O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou uma avaliação indicando que o reajuste do salário mínimo, a partir de 1º de janeiro de 2024, terá um impacto significativo de R$ 69,9 bilhões na economia brasileira. A entidade destaca que cerca de 59,3 milhões de pessoas têm seus rendimentos referenciados no salário mínimo, justificando o expressivo resultado. Além disso, estima-se um aumento anual de R$ 37,7 bilhões na arrecadação tributária sobre o consumo como efeito do reajuste.
O novo salário mínimo oficial do Brasil será de R$ 1.412 a partir do próximo ano. O ganho real, considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio a dezembro de 2023, atingiu 5,77%. O aumento nominal de R$ 1.320 para R$ 1.412 representa um acréscimo de 6,97%, enquanto o INPC está estimado em 1,14% para o mesmo período.
O Dieese destaca a importância da política de valorização do salário mínimo, que resultou em aumentos reais consecutivos de 2003 a 2016. A entidade ressalta que essa política foi fundamental para o aumento da renda da população mais pobre, contribuindo para a redução das desigualdades salariais entre diferentes grupos.
A política de valorização do salário mínimo, segundo o Dieese, proporcionou um mercado consumidor interno mais robusto, fortalecendo a economia brasileira. Além disso, contribuiu para a redução das disparidades salariais entre homens e mulheres, negros e não negros, e entre diferentes regiões do país. A entidade destaca ainda que a política teve impacto positivo nos reajustes dos pisos salariais de diversas categorias de trabalhadores.
O Dieese ressalta que, apesar de alguns anos com perdas reais, a valorização do salário mínimo teve um impacto positivo significativo, promovendo estabilidade, previsibilidade e estimulando o crescimento econômico.