a custar mais de R$ 50 mil.
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Relógios de alto padrão e armas.
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Obras de arte de valor elevado, ampliando as suspeitas de ocultação patrimonial.
Esses achados reforçaram o argumento da PF de que o advogado desempenhava papel central na lavagem de dinheiro do esquema do INSS.
Envolvimento com outros investigados
As investigações também revelaram que veículos utilizados por Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, estavam registrados em nome de empresas de Wilians. Antunes é suspeito de operar diretamente as fraudes, servindo como ponte entre os recursos desviados e a rede de ocultação patrimonial.
Além dele, Maurício Camisotti também foi preso durante a operação. Ambos já se encontram em regime de prisão preventiva, enquanto a situação de Nelson Wilians segue em debate na CPMI e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Decisão anterior do STF e novos desdobramentos
Embora a PF tenha solicitado a prisão de Wilians, o ministro André Mendonça, relator do inquérito no STF, negou o pedido em um primeiro momento. Agora, com a pressão política no Congresso e novas provas em análise, cresce a expectativa de que o caso seja reavaliado.
A proposta de Rogério Correia deve acirrar os ânimos na CPMI do INSS, ampliando o debate sobre a necessidade da prisão preventiva do advogado.
Suspeitas sobre retirada de requerimentos
Um dos pontos que geram polêmica é a retirada de pedidos para convocar Nelson Wilians à CPMI antes da deflagração da operação da PF. Os governistas pretendem questionar a postura de parlamentares da oposição que apresentaram requerimentos para ouvir o advogado e depois desistiram. Entre eles, destacam-se o senador Izalci Lucas (PL-DF) e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF).
Para os integrantes da base governista, a mudança de postura levanta suspeitas sobre tentativas de blindagem política em torno do caso.
A gravidade das fraudes contra aposentados
O esquema investigado envolve descontos ilegais na folha de pagamento de segurados do INSS, um golpe que atingiu diretamente aposentados e pensionistas. O montante desviado, estimado em R$ 4 bilhões, evidencia a sofisticação da rede criminosa e a extensão do prejuízo aos beneficiários da Previdência.
Segundo a PF, as fraudes não apenas drenaram recursos públicos como também comprometeram a confiança no sistema de proteção social brasileiro.
Pressão política e repercussão em Brasília
O pedido de prisão preventiva de Nelson Wilians deve dominar a pauta das próximas sessões da CPMI. Deputados e senadores se dividem entre aqueles que defendem a medida como essencial para dar andamento às investigações e os que consideram a prisão uma ação precipitada.
Nos bastidores de Brasília, a pressão aumenta sobre o STF para que adote uma postura mais rigorosa diante das provas apresentadas pela Polícia Federal e dos requerimentos da CPMI.
O que esperar dos próximos capítulos
A análise do pedido na CPMI poderá redefinir o rumo das investigações. Caso a prisão preventiva de Nelson Wilians seja decretada, o processo ganhará ainda mais peso político, com impactos diretos nas relações entre Congresso, Judiciário e sociedade.
Além disso, a revelação de novos detalhes sobre a participação de empresários, advogados e parlamentares promete manter o caso no centro do debate público.
O caso da prisão preventiva de Nelson Wilians expõe as fragilidades do sistema de controle do INSS e a ousadia de organizações criminosas que atuam contra aposentados e pensionistas. Para além do aspecto jurídico, a situação revela como redes de influência política e econômica tentam se proteger mesmo diante de investigações robustas.
A CPMI do INSS segue como palco central desse embate, e os próximos desdobramentos poderão marcar um dos capítulos mais emblemáticos da política brasileira em 2025.






